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Twin Peaks By





Episodio 1x1 - Nota 9 2016-09-09 17:46:56

Muitos personagens e por revelar nessa atmosfera bem criada sobre o que estará escondido debaixo de nossos olhos. É uma série datada sim, o piloto indica, mas é fato que legou muitas influências às séries de drama investigativo. Esse desenvolvimento lento é bom de ver porque aponta sempre aos detalhes, à ideia de que as vidas de todos ali não são tão pacatas quanto parecem em uma primeira observação.

Só nesse piloto, já imagino o que essa série representou pra The X-files, The Killing, Top of the lake... Muito legal vê-la como uma pioneira. Espero que o mistério envolva mais, enfim. Seguindo.

Episodio 1x2 - Nota 8 2016-09-10 13:08:42

Twin Peaks é a cidade que tem mais gente com a inicial J por metro quadrado.

Audrey é a caricatura da jovem mimada que ainda nos surpreenderá com sua personalidade. Aliás, todas essas caricaturas são maçantes, mas por ser Lynch, tudo deverá fazer um sentido espantoso ao final (ou nos deixar com a cabeça em polvorosa, ahaha).

Entendemos um pouco como Cooper treina sua visão para perceber detalhes por ângulos inusuais, uma prática de investigação sherlockiana em um drama que promete ser bem mais que isso. Espero que não decepcione.

Episodio 1x3 - Nota 9 2016-09-10 14:00:05

Ao mesmo tempo em que vemos uma trama bem realista, com o caso das trapaças da madeireira, a investigação caminha pelo nonsense de forma deliciosa. O time da delegacia é surpreendentemente cativante, ao que Cooper o completa com essa personalidade que, por acreditar em uma revelação espiritual, aprendeu a observar e valorizar as pequenas coisas, desde o cheiro dos pinheiros Douglas até as pistas mais improváveis para se chegar ao assassino (aliás, adorei o nome do episódio).

Audrey se aproxima dele nisso, nessa tendência de se entregar ao enlevo de uma música em público, sem nenhum tipo de constrangimento. Talvez eles tenham se reconhecido e conectado imediatamente por isso.

Não sei absolutamente o que pensar desse final, ahaha... Essa cena teatralizada, construída no inconsciente de Cooper na forma de sonho é realmente muito curiosa. A Vênus que se cobre, assim como o quarto vermelho, provavelmente é referência à casa de prostituição que Blackie administra. E aí não dá pra saber se o pesar do tio de Audrey lamentou a morte de Laura por solidariedade ou porque esperava encontrá-la lá.

Episodio 1x3 - Nota 9 2016-09-10 14:03:35

Os sonhos de Sopranos são espetaculares nessa linha nonsense. Talvez tenha alguma referência daí, inclusive. Muito bem lembrado :3

Episodio 1x4 - Nota 8 2016-09-10 21:47:17

Esses nomes dos episódios são muito precisos :3 Não sabemos do descanso de Laura, mas é certo que seu assassinato trará muitos desconfortos para todos ali, inclusive porque muitos mistérios estão pra vir à tona com essa investigação, desde o comércio de cocaína que promete ser bem maior do que se mostrou até agora até às negociatas do cassino que devem guardar ainda mais segredos. A comunidade ali se abalará, sem dúvida.

E essa prima de Laura que é a cara dela, aparecendo justamente quando a novela apresentava as gêmeas? Da mesma forma, Cooper sonhando com uma sósia de Laura, sendo iluminado com a informação para esquecê-la logo quando acordou...

Gostei bastante dessa sociedade secreta de Twin Peaks porque ela serviu para atentar a um ar místico da cidade, algo de misterioso para além das relações humanas que já reúnem todo esse nonsense característico. Tudo é muito exagerado na cidade onde a morte causa comoção generalizada (ou quase), como disse Cooper.

Episodio 1x5 - Nota 8.5 2016-09-10 23:10:01

O carroção de três dando o que falar :o

Muitas coisas sobre como esse episódio andou em relação à investigação, embora provavelmente muitas dessas pistas conduzirão a saber não acerca do assassinato em si, mas da personalidade de Laura, que muita gente não conhecia e muita gente não admitia conhecer. Nesse passo, gosto muito da transparência de Audrey quando convém, dessa forma que ela tem de buscar o que quer e de encarar as pessoas e suas verdades incompletas. Aliás, está muito bem na resolução do mistério e tende a descobrir segredos demasiado incômodos, inclusive do pai.

Por falar no pai de Audrey, eu não imaginei que ele tivesse envolvido em crimes tão pesados e em uma relação tão próxima com Leo. Esse fator deixou a trama mais instigante, assim como o marido de Norma ter aparecido e já colocando uma interrogação sobre uma personagem que até agora parecia insuspeita, Josie.

O entrosamento de Cooper com os policiais de Twin Peaks tá bem legal, espontâneo, ao mesmo tempo desenvolvendo laços entre eles e revelando mais sobre cada um. Esse clima todo me faz ter saudade de X-files porque parece bem com os casos que eles saíam pra resolver fora do eixo alien-conspiração. Quase dá pra visualizar Scully e Mulder chegando ali, pela estrada dos pinheiros, ahaha.

