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Mad Men By Lara





Episodio 2x2 - Nota 8.5 2016-08-01 03:26:19

Exatamente! Me surpreende a quantidade de pessoas que não conseguiram sentir empatia pela situação.

Episodio 2x4 - Nota 8.5 2016-08-02 00:59:18

Eu AMEI o seu comentário! É bem isso aí.

Episodio 2x12 - Nota 10 2016-08-06 12:40:04

Achei esses últimos episódios especialmente, mas a série como um todo, muito filosóficos e cheios de pequenos detalhes significativos. A storyline do Don e a da Betty, tanto separadas quanto entrelaçadas, são as que mais me fascinam. O Don (ou Dick?) nesse episódio esteve numa jornada de renascimento. O próprio episódio deu a entender a importância da simbologia cristã com as palavras de Peggy, mas elas se encaixam perfeitamente também na trajetória de Don. Essa crise pela qual ele está passando durante toda a temporada, mais especificadamente quando soube do suicídio de seu irmão, foi finalizada com uma belíssima cena de Don sendo "batizado" nas águas do mar californiano, sendo a água um elemento muito importante pois representa a vida e também a morte, um local de passagem, renovação e cura. Todos os elementos que transformavam Don EM DON (seu emprego, sua mulher, seus filhos) foram abandonados um por um para ele poder se tornar outra coisa, para ele retornar a Dick. O primeiro passo definitivo foi dado no episódio anterior ao conhecer Joy (nome conveniente, não acham?) e seu grupo um tanto quanto hedonístico. Eles eram tudo o que Don desejava ser, livre sexualmente e afetivamente. Mas também não era isso que Don era, e acho que foi devido a isso que ele decidiu seguir seu próprio caminho e conversar com uma velha amiga sobre seus tormentos. Foi muito legal ver essa interação de Dick com elementos da vida do Don Draper original, e dá pra ver que em algum momento, Dick realmente amava Betty (ou pelo menos a ideia de Betty) e acreditava que poderia ser feliz com ela. Ela era a personificação do sonho americano da época, o prêmio definitivo do sucesso o qual ele almejava buscar, como uma forma de falar para os pais dele que ele poderia ser sim poderoso na vida. As nuances da interpretação do Jon Hamm nesse episódio são fantásticas e devem ser elogiadas à parte. Não há mais aquele Don sério corporativo do escritório, ou o Don rodeado pela família, nem mesmo o Don galanteador de mulheres com personalidades fortes. Há apenas Dick, com um caráter mais sincero e leve, pronto para aceitar seu papel. E todos eles apresentam estruturas detalhadamente diferentes, mas condizentes com a mesma pessoa, essa pessoa complexa que é Don Draper/Dick Whitman.

A Betty por outro lado é também uma das personagens mais bem construídas de Mad Men. Lidando com a traição do marido e o problema de saúde do seu pai, vimos como a Betty era uma personagem extremamente infantilizada que teve de crescer as marras nessa temporada. Até seu comportamento e seu entendimento com o próprio Glenn mostram isso de uma forma que chega a ser desconfortável. Apesar de toda essa relação ser esquisita, pelo meu ponto de vista, Glenn a vê como uma igual, vê uma inocência e melancolia infantil em Betty que o confunde e ao mesmo tempo com a qual ele se identifica. Os dois foram duas crianças abandonas, ele por seus pais, e ela por seus pais também, mas por Don. O choque de Glenn ao descobrir que, afinal, Betty é uma adulta, por dedurar ele no episódio passado, o faz a odiar por destruir todas as suas fantasias de ser capaz de salvar ambos. Outro paralelo bem interessante nesse episódio (e desconfortável para as pessoas que provavelmente não entenderam) foi ao pegar Sally fumando, no final a mesma fala pra mãe que ela está sangrando. A menstruação no mundo feminino sempre foi uma simbologia de crescimento, de rito de passagem para a vida adulta. Sendo quase oficialmente uma orfã e traída pelo seu próprio marido, Betty percebe que precisa aprender a se virar sozinha, que precisa tomar controle da situação. Essa cena com a Sally, em conjunto com a cena que Betty chora no colo de sua antiga babá em episódios anteriores, demonstram o amadurecimento dolorido da personagem. Outro fator também importante foi a entrega do presente para a Sally. Sempre vimos que os filhos da Betty e do Don, apesar de terem uma mãe que fica e faz tudo por eles o dia inteiro, quem eles ficam felizes em ver no final do dia é o Don, pois ele assume apenas o papel de bom moço da relação, enquanto ela tem que assumir o papel de vilã por verdadeiramente estar lá para educar seus filhos. Isso incomoda muito a Betty durante a temporada, que primeiro tenta fazer com que Don castigue o mal comportamento do Bobby, para que ele assuma mais responsabilidades, não sendo apenas um viajante que janta e dá um beijo de boa noite nos filhos ao final do dia. Com o presente para a Sally ela tenta recrutar a menininha para seu lado (caso haja a necessidade de escolher um lado) pois sempre temeu que com uma eventual separação entre o casal, os filhos gostassem mais do pai.

Sobre a situação de outros personagens, como a Joan, são de uma tristeza tão profunda que dispensa comentários muito elaborados. O machismo, a todo o momento, foi retratado na série de uma maneira brutal e bem colocada para os padrões da época, sendo essa cena o ápice dessa vertente. O pior de tudo é saber que o que foi feito com a Joan não foi nem considerado estupro em 1962. É doloroso ver o desenvolvimento extremo de duas personagens tão importantes na série; a Peggy que cada vez mais cresce e ganha seu espaço de respeito entre os homens na empresa, e a Joan que, começou sendo o símbolo de uma mulher forte, decidida e livre para a época, para acabar sendo machucada de formas irreconciliáveis e presa nos padrões tão absurdamente nojentos (que ainda perduram até hoje, menos intensos obviamente).

