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Harlots By





Episodio 1x1 - Nota 8 2017-04-23 14:18:55

O piloto vai melhorando consideravelmente e sua segunda metade me convenceu a ver o segundo episódio. É uma contextualização sobre a Londres do século XVIII que eu ainda não tinha visto e isso é construído muito bem na série... o desenvolvimento que mascarava a exploração daquelas mulheres pobres que tinham como opção à prostituição, a total miséria ou o trabalho completamente massacrante nas fábricas, somado a uma vida de servidão ao marido, também submetidas à miséria. Mesmo assim, é bem palpável o ressentimento de Charlotte diante da prostituição na qual foi empregada pela mãe. Aqui, é interessante notar como as características das personagens se apresentam, já que ela se ressente por ter sido vendida, talvez o mesmo sentimento que Margaret tinha com relação à sua mãe. Depois de uma vida na prostituição, gerando filhas e prostituindo-as também, passa a reformular sua mágoa, como um consolo a si mesma, dizendo que é a venda barata que desqualifica, como o que lhe aconteceu, comprada por um par de sapatos. Apesar disso, fica claro como aquilo a massacra ainda, principalmente ela, que revela certa ânsia pela própria autonomia e conseguiu sair da posse de Madame Quigley em uma história que, espero, seja contada.

Episodio 1x2 - Nota 8.5 2017-04-26 10:27:01

Obviamente, pra sobreviver no meio da prostituição com tanto destaque e riqueza naquele contexto, seriam necessárias muitas artimanhas, muito além de assegurar o prazer aos clientes. Mas a ideia desses sequestros seguidos de tão sórdida exploração sexual causa muito incômodo. É interessante perceber, inclusive, como as prostitutas podem amadurecer a solidariedade entre elas, como no velório e enterro de Mary Cooper, mas, ao mesmo tempo, toda a sua acolhida por Margaret se deu por causa de um plano de vingança, respondendo a interesses também de lucro. É aquela lógica dos patrões, de só promover o que lhe assegura vantagens, mesmo no caso de Margaret, também explorada daquela maneira quando criança. Harlots vai mostrando como as brigas por poder estão em todas as esferas da sociedade, desde as casas de prostituição até às mais altas esferas de governo, como pequenas selvas.

Episodio 1x3 - Nota 8 2017-04-27 10:58:29

Harlots vai se compondo como uma história sobre os bastidores, aqueles que todos querem esconder, a sordidez na intimidade, no ambiente privado, a hipocrisia que penetra o fanatismo religioso, a ostentação de uma riqueza contada, a decadência moral dos nobres sádicos, o prazer na escravização/subjugação de outrem. Entre tudo isso, outo traço nada casual aqui, é como as mulheres existiam como peças a serem usadas pelos homens, mesmo ao tentar fugir do casamento e da objetificação tradicional. O poder e o dinheiro dos homens tentam esmagá-las. Por isso, é bom ver as resistências tecidas ali, de Charlotte, de Margaret, de Lacey. Mas, ainda assim, a imagem que se sobrepõe é ainda a da mulher como objeto ou peão do espetáculo: as rivalidades entre si alimentam um estereótipo, mesmo quando Margaret ensina Lucy a lidar com as outras prostitutas de modo mais ameno. Sua preocupação não é a de buscar companheiras, mas a de mostrar superioridade (que se confunde com liderança) no trato. Ando esperando mais da série nesse sentido. A fuga dessa rinha... Talvez isso parta justamente de Lucy, que se desencantou com a ideia de servir clientes nobres supostamente mais gentis, percebendo que, não importa a esfera, as mulheres teremos que enfrentar essa ânsia de sobreposição masculina.

Episodio 1x4 - Nota 8 2017-05-11 11:51:43

Era de se esperar que segredos das religiosas fossem revelados, na perspectiva de que a série atenta às hipocrisias daquela sociedade de aparências na qual o uso de máscaras não é exclusivo das festas de Wells. Espero que essas personagens tenham essas camadas mais bem desenvolvidas diante dessa revisão de condutas que o episódio trouxe, inclusive insinuando a dor na consciência de Lydia, a autonomia que seu filho vai buscando e esse processo de consciência de si que Lucy vai moldando.

Episodio 1x5 - Nota 9 2017-05-12 23:46:26

O episódio mais triste até aqui justamente porque revela o quão doentia é a sociedade que insiste em menosprezar as mulheres, na qual usá-las como adorno e troféu é símbolo de poder, de disposição sexual e de reconhecimento entre os homens que se comportam como senhores de tudo. Infelizmente, somos a continuidade disso hoje, guardadas as proporções das máscaras e aperfeiçoadas as nossas resistências após as heranças que essas mulheres nos deixaram. Mulheres como Charlotte, mas também como Lacey. As personalidades absolutamente distintas mostram como o dinheiro e a posição não devem ser usados pra nos submeter, as duas colhendo as agruras que a nova vida de servidão legam, principalmente a quem se envolveu pela ilusão de que receberia algum reconhecimento por parte daqueles que as usam e objetificam, exatamente como fazem às esposas. O desengano maior pra elas deve ser a falta de acolhimento quando confiaram na pessoa que as susteve durante algum tempo, Margaret. É ela que, na ânsia de conseguir segurança financeira para as filhas e, consequentemente, pra si, acaba não enxergando como aquilo as implode, mina sua noção de liberdade e as joga diante dos urubus ansiosos por sugar delas todo o prazer possível, da maneira mais egoísta. Negar abrigo a Lacey é triste, mas conseguimos entender sua raiva, muito porque a ligação entre elas foi a de negócios. Mas negar proteger Charlotte quando ela revelou a necessidade de acolhimento e consolo, assim como empurrar Lucy a um ser daqueles quando ela visivelmente tá horrorizada, não deixa de ser egoísta, apesar de sabermos que em parte isso se deve a tudo que passa pra se manter e manter sua casa. Mesmo assim, ela é o tipo que reúne características admiráveis e criticáveis numa medida proporcional... isso não a faz odiável, mas nos deixa aborrecidos com a capacidade que tem de botar uma viseira quando isso lhe interessa. Mesmo assim, espero que renda ainda mais camadas, como as que Lydia está desenvolvendo.

Episodio 1x6 - Nota 9 2017-05-26 00:57:07

Quantas dores as mães dessa série enfrentam ao mesmo tempo em que dosam a culpa de causá-la a seus filhos. Harlots vai melhorando na medida em que as fragilidades e a instabilidade dessas personagens contrasta com essa força visceral em teimar assegurar um papel que as honre com algum destaque em uma sociedade que pode ser aterradora, indiscutivelmente opressora. Por agora, meu desejo maior é que Charlotte encontre um caminho no qual as alegrias ajudem a superar todas as infelicidades, o sentimento de abandono por parte da mãe quase sempre disposta a se sacrificar por Lucy. Mas não tem como deixar de torcer pra que todas elas encontrem, em algum momento, a paz que merecem diante de tudo que enfrentam, que têm a vencer.


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