No mais, é bom ver que a série só cresce até aqui :3

Episodio 1x6 - Nota 9 2016-09-11 18:43:56

O crescimento que mais gosto até aqui é o de Audrey porque ele não traz grandes dramas, mas as astúcias que ela desenvolve de acordo com suas necessidades (questionáveis os motivos ou não). É fato que ela não tem nada de altruísta, ou pelo menos não revelou nada nesse sentido até agora, mas não é simplesmente a menina disposta a seduzir Cooper. O modo como ela se comoveu com o pai de Laura ilustra isso.

A parte da senhora do tronco lembrou muito o Chapeleiro Maluco de Alice e seu país das maravilhas dos sonhos. Acabou que eu adorei a cabana, ahaha.

A investigação vai ficando cada vez mais instigante :3

Episodio 1x7 - Nota 8.5 2016-09-11 20:32:22

Bobby, the flash.

Não consegui gostar da prima de Laura até agora, sem falar que eu nunca sei o que pode vir dessa semelhança, mas talvez seja mesmo o doutor a nos dar pistas sobre ela, já que parece que conheceu muito bem as intenções e a capacidade de jogo que Laura tinha.

A coisa mais interessante do episódio foi a reviravolta na serraria, ao lado das revelações de Waldo. Esse marido de Norma realmente chegou causando alvoroços e reordenando as imagens que tínhamos sobre aquele núcleo que veio se mantendo meio que paralelo. Também serviu pra mostrar que ali não existem inocentes.

Episodio 1x8 - Nota 9.5 2016-09-12 01:19:14

e eu só queria os donuts com uma xícara de café.

Episodio 2x1 - Nota 9 2016-09-12 12:14:02

Definitivamente, o personagem que eu tenho mais agonia nessa série é do pai de Laura. Suas aparições são todas, absolutamente todas, desconfortáveis pra mim. Até com Nadine me sinto mais à vontade.

Não lembro de outro episódio que tenha feito com tanto contraste as cenas de início e de fim como esse. Enquanto Cooper encontrava graça na situação e simpatia pelo velhinho (foram três vezes em que ele insiste nos gestos de camaradagem e quando eu pensava que tava voltando porque tinha se tocado da gravidade da situação, lá vinham o joinha e a piscadela - impossível não ir da irritação ao riso), Laura era vítima do horror. E que aflição, minha gente! Enquanto Cooper é chamado à atenção porque esqueceu de algo importante, Ronette acorda e começa a lembrar. A série fez um ótimo retorno por isso e pelos detalhes da investigação que vão se perfilando e apontando como muito ainda falta para que se chegue ao assassino, o que explica esses 21 episódios restantes.

No mais, Hank volta personificando o espírito maligno que ronda Twin Peaks e que a sociedade secreta já apontava na primeira temporada. Ainda assim, mesmo que isso venha sendo evidenciado, fico me perguntando como o aparente poderia ser enganoso aqui. No mais, essa comida contaminada (provavelmente por ele mesmo) provocou a fuga dos padrões, por exemplo, no pai de Bobby. Provavelmente o mesmo acometeu Donna e essa maneira bem-humorada de fazer revelar como ela queria se parecer mais com Laura do que gostaria.

Episodio 2x2 - Nota 9 2016-09-12 14:05:42

Como assim Leland viu o Cabeludo quando era um menino?
Ele é então a encarnação do espírito maligno que usa as corujas para conseguir quase uma onipresença?
Afinal ele é humano e tem capacidades místicas além do nosso vão entendimento?
É um fantasma a vagar por Twin Peaks?
Como ele conseguiu essa capacidade?
O que o neto da senhorinha do começo quis dizer com "ela era uma menina tão boa"?
Estaria Donna sendo contaminada por maus sentimentos, uma inveja de Laura e agora o ciúme de Maddy?
O que Maddy esconde?
O gigante que se comunica com Cooper é alien?
Como o coronel confiou assim na senhora do tronco?
Quem é ela, afinal?
Cadê Catherine?
Como Audrey vai se livrar daquilo tudo?
DE QUEM É O BEBÊ DE LUCY?
Por que não Tem mais cena de "Invitation to Love" (ok, Donna, James-oh-James e Maddy substituíram aquilo)?

Quanta interrogação na minha cabeça!

Episodio 2x2 - Nota 9 2017-07-02 17:40:56

as perguntas quadruplicam, viu? heuheueheu

Episodio 2x3 - Nota 8 2016-09-15 16:37:31

Esse triângulo amoroso, como vem sendo apresentado, é morno e desinteressante, bem aquém do que a série pode fazer. Até aqui só serviu para indicar a revelação de traços da personalidade de Donna que não tinham sido evidenciados e como ela pode se aproximar desse rapaz que tem fobia do mundo. Ele sim promete uma história complexa e as revelações dele sobre Laura me despertaram boas expectativas.