Episodio 2x12 - Nota 10 2017-01-15 18:51:14

Obrigada < 3

Episodio 2x12 - Nota 10 2017-01-23 00:52:46

< 3

Episodio 2x13 - Nota 9.5 2016-08-06 15:57:09

Adorei essa analogia da temporada com a Guerra Fria, muito bem observado!

Episodio 3x4 - Nota 9.5 2016-08-07 00:51:06

Que atuação BRILHANTE da Kiernan Shipka! Foi de uma tristeza e verossimilhança gritante. Retratar a primeira morte significativa para uma criança é sempre algo complicado e em Mad Men o tom foi precisamente acertado e de uma delicadeza profunda. Acho que, também, mais do que lidar com a primeira morte, foi a primeira vez que Sally reconheceu e sentiu a podridão do mundo, ainda mais com a cena do noticiário logo em seguida reportando o suicídio do homem. Cena brilhantemente escrita e interpretada!

Episodio 3x5 - Nota 9.5 2016-08-07 02:36:35

Assino embaixo.

Episodio 3x10 - Nota 9 2016-08-09 01:21:38

Só eu que percebi como a Peggy manipulou o Paul no final com a frase da tinta pra, indiretamente, ficar com a maior parte dos créditos? Que mulher. Sobre a relação de Don e Betty nem irei me aprofundar muito que é bem capaz de eu escrever um TCC inteiro, mas a conversa no telefone de Don com ela, falando que queria mostrá-la para seus colegas exemplifica bem o que é (ou o que se tornou somente) o relacionamento deles: a Betty é um troféu para o Don. Ele não a ama, ele a objetifica como um dos seus sucessos no ramo afetivo. É, também, uma maneira de lidar com suas constantes traições, já que na maioria do tempo ele só consegue ver ela como uma pessoa diretamente ligada a persona de Don Draper, e assim, busca conexões com outras mulheres, como a professora, que não precisam fazer parte de sua interpretação e podem se aprofundar em todas as suas camadas, diferentemente da Betty. Os próximos episódios prometem grandes coisas com a tão aguardada revelação! E sinceramente estou torcendo com todo meu coração pela felicidade da Betty, o Don pode ser um cara bacana em vários aspectos de sua vida pessoal, mas quando se trata de situações amorosas ele é um completo babaca.

Episodio 4x4 - Nota 9 2016-08-20 01:48:24

Como já foi comentado aqui, Mad Men aprecia muito brincar com os títulos dos episódios e suas tramas, mas nesse episódio em particular teve um gosto agridoce que deixa o espectador com um sentimento melancólico. The Rejected foi um episódio SOBRE os rejeitados, sobre os underdogs e como eles (não) se encaixam nessa sociedade. Além da conta Clearesil ser rejeitada pela SCDP por ser menos valiosa, eles abordam as secretárias que são rejeitadas no lado amoroso por, também, serem menos valiosas aos olhos de terceiros, utilizando pra isso especialmente a Alisson. Mas não só a Alisson é rejeitada, como também Don. Don foi excluído de seu próprio núcleo familiar, trocado por um outro homem e não consegue aceitar a falha de um dos ramos de sua vida mais significativos.
Mas, a pior rejeição de todas e a que deixou uma marca mais gritante no episódio, e profunda, foi a da Peggy e do Peter. Eles rejeitaram um ser humano, o filho deles. Eles rejeitaram a chance de ser algo concreto na vida um do outro. Eles rejeitaram a oportunidade de construírem uma família. Eles rejeitaram o passado deles. E nada transparece mais uma rejeição do que uma aceitação, que no caso veio de Peter com a gravidez da Trudy e da felicidade de se tornar um pai. O olhar dividido entre eles no final foi uma das cenas mais sinceras de Mad Men, e isso sem utilizar sequer uma palavra. Mad Men é uma série tão simbólica, detalhista e minimalista que, se você não parar e analisar o episódio depois que acabar por um bom tempo, você pode perder a grandeza da beleza metafórica que essa série é.

Episodio 4x4 - Nota 9 2016-09-05 21:23:44

Obrigada < 3

Episodio 4x7 - Nota 10 2016-08-20 14:58:23

Que episódio! Sutil e tocante, encheu meus olhos de lágrimas.

Episodio 5x3 - Nota 8.5 2016-09-02 18:49:49

Ah sim, porque depressão é coisa de gente mimada mesmo... me poupe.

Episodio 5x9 - Nota 9 2016-10-11 22:13:59

Pequenos detalhes de Mad Men que a maioria das pessoas não percebem e que não são inseridos pelo acaso: A cena na qual Megan fala pro Don não abrir a sacada, devido à neblina tóxica que iria adentrar o apartamento, é uma clara referência a Betty tentando contaminar o ambiente familiar dos Draper's.

E mais uma vez o título do episódio se relaciona sutilmente com a trama, de maneiras geniais. Dark shadows, sombras de algo, ou nesse caso múltiplos alguéns. Betty sombra da Megan, Megan sombra da colega que conseguiu um papel numa novela, Don e Peggy sombra do novo redator Michael no âmbito profissional de ideias, Jane sombra da Joan, Roger sombra do Peter, e Peter menosprezado, deixado às sombras, pelo jornalista do The New York Times e pelo seu último caso extraconjugal.

Episodio 5x11 - Nota 10 2016-10-12 01:17:51

Tantas nuances, que episódio... que série.
Mad Men obrigada por existir e elevar o nível de qualquer coisa que já foi criada para uma tela (televisiva ou cinematográfica). Isso é pura arte, e a do melhor tipo.