Esse episódio esteve bem aquém dos anteriores: o plot do bebê de Lucy, de Nadine e Ed, do doutor Jacoby, o de Shelly... bem cansativos. Espero que o de Audrey se mostre significativo pra investigação, enfim.

Episodio 2x4 - Nota 7.5 2016-09-16 10:02:03

O juiz que acredita em Valhalla me fez ter saudade da senhora do tronco e eu não sei bem o porquê. Personagem que traduz bem essas incógnitas da série e que não aparece com tanta frequência quanto eu gostaria, embora isso colabore um pouco pra atmosfera de expectativas quando ela surge.

Dois episódios seguidos que diminuem o caráter prazeroso da série. O nonsense decaiu e, com ele, a investigação. O rapto de Audrey pode ainda render algo de importante pra trama central, mas tem tomado muito tempo. Além dele, esse crítico chegando, a gravidez de Lucy, o triângulo amoroso... Muita coisa desnecessária e que prejudica aquele ótimo ritmo da primeira temporada.

E ninguém mais fala na escola desses jovenzinhos, gente?

Episodio 2x5 - Nota 8.5 2016-09-17 18:42:43

Parece que Laura se via obrigada a se reprimir, reprimir suas vontades e seus desejos devido ao caráter conservador de Twin Peaks, das pessoas que a cercavam. Se achava anormal por suas preferências no sexo e provavelmente buscou em Harold o que via como uma pureza natural, sem hipocrisias, ele que era diferente como ela, que a poderia entender por causa disso. Não fazia ideia de como tantas pessoas guardam, trancam, escondem suas preferências para não parecerem indecentes diante de outras que também vivem de máscaras. É uma peça. Ao que me parece, Laura não conseguia compreender ou aceitar a normalidade de viver com máscaras. Acabou por ser vítima da perversidade de alguém que se sentia no direito de ferir outrem. Agora, cabe ver o que Harold fará a Donna e Maddy. Não acredito em alguma maldade/ perversidade vinda dele.

Gostei do resgate de Audrey, da participação de Hawk ali no final. Lealdade é mesmo uma coisa muito bonita. Esse episódio cresceu em relação aos outros dois. Espero que volte o nonsense com mais força, principalmente após a cena do final :3

Episodio 2x6 - Nota 8.5 2016-09-18 22:54:01

O caráter místico sempre foi anunciado em Twin Peaks, sempre apontado para o hotel e suas passagens secretas, seus palcos que serviram para tramas malignas e encontros bonitos (Cooper e Audrey), para a tentativa de assassinato de Cooper, mas também para que o Gigante se comunicasse com ele, como se favorecesse o pouso daquilo que escapa das explicações comuns. A associação entre a água do rio que corta sua frente com a água na qual Laura foi encontrada, nessa impressão de que tudo está bem abaixo de nossos olhos, como o bilhete que Audrey deixou a Cooper. Muito bom ver a série retornar com intensidade a isso, embora eu ainda sinta muita falta do nonsense característico da primeira temporada, que está presente agora, mas esmaecido pela necessidade de se apontar mais indícios práticos para a solução do caso. Tudo temperado pela participação de Lynch :3

Algo em que a série pareceu se enroscar e agora é difícil continuar seguindo e esquecer desses passos é o tanto de plot desnecessário que só tendem a dar trabalho e exigir um fôlego a mais para que se encaixem na trama central. Ao menos espero que o triângulo amoroso seja retirado. Enquanto isso, Nadine e Leo-Shelly-Bobby continuam a apagar um pouco a empolgação do episódio, assim como essa insinuação de que pode haver um romance mais prolongado entre Josie e o Xerife.

Episodio 2x7 - Nota 10 2016-09-19 21:12:57

O desconforto, a sensação de que algo não estava certo naquela personalidade que até agora me parecia apenas perturbada devido à morte da filha, foi sendo semeado há tempos em cada cena na qual Leland aparecia. Não creio que se trate de dupla personalidade não, mas ele incorpora o espírito. Tanto, que já foi falado desse caráter místico a ser descoberto, houve essa mudança repentina na cor de seus cabelos e a esposa dele já viu Bob e se assustou, assim como Maddy. Ele mesmo já viu Bob. Provavelmente usava seu corpo desde que era criança.

Há algo que me intriga desde o episódio passado com relação a Leo, justamente o fato da voz e do pedido remeterem a quando ele era criança. Seria o mesmo que atingiu Nadine e a faz imaginar estar na adolescência? Ainda assim, não tenho ideia do que provocaria essa força descomunal nela.

Curiosa sobre o que tem de revelador na fita que Bobby encontrou. Triste por tudo que Audrey passou, descobrindo o caráter de seu pai. Também pela morte de Harold. Esperançosa para que Maddy não tenha morrido, afinal. Satisfeita pelo modo como Catherine se revelou a Pete, já que ela parece sinceramente disposta a se redimir. Satisfeita tb com a volta da senhora do tronco - ela sempre anuncia essas barreiras entre o físico e o metafísico, além de ser tão original que, apesar de aparecer tão pouco, é uma das personagens que mais quero bem < 3

Episodio 2x8 - Nota 9 2016-09-19 22:25:08

Bob parece querer expor Leland, se descuidando e se tornando cada vez mais indiscreto. O que disse a James e Donna sobre ter deixado Maddy no ônibus, se livrando do corpo dela (novamente na água) ali perto, atraindo os policiais na pista... parece que ele mal se contém, visando cada vez mais transtornos.