Ninguém nunca me convencerá que essa série é sobre Don Draper. Essa série é sobre Peggy, Joan, e todas as incríveis mulheres que habitam essa história. Terminei o episódio completamente em lágrimas.

Episodio 5x12 - Nota 10 2016-12-29 18:00:11

Leland Palmer, Twin Peaks < 3 hahaha

Episodio 6x3 - Nota 8.5 2016-12-30 00:15:04

ESSE COMENTÁRIO

Episodio 6x11 - Nota 10 2017-01-08 22:16:49

Que episódio genial! A maneira que a trama foi se costurando para levar ao clímax (Sally pegando o pai no flagra) é detalhadamente cuidadosa e de um primor que só Mad Men consegue alcançar. O paralelo no começo do episódio, mostrando como Sally trata mal a mãe devido a maneira que ela a enxerga, comparada ao Don que é seu "herói", citando Betty, dá ainda mais gosto para o telespectador a cena em que se concretiza a derradeira da imagem de Don para a única mulher que ele ama e ainda não tinha traumatizado/decepcionado em sua vida. A cena de Jon Hamm no elevador, a sua postura, suas feições… que ator. Naquele momento Don sabia que tinha traumatizado Sally profundamente pro resto de sua vida, assim como ele foi traumatizado quando era criança. Se alguém sabe os efeitos que uma situação dessas pode causar no futuro de uma pessoa, é Don. Além de saber que a filha nunca mais olharia para ele da mesma forma. Sally, como mesmo Megan apontou alguns episódios atrás, apesar de parecer uma adulta, ela ainda está naquele limbo da adolescência, a fase em que você ainda age como uma criança, mas está no processo de conseguir ver o mundo com toda a sua sujeira e desapontamentos. Finalmente, Don Draper sentiu nojo de si mesmo.

Episodio 6x12 - Nota 9 2017-01-09 00:26:31

Don começa o episódio em posição fetal na cama de Sally porque sabe que perdeu a admiração e o afeto da única mulher que se importava em sua família. Don termina o episódio em posição fetal no sofá de seu escritório porque sabe que perdeu a admiração e o afeto da única mulher que se importava no trabalho.

Episodio 7x5 - Nota 9 2017-01-11 22:45:12

Que episódio "fora da curva" (como tantos outros em Mad Men, exemplo The Crash na temporada passada). Passa a sensação que as tramas são desconexas uma da outra, que elas não apresentam um sentido próprio, quanto menos um em conjunto, algo em que a maioria dos episódios de Mad Men, mas não esse, consegue concluir magnificamente. Um retalho de tecidos com texturas e colorações diferentes, que formam… algo indefinido. Por isso, tentarei analisar as histórias separadamente, também.

Começando pelo núcleo da Betty e sua família. Ah Betty, nunca entenderei como algumas pessoas te acham chata e superficial. Bom, é claro que ela é essas coisas, mas a Betty possui tantas outras facetas e profundidades. Ela é uma pessoa que empacou em certa fase da vida, a adolescência e aqueles anos (tão imaturos quanto) que a seguem, a fase dos 19-25. Ela foi uma garota treinada, devido ao contexto e época em que ela vivia, para ser apenas bonita, educada, uma boa dona de casa que achasse um marido a sua altura, que gerassem filhos perfeitos, e que assim, finalmente, ela alcançaria a felicidade. Sua meta era ser e ter todas as coisas as quais sua mãe tinha falhado em obter, pois na cabeça de Betty, se sua mãe tivesse feito da maneira certa, ela seria feliz. Assim como ela seria um dia. E daí ela conheceu Don. Bem nessa fase dos 19-25 anos em que ela morava com várias modelos e tinha a mentalidade de uma garotinha mimada que era recompensada por ser "tão bonitinha, um passarinho, Birdie". Se Betty era a cara da América dos anos 50 e início dos anos 60, Don era seu perfeito acompanhante. Bem sucedido no trabalho, inteligente, charmoso, impecavelmente vestido e tão bonito que chega a ser irritante, Don Draper era tudo que Betty procurava, na teoria. Betty nunca cresceu durante seu casamento com o Don porque ela não PRECISAVA crescer. Don gostava de ser uma figura paterna pra Betty, assim como ele gosta de ser uma para Megan. A Betty que era casada com o Don NUNCA falaria as coisas que ela falou nesse episódio para o Henry. A Betty só começou a amadurecer de verdade quando ela se separou do Don e percebeu que aquele "sonho de menina" na verdade era um pesadelo. O Don não era um cavalheiro com armadura brilhante, mas sim uma fera que a mantinha presa e infeliz. Ela pensou que se separando dele ela finalmente conseguiria se libertar; que o Henry parecia ser uma pessoa melhor, que pelo menos não trairia e humilharia ela das diversas maneiras que Don o fez. Mas o que a Betty ainda não tinha percebido, ou melhor, percebeu mas se recusou a aceitar, era que Don Draper não era o problema. Ele era parte do problema, sim, mas ELA era o problema. Ela não se sentia bem com a forma que ela mesma escolheu de viver sua vida. Henry por fora não era o Don, mas por dentro e devido a suas atitudes ele continuava sendo tudo aquilo o que Don representava. E o que Don, Henry, e tantos outros representam? O típico homem americano branco e privilegiado, a hierarquia suprema de poder. Ela não o ama, tanto quanto ela percebeu que ela não amava Don… mas ela continuava sendo obcecada por eles. E ela, deliberadamente, apesar de tudo, ainda escolhe viver com eles, pois viver sem eles, naquela época, sendo a Betty do jeito que ela é, seria muito pior. Ela sabe que uma mulher como ela, para sobreviver com três filhos, não pode contar eternamente com a beleza, pois um dia ela acaba. Por isso Betty engordou. Por isso Betty apresenta ataques de raiva repentinos, e por isso ela se importa com coisas que, aparentemente, não tem importância. Porque ela está irritada. Porque ela está infeliz. Porque ela não CONSEGUE amar os filhos do jeito que ela deveria amá-los. Ela os ama, é claro, mas esse amor não é suficiente para ela. Na sua cabeça DEVERIA ser suficiente, mas não é, e essa culpa a consome. Não se engane quando ela falou alguns episódios atrás que os filhos dela não a amavam. Pelas atitudes do Bobby, apesar do abuso da mãe (que se somatizam em dores de barriga, como explicado para Sally), é evidente que ele a ama e a admira. O problema é que Betty não, pois ela odeia ter escolhido (apesar dela não ter outras opções de escolha, novamente devido à época*) ser uma dona de casa e foi isso que Sally percebeu algum tempo atrás (poderia ser escrito trabalhos de doutorado do porquê nem Betty nem Don deveriam ter filhos, pobres crianças). Apesar de Betty estar presente no dia-a-dia, diferente de Don, ela não ESTÁ presente no dia-a-dia. Na prática, ela faz tudo o que uma mãe faz, mas não consegue criar momentos de verdadeiro afeto com seus filhos. As babás dessas crianças sempre foram muito mais pais pra elas, no sentido carinho, do que Betty ou Don. E isso era muito da época, também. Hoje, o mais engraçado, é que Sally representa pra Betty algo como a materialização de sua consciência e de seu ódio eterno por si mesma, gritando verdades e medos na cara dela constantemente. "Sua vida é inútil!" "Você não passa de um enfeite descartável!" "Eu odeio seus valores e tudo o que você representa!". Internamente, Betty odeia também, e por isso ela cai nesse ciclo eterno de ser e estar miserável; descontando nos outros, principalmente, em seus filhos.