Bom saber que o plot de Catherine afinal servirá para eliminar Horne como suspeito, mas ainda assim, os outros estão ainda soltos demais, principalmente o de Lucy. Pra compensar isso, a investigação voltou a um ritmo muito instigante :3

Episodio 2x9 - Nota 10 2016-09-19 23:37:26

O mal espreita os fracos para punir os fortes que o recusaram. Essa metáfora do final foi absurdamente franca, inquietante, assustadora. Que bom que o universo arranja forças para compensarem isso. Estranhamente, elas são constantemente retratadas como aquelas que sempre vencem a maldade do mundo, mas só depois de uma saga, em roteiros que insistem em fazê-las parecer desarticuladas. Ao juntar as pessoas, Cooper reuniu as forças e expôs o mal e o fraco, vítima que já foi dele.

Algo que fez James sair de seu lugar-comum foi algo que disse a Donna, insinuando ser egoísta se preocuparem apenas com suas felicidades e o resto do mundo fosse condenado. Ele a puniu. E eu me pergunto se não será ela o espírito fraco a se abrir a Bob. Ela, que quis ser Laura, que quase era sua próxima vítima, que quis ser a companhia da alma solitária de Harold, sobre a qual o neto da senhorinha disse que "era uma menina boa".

Se Donna não ceder a Bob, ela deveria ouvir James e atentar ao mundo. Porque se o mal se apropria das almas fracas e incorpora seus corpos, certamente aprecia aquelas que se põem indiferentes diante dos atos de maldade, como disse Albert.

Episódio sensacional, que aproveitou até o plot de Lucy. É bem provável que Bob tenha aproveitado o corpo do outro namorado dela para provocar o disparo do alarme.

Mas, por agora, só fico curiosa em saber o que virá nessa história fantástica sobre a condição dos espíritos que povoam o mundo e fazem nada ser apenas o que aparenta em superfície, nem as corujas. Nem os troncos.

Episodio 2x10 - Nota 8 2016-09-20 00:28:30

Eu só consigo pensar na amizade linda que ia ser se Mulder conhecesse Cooper < 3

Episodio 2x11 - Nota 6 2016-09-20 01:37:56

Que queda terrível esse episódio. Decepcionante mesmo, cheio de plot fraquinho :/ aqui eles já anunciam um ritmo mais cansado e eu imagino mais à frente as estripulias que farão pra tornar esses acontecimentos convincentes e cabíveis pra história. Tu já deve ter terminado... Volta a melhorar?

Episodio 2x11 - Nota 6 2016-09-20 11:29:43

preguiça :/
mas vou continuar sim porque a série já se fez valer até agora
bom saber que o bizarro volta :3

Episodio 2x12 - Nota 6 2016-09-20 23:05:42

A investigação de Denise e Cooper, além do plot do Major, salvam a trama. O plot de Ben e sua procura por Hank ainda devem ainda resultar em algo útil dentro do enredo principal, que perdeu muita força após a solução do caso do assassino de Laura, o que é bem natural. Tanto as buscas pela entidade mística quanto pelos criminosos que se envolveram de alguma forma no processo devem ainda resultar em bons episódios. Mas todo o resto tá cansativo e desnecessário, como se houvesse certo desespero em se arranjar casos que colaborem para intensificar esse ar de mistério em Twin Peaks. Esperando a melhora, enfim.

Episodio 2x13 - Nota 7 2016-09-22 00:32:32

O plot do Major e da investigação de Cooper seria tão bom se Twin Peaks não tivesse perdendo tempo tentando fazer James ficar sensual com mancha de graxa na cara; Ben se redimir pela loucura extremamente chata; Josie se redimir sendo Cinderela; Lucy arranjar dois pais pro filho...

Eu só queria mais cenas com a senhora do tronco :/

Episodio 2x13 - Nota 7 2016-09-22 00:33:36

não podia concordar mais... é um abuso aquilo :/

Episodio 2x14 - Nota 7 2016-09-23 00:16:59

Cooper: carrega Audrey nos ombros um ou dois dias depois de ter levado um tiro na barriga, sem dizer um ai; geme de dor com um arranhão no rosto.

Shelly: "Leo quase me matou e a Bobby, vou espetar a canela dele com essa faca".

Leo: "voltei do coma irado e com sede de vingança, a la Nadine, mas vou correr porque levei uma espetada de faca na canela".

Windom: "venha jogar xadrez com a morte, Leo".

Mas Andy continua não lidando bem com cadáveres.

No mais, só consigo pensar que há algo de muito errado com a água de Twin Peaks.