Mas essa temporada representa mudanças, pelos tempos que estão por vir, e por menores, ou maiores, que elas sejam nas personalidades de cada personagem dessa série. E apesar de Betty continuar sendo uma mulher infantil (isso é inerente de quem ela é como ser-humano), que se preocupa sim com superficialidades (pois foi ensinada dessa maneira), pró-guerra e uma republicana de coração, que foi o primeiro discurso que saiu da boca dela nesse episódio e que a arrumou encrenca com o Henry (que, de novo, não é nenhuma surpresa o jeito machista, petulante e superior que ele agiu; ele já se mostrou ser assim diversas vezes), apesar de tudo isso, o outro discurso que sai da boca dela no final desse episódio não exatamente condiz com esse seu "lado", mas ainda assim são coisas que ela sente e pensa no seu interior, e que condiz mais com a esquerda liberal e os hippies da época. Ela é sim uma mulher inteligente, educada, que pensa e articula sobre diversos tópicos, incluindo política. Se ela quiser, ela se candidata a qualquer cargo sim, porque afinal ela sabe falar italiano, pelo amor de Deus! hehehe (se tem uma frase que consegue esclarecer muito bem como a Betty pensa e funciona, foi essa). Suas duas facetas vão perpetuar essa guerra eternamente dentro dela, e essa cena serviu pra mostrar o quanto Betty Francis cresceu e amadureceu durante todos os anos. Betty Draper nunca teria falado aquilo, ainda mais com o marido, ainda mais daquela forma.

Sobre a storyline do Ginsberg, eu sempre suspeitei que ele apresentasse algum tipo de doença mental, ou que em alguma hora ele pudesse surtar de vez. O show também deixou dicas ao longo de suas temporadas que Ginsberg poderia se sentir atraído por homens. Mas nem em meus sonhos mais estranhos eu previ a cena em que ele entrega, embrulhado numa caixinha, o seu mamilo para Peggy. Comparações bizarras à parte, mas me fez lembrar Van Gogh e a orelha cortada que ele entrega para uma prostituta. Quem sabe seja uma mania de grandes gênios da arte hehe. Mas foi uma cena incutada com a loucura típica de Mad Men, porém elevado ao máximo, e extremamente triste. Não apenas nesse episódio que o computador representa o futuro que está por vir, e que esse futuro acarreta mudanças irreparáveis, as quais os protagonistas ou terão que aceitá-las e mudarem junto com elas, ou serão deixados para trás, para um fim que, inevitavelmente, virá. Pois é o fim de uma década, de uma era. É o fim dos anos 60. Haverá, e já está havendo como mostra Megan, Amy, Stephany e Margaret no outro episódio, o surgimento de uma nova mentalidade e de uma nova cultura. Don, Roger e até Mona são coisas do passado, ou melhor, eles continuaram os mesmos. E eles estão passando por um tremendo sufoco para não serem deixados para trás, para não serem esquecidos juntos com seus ideais, substituídos. E o ápice disso tudo é materializado pelo computador; ele em si não é o que perturba Ginsberg, mas o que ele representa. Afinal, é o começo da substituição do homem, indivíduo, pela máquina, entidade. Mas eu nunca pensei que o primeiro a enlouquecer de vez por este medo seria o Ginsberg, mas foi: ele colocou, literalmente, o mad no men hehe. Por um lado, acho que a mesma intensidade que alimentava sua criatividade, alimentava também seus problemas mentais. Feldman fez um trabalho estupendo nesse episódio, de cortar o coração.