Episodio 2x14 - Nota 7 2016-11-14 16:02:15

Muito do que parecia ser bugado era a característica do nonsense mesmo. Mas nessa reta final muito do nonsense deu lugar aos furos :/

Episodio 2x15 - Nota 7 2016-09-23 01:30:54

Nunca achei que torceria pra metade do elenco ser abduzida.

Episodio 2x16 - Nota 8 2016-09-24 13:41:21

Nunca olharei pra um puxador de gaveta da mesma forma :o

Bob e o Anão anunciaram a Cooper o que estaria pra acontecer às meninas? Creio que esse suposto anúncio de perigo servirá para recolocar a série na trama central, de Bob, unindo as lutas de Cooper contra ele e Windom.

Episodio 2x16 - Nota 8 2016-09-24 13:43:24

E Harry.

Episodio 2x17 - Nota 7 2016-09-24 16:15:45

Margaret é a personagem mais querida dessa série < 3
Quando aquele tronco aparece, já sei que vem algo bom < 3

Episodio 2x18 - Nota 8 2016-09-25 14:45:06

Não entendo porque matar Harry.
Não entendo porque Josie ainda apareceu nesse episódio. Mulher, suma.
Não entendo como Leo pegou justamente as cartas com Audrey, Shelley e Donna dentro de 52.
Não entendo como abandonaram a caverna depois daquela descoberta, sabendo que as corujas não são apenas corujas e estão soltas por aí.
Não entendo como Nadine não tinha dado fé que só tava enxergando por um olho.
Não entendo porque o Major e a senhora do tronco não são os personagens que mais aparecem nessa série, depois de Cooper, é claro.

Episodio 2x18 - Nota 8 2016-09-25 14:48:16

Aqui tá a melhora

Episodio 2x19 - Nota 7.5 2016-09-26 00:56:14

A essa altura é necessário muito esforço criativo parra estabelecer a ligação entre os plots, de modo que tudo parece exaurido. É uma pena que Twin Peaks não tenha feito uma temporada de 16 episódios, por exemplo, suficientes pra fechar a trama após a revelação do assassino de Laura.

Tanto, que esses episódios insistem em não dar mais pistas ao mistério central: o que gerou Bob e como pará-lo? Esse caso que teima em não ser resolvido, deu lugar ao jogo entre Cooper e Windom, cheio de lugares-comuns e furos dispensáveis, que acabam privando a série da adjetivação de "genial", que se anunciou na primeira temporada e até a metade desta.

Bons momentos existem em todo episódio, contudo. E eu gostei bastante da inserção de Annie e a superação que ela e Cooper tendem a construir juntos, se Windom não estragar tudo.

Episodio 2x20 - Nota 9 2016-09-26 23:01:20

Twin Peaks parece mesmo um portal entre os mundos, com seus cenários bucólicos e seus humanos excêntricos, como que saídos de um País das Maravilhas, com direito a corrida contra o tempo e cartas de baralho que ditam sentenças.

Há uns episódios, Windom apareceu com um anel e eu desconfio que seja o que o Gigante pegou de Cooper. O Gigante que é, em si, um Observador, que dá avisos e pistas, mas não interfere porque algo, alguma lei daquele mundo mágico o proíbe ou é o próprio Cooper que não se dá a chance de indagar, de ver, de querer ver mais, como parece acontecer agora que se envolveu com Annie e deveria ter pensado em como isso a colocará em risco, estando seu inimigo mortal tão perto, quase onipresente, circulando em todos os espaços, conseguindo ouvidos no escritório dos investigadores, vestido de ousadia.

Cooper entendeu que Windom busca algo maior em Twin Peaks e, como ficou indicado, é o portão para Black Lodge, onde as entidades bebem sangue e, certamente, exigem sacrifícios daqueles que estão dispostos a encontrá-los (ou assim eles imaginam). Mesmo assim, creio que a série discute as ideias de inexorabilidade, de que muito do que experimentamos é destinado. Se for assim, nenhum dos encontros que vimos nessas duas temporadas é coincidência.

Provavelmente, o desafio de Cooper será fechar o portal para Black Lodge e impedir Bob e outras entidades como ele de se manifestarem e interferirem no mundo físico. De qualquer forma, contudo, essas interferências já foram feitas e as consequências delas perdurarão, deixarão heranças dolorosas, principalmente pra quem sentiu os efeitos que esses mundos, representados pelos salões, promovem ao penetrarem a esfera humana.

Episodio 2x20 - Nota 9 2016-09-27 00:06:01

Sobre as mãos, coincidentemente ou não (mais provável), foi a parte que primeiro apareceu de Bob, possivelmente quando ele estava em transição de um mundo para outro. Talvez Pete e Cooper sejam os mais próximos a sentir a experiência de transição dessas esferas, como se fossem propensos a isso. De Cooper já sabíamos dessa facilidade de contato com o Misterioso, mas Pete, não. Talvez essa sua repentina aproximação com Audrey diga alguma coisa, inclusive, sobre o destino dela.