Agora sobre Don e Megan… faz tempo que a relação desses dois vai de mal a pior e me surpreende a persistência deles em se agarrarem a algo que, claramente, não funciona mais para ambos. Don e Megan não só estão em lugares diferentes e opostos (LA/NY), como apresentam idades diferentes e mentalidades diferentes. Megan é, e sempre foi, muito mais adepta a essa pseudo-contracultura, que não é tão extrema como a da Stephany, mas ainda sim muito mais liberal e progressiva que o próprio Don. Acredito que esse foi um dos motivos que a irritou sobre Stephany inclusive, expondo o quão fingida é essa postura dela, com suas festas bohêmias e não ter problema nenhum em fazer um threesome, em contraste com a outra, uma verdadeira hippie, suja e vegetariana, vivendo livremente sem dinheiro nem pra manter seu bebê vivo. Além do obvio, escrachado pela própria Megan: que Stephany é muito bonita, e que elas devem ter idades muito próximas. Quando Stephany aponto que conhece os segredos de Don, serve como gatilho para despertar (ainda mais) os ciúmes de Megan, que se sente especial por ser uma das únicas confidentes da história de Don/Dick, sendo lembrada que ela não é tão especial assim. E quando ela afirma que Stephany não conhece Don tanto quanto ela, parte disso é verdade. Stephany conhece Dick, mas Megan conhece Don, o Don Draper. Quando ela vê que Don na manhã seguinte do ménage, ele ainda está mais empolgado com a ligação de Stephany do que o ocorrido da noite anterior, que em parte ela fez só para agradá-lo, só para segurá-lo mais um pouco, pensando que era isso que ele queria, ficando realmente triste em ver que esse não era o caso. Engraçado também como o episódio usou Megan e Betty como tramas espelhos/paralelas: ambas não conseguem mais se conectar com seus respectivos maridos, e até a festa que elas organizaram serve de link entre as histórias. Já Don ele se sente completamente deslocado com Megan e com os amigos dela. É palpável sua angústia na festa, e sua (falta) de interação com eles. Don se sente velho, antiquado. Quando ele vê Harry é um grande alívio, mesmo sendo alguém que ele não goste e até despreze, é alguém que faz parte do seu mundo, que pelo menos ele entende. E sua saída com Harry acaba sendo bem produtiva pois descobre sobre o plot do Cutler e do Lou em pegar uma conta de cigarros (ligando-se assim, a trama de Ginsberg, quando ele os vê na sala de computação). Aí, chegamos no climax do episódio: Don Draper em sua boa e velha forma. Quebrando várias das regras impostas pelos sócios para ele continuar trabalhando na empresa. Os cartoon do Lou sobre o Scout poderiam ter um novo nome: Don Draper, pois ambos aceitam de tudo, menos uma ordem.

Episodio 7x5 - Nota 9 2017-01-11 22:46:21

Eita, nem eu percebi o quanto escrevi sobre esse episódio :p Aposto que ninguém vai ler.

Episodio 7x5 - Nota 9 2017-01-11 23:03:49

Esse * na review é porque eu me lembrei daquela cena do Ted e da Peggy, em que ela fala: Well, aren't you lucky? To have decisions.

Episodio 7x6 - Nota 10 2017-01-12 01:28:54

Alguns dizem que somos reflexos daquilo que nos importamos. Nossa identidade é construída em torno das coisas as quais valorizamos e temos apreço. Mas afinal, o que Don, Peggy, Peter, Joan e até Roger valorizam? O trabalho, a agência. A satisfação pessoal equivale a satisfação profissional. Don e Peter, ambos tiveram famílias, ambos tiveram várias mulheres, mas eles nunca se mostram tão contentes quanto quando alcançam o anúncio perfeito, no caso de Don, ou uma grande conta, no caso de Peter. A verdade é que tentar se encaixar no núcleo familiar, construir laços PERMANENTES com pessoas que não entendem o trabalho, é muito difícil para eles. A época em que Don era mais feliz com Megan foi quando ela trabalhava na empresa e entendia, fazia parte daquele lugar. Don nunca amou tanto suas mulheres, ou suas amantes, e por muitas vezes e por muito tempo (inclusive mesmo já confessado pelo personagem a Megan) até seus filhos, em comparação a suas outras criações. Tentar entender o porquê disso é bem mais complicado, e acho que envolve muita da época (e não se enganem, do país) em que esses personagens estão inseridos. Normalmente, woorkhalics se afundam no trabalho por não enxergarem significado em suas vidas, então é mais fácil focalizar no seu cotidiano e no que se pode ser feito, ainda mais se você é realmente bom no que faz (o caso do Don). E eles são pessoas que acima de tudo, colocam o trabalho em primeiro lugar, e acabam afastando todo mundo no processo. “What do you have to worry about?””That I never did anything. And that I don’t have anyone”. Quando essas pessoas começam a questionar se até isso vale a pena, ou vale qualquer coisa, é quando realmente se instala uma crise. Em parte, e repito EM PARTE (porque Don Draper é um dos caras mais complicados e complexos da televisão, nunca é APENAS com ele) do porquê Don entrou em gradual colapso na temporada passada, foi que ele começou a duvidar da agência e de sua própria capacidade. Mas quando de fato ele o perdeu, foi a hora em que percebeu: ele precisava mudar. E Don já mudou muito nessa temporada. Primeiro de tudo, ele resolveu ficar. Ficar para resolver as coisas. O Don Draper da primeira temporada, provavelmente, só iria desaparecer e tentar recomeçar em algum outro lugar. Esse Don Draper não. Ele é mais sincero, bebe (relativamente) menos, se controla ao redor das mulheres, e ele está realmente tentando. No trabalho, com seus filhos, com Megan.

E Don, Peter e Roger possuem algo em comum devido a isso. Todos eles conseguiram afastar suas famílias de formas inimagináveis. Isso já foi mostrado em relação ao Don, em relação ao Roger (como esquecer das cenas dele e de Margaret na casa dos hippies?), e dessa vez foi em relação ao Peter. Tammy não reconhece, e até tem medo, do próprio pai. Ele é um completo estranho pra ela, e isso é duro, e até constrangedor para o telespectador ver. Peter fica visivelmente irritado com isso; na cabeça dele, sua filha se sente mais confortável com uma mulher a qual ele paga pela companhia, do que com ele. E a cereja do bolo é ver que Trudy também seguiu em frente, que ela não precisa mais dele. Agora é definitivo: ele sabe que nunca mais vai fazer parte daquela família.

Peggy se mostra quase obsessiva nesse episódio pelo seu trabalho, algo que ela sempre foi, mesmo quando ela era uma secretária. Ela olha pra sua campanha sobre uma família “típica” americana (que, muito bem apontado por ela mais tarde no episódio, não existe mais, e eu particularmente duvido muito que já existiu), enfocando na figura da mãe, e olha para ela mesma, com seus 30 anos, e percebe: o que ela sabe de verdade sobre ser uma mãe? O único filho que ela teve, em sua cabeça, ela abandonou. E para que? Para focar no trabalho. E também porque Peggy sempre quis uma família, mas ela queria da maneira certa, do jeito correto de se ter uma. Naquela época seria muito difícil ser uma mãe solteira mesmo, e infelizmente ela nunca teria chegado tão longe, sendo redatora-chefe, se tivesse que cuidar de uma criança sozinha. Mas a criança não foi a única coisa que ela perdeu por causa do trabalho... sua relação com Abe também. Teddy e Peter seriam os únicos que poderiam entender este seu lado, mas preferiram e escolheram permanecer com suas respectivas mulheres, com suas respectivas famílias. E hoje, tendo passado por tudo o que ela passou, estando em uma situação de relativa estabilidade financeira e num cargo de relativo poder, ela se encontra absolutamente sozinha. E desde o primeiro episódio dessa temporada consigo ver como isso está afetando-a. A Peggy se tornou uma mulher amarga, que teme ter feito as escolhas erradas em sua vida, que teme ter chegado aonde ela queria chegar, e percebido tarde demais que, talvez, não fosse tudo aquilo que ela tivesse imaginado. Eu temo por ela, temo que ela seja assim eternamente. Torço muito pela Peggy e quero que ela seja muito feliz. Mas sei que essa palavra, e esse conceito em Mad Men (quem estou enganando, na vida) é algo impossível de se esperar. A cena dela com o Don... eu não tenho palavras. E normalmente quando isso acontece, quando esses momentos de pura intimidade e beleza são presenciados (apesar que, mesmo sendo uma série de TV, Mad Men não parece ser em grande parte do tempo, então eu me sinto uma intrusa de verdade, espiando uma cena íntima entre duas pessoas, e essa foi a impressão que a jogada de câmara conclui no final, em que podemos avistar eles apenas por uma fresta da porta), a única maneira que eu consigo me expressar é através das lágrimas. Tocou meu coração profundamente, eu adoro ver esse par unido e se ajudando. Afinal, Don e Peggy se conhecem tão bem, e de tantas maneiras, não só porque eles já dividiram muita história, mas eles dividiram muito história porque (nas coisas que verdadeiramente importam) eles entendem um ao outro. E esse tipo de compreensão mútua cria laços de amizade indestrutíveis.

Sempre preferirei episódios sentimentais, que focam nas emoções dos personagens, e esse foi um deles. E terminou da melhor forma possível: a materialização do anúncio que Peggy e Don criaram para Burger Chef (afinal o conceito de família é muito mais amplo do que aquele que se tradicionalmente vende; às vezes, família são aqueles que escolhemos para dividir uma mesa e uma refeição pelo simples fato da companhia, pelo simples fato de que são aquelas pessoas as quais nos identificamos e escolhemos passar o nosso cotidiano), com eles próprios. Uma família, com tantas histórias divididas, tanto entre os dois, tanto entre Peggy e Don, quanto Peggy e Peter, como Peter e Don. E a câmera se afastando deles lentamente, ampliando seu quadro para mostrar outras mesas, outras famílias, outras histórias e momentos compartilhados, assim como fala o anúncio, foi de terminar o episódio aplaudindo.