Episodio 2x21 - Nota 9 2016-09-27 22:09:11

A mitologia acabou por ser desenhada por Cooper de forma tão didática nesse episódio que só resta realmente lamentarmos por todos os episódios dispensáveis do meio dessa temporada que poderiam ter servido para trabalhá-la, mas só se ocuparam dos plots desinteressantes que ainda tomam minutos preciosos dessa reta final, como o de Nadine e o de Donna. Ao menos foi bem estruturado o sentido do concurso de Miss Twin Peaks, sendo ele fundamental para que se elaborasse o plano de Windom.

Se é o medo e o amor que abrem as portas dos salões, o amor também deve colaborar para encerrar Bob no Black Lodge por muito tempo. Boas expectativas pra finale :3

Episodio 3x1 - Nota 9 2017-07-25 11:57:44

A sensação é mesmo a de que revisitamos uma cidade que conhecemos há muitos anos e nos apegamos à sua atmosfera, aos hábitos daquelas pessoas e a esse clima que mistura o estranho e o familiar. Como descobrir uma área desconhecida perto de casa e finalmente entender que o mistério está sempre a um passo. As personagens parece que nos esperaram ali, Lucy na recepção da delegacia, Margaret na sua cabana, Hawk e Andy na sala de reuniões, a menção a Cooper do qual temos medo (de Bob) e cuidado (por Cooper) ao mesmo tempo... No mais, a caixa de vidro, os assassinatos, a volta ao Black Lodge e, principalmente, as dúvidas inquietantes sobre todos esses elementos, tudo vai sendo trabalhado no melhor estilo Twin Peaks... não esperava menos desse retorno < 3

Episodio 3x1 - Nota 9 2017-07-25 11:58:43

não posso entender como conseguem, heuheu

Episodio 3x2 - Nota 9.5 2017-07-25 22:58:23

Log Lady parece por demais angustiada nesses momentos tão curtos (e nostálgicos) em que aparece. E não é à toa. Ela sabe das corujas, sabe que a fronteira entre o Black Lodge e esse mundo está menos espessa e que é preciso olhar atentamente para poder enxergar o que acontece diante de nossos olhos, entender o que ouvimos. Saudades também de Major Briggs e do que eles dividiam. Primeiro, a sensibilidade sobre o que as corujas eram (ou não eram); depois, como o perigo que espreita o mundo parecia iminente. Esse perigo, o mal que se desprendeu do Black Lodge e tomou para si o corpo de Cooper, pode ser contido se souberem ver. E Margaret tem a Hawk e sua disposição para conter o que ela sabe que pode ser tão trágico e sombrio.

Esse segundo episódio conseguiu ser melhor que o anterior, talvez porque reencontramos Laura, o "Braço", Leland e, principalmente, de forma mais intensa, a questão sobre o que é a realidade que se desloca entre o físico e o metafísico e entre o passado e o futuro. Cooper teve relances de um futuro imediato, nos tremores e nas quedas que o conduziam a outro mundo (ou o mesmo, a depender da perspectiva). Passados os 25 anos, espero que afinal ele consiga se libertar do Black Lodge.

Muito curiosa sobre o verdadeiro papel da caixa de vidro. Parece que quer, através da ciência, já que não seu idealizador talvez não tenha podido pela mística, encontrar a fronteira entre as esferas. Obviamente, isso é extremamente perigoso, mas também pode servir pra tirar Cooper de sua prisão. Uma pena que tenha sido ali e não em Twin Peaks sua "queda".

O gravador pelo qual Cooper contava tudo a Diane usado daquela forma me causou uma tristeza diante de tudo... dessa tomada impiedosa do outro, nos mínimos detalhes... Assim como a mãe de Laura, abandonada diante de todas as tragédias que a fizeram perder não só os entes queridos, ainda mais da maneira como aconteceram. E fiquei me perguntando sobre a carta de baralho. É o símbolo da coruja borrado? Era com cartas que Windom (tomado por Bob) marcava suas vítimas. Não sei o que pode vir daí, já que ele realmente não pareceu saber se mostraram uma delas a Darya.

Episodio 3x2 - Nota 9.5 2017-07-25 23:09:57

"And now you're just a stranger's dream
I took your picture from the frame
And now you're nothing like you seem
Your shadow fell like last night's rain"

wow! escolhida a dedo :3

Episodio 3x3 - Nota 9 2017-07-26 19:01:55

Depois de ter visto 3 Coopers, finalmente fui ler mais sobre Doppelganger. E não tenho certeza se tudo isso pode se resumir a essa explicação, simplesmente porque parece esquecer Bob e o que ele pode fazer diante do Black Lodge. Se Dougie pode ser esse doppelganger de Cooper, Mr. C não seria então o possesso por Bob? Ou é possível que um doppelganger seja possuído?

Foi um grande desafio organizar as perguntas nesse episódio, heuehuhe... mas é ótimo que finalmente os agentes tenham notícias de um Cooper, mesmo que não o encontrem necessariamente como o imaginam. O que rende outra questão: o dispositivo (pela corrente elétrica) afetou como exatamente a personalidade/mente de Cooper? A mulher de olhos rasgados foi a responsável pelo assassinato dos dois jovens na sala da caixa de vidro?

Bem-vinda de volta, Twin Peaks (ou seria seu doppelganger?) < 3

Episodio 3x4 - Nota 9 2017-07-27 09:38:28

Quando Bobby, um policial que não imaginaríamos, se emociona diante do retrato de Laura, é como se todo o passado de Twin Peaks retornasse ali, na comoção do homem que vivenciou toda a agonia da investigação nada usual de 25 anos atrás. Investigação que acabou envolvendo seu pai, todos de quem gostava, inclusive aqueles com quem agora trabalha. Não é coincidência que a recriminação ao jovem que zomba de Margaret tenha sido feita ali, na mesma cena, na mesma sala, diante das evidências que pareciam estar enterradas. É uma homenagem necessária às temporadas passadas e à empatia que elas provocaram em nós, suscita a nostalgia que também marcou o reencontro entre Cooper e a xícara de café, de Gordon e Denise, a retomada dos trabalhos com Albert, a cumplicidade novamente revivida entre eles, inclusive ao encarar um Cooper que eles sabem estar errado em si mesmo.

E então o passado vem contracenando com os personagens novos, jovens, como se chamasse a atenção para como o tempo é ao mesmo tempo implacável, mas como pode fazer justiça à memória de seus velhos protagonistas. E são personagens muito bem inseridos. A agente, a esposa de Dougie (Naomi extraordinária, aliás), as vítimas de Mr. C e, principalmente, o filho de Andy e Lucy. Não poderíamos imaginar uma inserção melhor pra esse personagem que escolheu percorrer o mundo acompanhado de sua própria sombra (menos nos dias nublados e durante a noite).

Não tem como deixar de pensar em como Cooper vai se desenvolver no papel de Dougie, com uma família e negócios, com uma vida construída nos 25 anos em que seu espírito esteve preso no Black Lodge. Como ele se projetou em Dougie, como teve uma consciência alheia a tudo durante todo esse tempo (ao contrário, Mr. C. parece muito ciente de tudo), como explica a si mesmo... são fatores que estão muito difíceis de imaginar. Ao mesmo tempo, fica a impressão de que a resposta já está diante de nós, restando apenas acompanhá-la diante de uma visão que distorce o mundo e todas as certezas possíveis.

Episodio 3x5 - Nota 9 2017-07-27 11:32:10

Preston, encantada com a foto de um Cooper que ela não pode acreditar ser o mesmo que aquele homem preso, mas também não pode desacreditar, pois isso subverteria a lógica de tudo (saudades, Scully). Ela descobriu que as digitais estão ao contrário, o que evidencia o que já sabemos, que aquele ser provém do Black Lodge ou quem sabe de outra esfera além dele que não conhecemos ainda. Curiosa sobre como será a reação dela diante de tudo, quando souber o que levou Cooper a Twin Peaks e os fatores que envolveram seu desaparecimento por ali. Outro plot que deve se ligar a esse: o exército investigando sinais de Briggs. Ele apareceu no radar por diversas vezes e Cooper o viu quando estava na caixa suspensa, falando da “rosa azul”. É de esperar que o Major e também Log Lady representem, assim como na série original, os feixes de luz para o salvamento de Cooper, aqueles que conseguem enxergar para além da névoa que encobre o Black Lodge.

O contato misterioso de Mr. C. pode ser Jeffries, afinal. Mas no telefonema do segundo episódio, ele tentou o contato e estranhou a resposta. Fora isso, o interesse em transformar a caixa preta em um amontoado minúsculo seria destruir prova de algo? Já a capacidade de lidar com os equipamentos de maneira incompreensível para os outros é comum a Mr. C. e a Dougie. Talvez isso refira o modo como Cooper saiu da caixa suspensa, afinal.

Nesse episódio, o saudosismo aumentou diante de Norma, Shelly, Nadine, Jacoby... E aumenta a aflição por Cooper que vai identificando aos poucos alguns dos elementos dos quais era tão íntimo: o café, os arquivos, o “agente”. A estátua me pareceu remontar ao estilo de Harry, mas também pode ser uma lembrança à Vênus do BL. No mais, a chave indo para Twin Peaks pode finalmente ligar os núcleos.

E esse que mal apareceu e já odiamos? Será mesmo o filho de Audrey? Coitada :/

Episodio 3x6 - Nota 9 2017-07-27 21:06:02

Num instante, a alma do menino se alegrava na brincadeira inocente com a mãe. No outro, Carl a via desaparecer na imensidão azul. Esse episódio traz dois meninos. Um, tomado pela ira e por um mal que parece mesmo sobre-humano. O outro, atingido brutalmente por ele, em uma das cenas/sequências mais chocantes que eu já vi. Depois de ter falado sobre a duração de sua própria vida, Carl vê a da criança sendo abrupta e tragicamente tomada. Talvez isso o tenha lembrado as fronteiras facilmente traspassáveis entre a vida e a morte, entre esse mundo e outro, o Black Lodge ou algo similar.