Episodio 7x8 - Nota 9.5 2017-01-12 23:51:15

É sempre difícil definir “o” tema de algum episódio de Mad Men. Sempre suspeitei que, assim como as melhores propagandas, os episódios desse show e suas interpretações são muito mais intersubjetivas... Weiner pode ter feito o episódio com algo bem definido em mente, mas mesmo assim, Mad Men sendo uma obra tão complexa e sutil, eu irei perceber a mensagem que eu queira perceber. A mensagem que eu possa receber, a mensagem que mais se encaixa comigo e com o que eu estou sentindo. E o que mais me chamou a atenção nesse episódio foi os caminhos que os três personagens principais das tramas (Don, Ken e Peggy) escolheram não percorrer em suas vidas. Essa temporada, em especial, contém diversas conexões com a primeira, e por isso gostei muito que retomaram um dos casos mais emblemáticos do Don... Rachel. Na primeira temporada, Don após ter seu segredo descoberto por Peter, planeja fugir e levar Rachel junto com ele para LA. Porém, ao ver que ela estava disposto a deixar tudo para trás (seu emprego, mulher, e até seus filhos) ela percebe que Don Draper não queria fugir COM ELA, porque ele estava apaixonado por ela exclusivamente... ele apenas queria fugir. E o que seria da vida de Don se ele realmente tivesse fugido com Rachel? Mas ele meio que foi forçado a ficar, com sua família, com a vida que ele odiava mas que ainda foi a vida que ele tinha escolhido primeiramente. Em vários momentos da nossa vida nos deparamos com encruzilhadas e somos obrigados a fazer uma escolha. Uma escolha que exclui uma diversa gama de outras escolhas, de outros caminhos. De outras vidas. Como seria Don Draper hoje, se ele tivesse seguido aquele caminho? É algo que o personagem fica se perguntando durante todo o episódio, e tudo por causa de um sonho. Um sinal, como bem apontado por Ken, que o fez procurar por Rachel. O sonho foi muito interessante, porque em contrapartida com a cena inicial da primeira audição, ele não parecia um sonho. Então o choque e a confusão de Don ao perceber que Rachel estava morta foi a mesma que do telespectador. Hoje em dia, algumas cenas que Don percebe/enxerga não se dá mais pra distinguir de realidade e de alucinação. E daí ocorre as cenas com a garçonete, que também evocam uma sensação de ser algum tipo de sonho estranho que está se passando na cabeça de Draper, um dejavu. Por que ele (e eu também) tem a estranha sensação que conhece ela de algum lugar.Já Peggy, mesmo muito desconfortável com toda a situação que se deu com Joan na McCann (e que situação desprezível, que nojo daqueles homens miseráveis), ela ficou um pouco incomodada sim por ter sido completamente ignorada ao lado de Joan (isso ao decorrer da série como um todo, inclusive por serem as únicas mulheres com posições de relativo poder dentro da empresa, as únicas que podem competir, em certo nível, naquele ambiente), levando ela a aceitar um encontro arranjado. E nesse encontro, que acaba sendo bem divertido na verdade, ela confessa que sempre quis ir pra Paris, mas sempre adiou. Na terceira temporada, quando Duck queria que Peggy trabalhasse em sua agência, atraia ela com uma conta da Hermes, e ela perguntou se poderia viajar para lá. E é também o motivo por uma das famosas cenas em The Other Woman, e um dos piores momentos de Don, em que ao Peggy sugerir que o comercial da Chevalier Blanc fosse filmado em Paris, ele joga notas de dólar em sua cara, na frente de todos os seus colegas, falando que se ela queria visitar Paris, era só ela ir. “I once quit a job because I wanted to go to Paris.” Foi nesse último momento de humilhação extrema que Peggy reuniu coragem e decidiu deixar a SCDP e seu mentor para trás. Ela poderia ter ido para Paris em diversas ocasiões, mas ela decidiu não ir em todas elas, e focar no trabalho, na vida a qual ela já estava familiarizada e que ela já tinha escolhido. No final do episódio, mesmo já tendo feito promessas para seu encontro e decidido na hora que eles iriam para Paris naquele instante, ao não conseguir achar seu passaporte, ela desiste da ideia. Como se isso fosse um sinal, um sinal para ela não ir. E no final do episódio, dá para ver que ela deixou a ideia de ir pra Paris de lado, como se tivesse sido uma epifania conduzida apenas pelo álcool, e voltou ao trabalho (mais uma vez).Ken foi a história mais interessante para mim, até porque o personagem esteve muito apagado nessas últimas temporadas. Mas uma coisa é certa: ele não esteve contente com seu trabalho, não nos últimos anos, e nunca pra falar a verdade. A sugestão de sua mulher para largar o trabalho e focar na carreira de escritor, porém, não é bem recebida pelo personagem na hora, ao contrário do que a maioria poderia pensar. Ken dá um discurso que não condiz com seus sentimentos, ou por medo de ser um completo fracasso como escritor, ou por orgulho ferido de ser sustentado pela mulher (um estigma que permanece até hoje, quem dirá em 1969)... não pelos motivos certos. Mas, por ironia do destino, Roger o demite no outro dia. E como o próprio personagem diz pra Don, ele se sente aliviado, pois é como se fosse um sinal. Estava tudo certo para ele, já tinha aceitado o seu “destino” e, inclusive, passando todas as suas contas para Peter, quando o mesmo diz: “And you know what? If you get tired of the writing, I hope you know you can always use my name. I have nothing but good things to say about you.” É perceptível a mudança no rosto de Ken nessa hora. Afinal, ele e Peter começaram juntos praticamente (lá na primeira temporada, de novo, conexão), mas, apesar de ele ser um cara mais bacana, que sempre permaneceu na sua, era Peter que tinha um nome “referencial”, foi Peter que se tornou sócio, mesmo sendo um completo babaca egocêntrico, enquanto ele estava sendo demitido. E então ele desiste de tentar percorrer esse outro caminho que sua vida podia ter seguido, para voltar aos mesmos ciclos e ambientes ao qual já estava acostumado. Mas com um pequeno diferencial dessa vez: ele era o cliente. E se alguém entende todas as vantagens e benefícios de ser um cliente, esse alguém era Ken. Achei um belo episódio para abrir essa segunda metade da temporada, cheio de simbolismo e pequenos detalhes, com um roteiro tão bem amarrado que só Mad Men consegue fazer.

Episodio 7x10 - Nota 9 2017-01-14 01:13:43

Dois dos principais temas desse episódio: futuro e beleza. Glen escolhe seu futuro, optando por se alistar para o exército e ir para o Vietnã. “Optando” e “escolher” são palavras fortes, já que ele se sentiu encurralado pelo seu padrasto, devido ao fato que ele reprovou na faculdade. Glen vai participar de uma guerra ideológica (com enormes chances de morrer, excluindo o poder de se quer ter um futuro mais prolongado) que ele mesmo não acredita, no fundo. Pelo menos ele tentou usar essa situação em seu favor para conseguir beijar Betty depois de todos esses anos rs, devido ao segundo fator: sua evidente beleza. Achei muito interessante retomarem essa dinâmica entre os dois personagens. Sempre foi uma relação que me fascinava MUITO, e o momento na cozinha, apesar de ser sempre estranho, também foi muito emocionante. Como o Glen falou, Betty conhece ele, o verdadeiro ele, e provavelmente o Glen é a única pessoa na vida de Betty, mesmo depois de todos esses anos, que a conhece também, e ainda gosta do que vê (obviamente não estou falando apenas de seu exterior). Achei engraçado quando ele menciona no começo do episódio que estava fazendo faculdade e a Betty fala que ela mesma iria começar logo. Parece até que os dois personagens cresceram e amadureceram juntos, ainda que eles não tenham exatamente a mesma idade hehe. Porém a cena mais emocionante do episódio, sem sombra de dúvidas, ocorreu quando Sally liga para se despedir de Glen. Kierna fez um trabalho excelente, como sempre. Dava de ver a dor explícita em suas faces, com o medo de perder seu (único) melhor amigo. Afinal, Glen também é a única pessoa que conhece a verdadeira Sally. De certa forma eles cresceram e se apoiaram um no outro, unidos pelo fato de compartilharem famílias problemáticas. Sally também é questionada sobre seu futuro: o que a menina quer ser quando crescer? A famigerada pergunta a qual não podemos mais nos livrar depois de certo tempo. Sally porém só quer o jantar, por enquanto. E fugir de seus pais.

Um paralelo cruel que o episódio constrói se dá entre Glen e o novo amante de Joan, Richard. Enquanto um está no começo de sua vida, porém com um destino fadado quase selado, preso em uma guerra a qual não resultará em nada, o outro já está no final, porém livre para fazer o que bem desejar. Isso que é inversão de papéis. E sobre Richard bem que eu estava suspeitando o quão bom ele estava sendo durante o episódio, para depois ele se revelar. Amei a cena no escritório em que Joan confronta ele, que mulher incrível. Quero muito é que ela seja feliz. (Vocês perceberam que quando a Joan esta discutindo com a babá e grita “você está destruindo minha vida!”, ela, na verdade, está se referindo ao filho, o qual, de uma maneira ou de outra, é seu ÚNICO futuro; por isso, logo depois, ela se sente evidentemente culpada quando ele se despede... que cena curta, mas significativa).

Já Don é forçado a escrever sobre o futuro da empresa, que se mostra uma tarefa bem difícil para ele, pois o mesmo não consegue imaginar nem o seu próprio (quem dera querer um). “Just reasonable hopes and dreams”, argumenta Roger. Assim, parte do episódio ele pergunta para diversas pessoas o que elas desejam que acontecesse no futuro, como Ted e Peggy, até Sally, para inspiração (não só para o discurso de Roger, como para si mesmo). Mesmo Don rindo dos sonhos de Peggy, ele a inveja por ainda ter ambições e esperanças quanto a sua carreira profissional, e a criação de algo “duradouro”. Ele já concluiu boa parte da lista de Peggy, se for parar pra pensar: diretor de criação, ter grandes ideias e fama... porém ele não possui nada duradouro. E seu tempo está acabando. Seu futuro é cada vez mais curto, diferente de Peggy. Até sua beleza não durará para sempre, e Roger ainda aponta o estado de sua aparência física no início do episódio, inclusive. Após todo o incidente com Mathis, Don se pergunta o quanto de sua (boa) aparência teve uma influência direta no seu trabalho. Mathis, por sua falta de beleza e eloquência, não consegue se sair bem com os mesmos truques usados por Don (a beleza exorbitante de Joan também é bem ressaltada durante o episódio por Richard). O conselho que Don dá a Sally no final é muito bonito (ahá): “You’re a very beautiful girl. It’s up to you to be more than that.” Aparência ajuda sim, mas definitivamente não é tudo. Don ainda teve que trabalhar muito, e ser talentoso em suas próprias ideias, para chegar aonde está, ainda mais de onde ele veio. A cena final não é nada sutil em fechar de vez um capítulo para nosso protagonista, em direção a um futuro indeterminado.

Episodio 7x10 - Nota 9 2017-01-14 01:26:32

Sim! hahaha Betty < 3

Episodio 7x12 - Nota 10 2017-01-16 01:00:39

Entre as melhores coisas que eu vi nessa vida, e eu já vi muita coisa, duas cenas se destacarão pra sempre na minha memória: Roger e Peggy na última cena no escritório da SC&P e a Peggy entrando na McCann. As cores, a música, a fotografia, A DIREÇÃO (o ângulo da câmara ao capturar Roger girando, com a Peggy suavemente ao fundo, QUE LINDO) dessas cenas. Mad Men é uma das melhores obras de arte que esse mundo teve o prazer de criar.

E a cena do Don ao entrar na reunião. Olhando para apenas metade (!!!) dos Diretores Criativos da empresa, basicamente todos com a mesma aparência, com os mesmos olhares apáticos e apresentando os mesmos movimentos, até as mesmas reações ao discurso do researcher. E o que Don não pode deixar de notar, a ironia e hipocrisia maior era que eles estavam fazendo um discurso do "típico homem médio americano", como se ELES fossem todos iguais, e se divertindo com a descrição. Don Draper, eu teria feito a mesma coisa.

P.S: Lost Horizon faz uma clara referência ao filme que Don e Megan estavam assistindo no primeiro episódio dessa temporada, que fala sobre um lugar utópico em que não havia infelicidades, injustiças ou preocupações. E nesse caso, o lugar (sarcasticamente) seria a McCann. Mas, na realidade, vemos que é bem o contrário.

Episodio 7x12 - Nota 10 2017-04-28 00:20:48

AWN QUE FOFA!!!!!!! muito obrigada < 3

Episodio 7x13 - Nota 9.5 2017-01-16 03:41:10

< 3


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Lara

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