Há detalhes realmente importantes nesse episódio, inclusive o aparecimento de Diane, a materialização de um quase mito, rs. Mas além disso, a citação a Linda, a misteriosa cadeirante que não conhecemos (enquanto Audrey ainda não apareceu, aliás... isso me traz a possibilidade dela ter renunciado à família depois de tudo e assumido uma nova identidade). As folhas que Hawk achou remontam ao diário de Laura. O que, por sua vez, corrobora o que Margaret lhe disse: que procurasse nas suas origens onde está Cooper. Ele viu o índio na porta logo depois de ter catado a moeda (a segunda moeda desse episódio) e então achou as folhas. Fui rever a cena onde Annie em sonho/devaneio falou sobre Laura escrever acerca do “bom Cooper” no BL e é clara a ligação entre as partes.

O assassino com o que parece um picador de gelo é aterrorizante e rendeu um caráter ainda mais pesado a esse episódio porque demonstra mais uma vez como a vida é efêmera. Ele recebe ordens do homem que referiu o chefe como alguém de quem nunca desejaria ter se aproximado. Seria Jeffries? Mr. C.? É do interesse deles que Dougie seja assassinado porque foi dito que um dos Coopers teria que morrer, ao passo em que Mike e essas luzes misteriosas do BL parecem ajudar Dougie, assim como o filho, Sonny Jim. Aliás, o joinha que o menino faz quando vê Dougie/Cooper não deve ser aleatório. Lembremos o Garçom do hotel quando Cooper levou o tiro.

“Isso é o futuro ou isso é o passado?” O tempo, a física e a mística são emaranhados em si mesmos em Twin Peaks. Resta tentarmos acompanhar e lembrar dos detalhes tomados da série original e cuidadosamente (até agora) usados nessa temporada.

Episodio 3x7 - Nota 9 2017-07-28 01:53:32

A chave do 315 está de volta a Twin Peaks (esses números apareceram na caixa suspensa) no mesmo episódio em que Cooper/Dougie se livra de um novo tiro, dessa vez amparado pelo Braço e socorrido por seus próprios instintos. Todas as vezes que ele desperta para algum elemento do passado, principalmente com os distintivos, provoca mais compaixão, por tudo que passa e por como foi usado pra ferir as pessoas que amava. É evidente que Diane guarda um trauma diante daquela figura, daquele homem que não é Dale, como observa a agente Preston. E é aterrorizante pensar o que ele teria feito a Audrey enquanto ela esteve na UTI. E que saudade dela se escondendo atrás das paredes de madeira que agora parecem mais assombradas.

Esse episódio trouxe muitas informações, naquele passo de serem reveladas às personagens enquanto já tinham sido insinuadas a nós, como no caso das folhas do diário de Laura. Evidentemente, Davis e Knox (essas características físicas lembram muito Scully < 3) investigam alguma esfera misteriosa da qual até podem não conhecer a natureza, mas diante do corpo de Briggs, creio que é questão de mais algum tempo até chegarem a Twin Peaks e acessarem os elementos que a delegacia reúne. A coincidência é que apenas a cabeça de Briggs apareceu a Cooper fora da caixa suspensa, seu corpo estava preso no apartamento onde Ruth apareceu morta. Mas como o corpo tem 50 anos só pode ser explicado por um novo desaparecimento, como aquele pelo qual passou na série original ou, em seguida, a uma projeção semelhante à de Cooper.

Por agora, é marcante o traço que a série faz questão de marcar, como se em Twin Peaks as coisas permanecessem mais do que mudassem, apesar do xerife usando Skype em uma tela embutida na mesa e das transmissões de Dr. Jacoby. Mas foi assim quando a filha de Shelly apareceu (em lembrança a Laura), é assim diante do restaurante das meninas, da ausência de pressa. Até agora, nenhuma decepção com esse retorno.

Episodio 3x8 - Nota 10 2017-07-28 09:27:41

Uma sequência de “Árvore da Vida” ao contrário, onde estava em pauta não o belo surgimento da vida, mas a terrível propagação do mal. E como seria diferente quando os homens constroem uma arma como a bomba atômica, testam sabendo exatamente das suas consequências, dispostos a pagar o preço por isso? Tudo me fez pensar sobre como terá sido essa propagação a partir das explosões no Japão. Se isso tudo foi só um teste, imaginemos quantos Bob e quantos outros males, como esse ser quase-inseto (o mal literalmente rasteja entre frestas e vãos, mais uma figura de linguagem em Twin Peaks), não teriam se espalhado menos de um mês depois de White Sands, nessa metáfora que Lynch e Frost querem evidenciar para dizer os diabos surgem e são alimentados pelas ações humanas. As entidades são agentes diretas desse mal à espreita, que espionam e influenciam as pessoas diretamente e parecem ser anteriores a Bob e à explosão. É o terror aparentemente implacável, que pode ter levado ao desaparecimento de Jeffries e assombrado muita gente em Twin Peaks.

É um retorno ao maniqueísmo, onde o mal o é completamente e o bem vai sendo desenhado e cuidadosamente projetado como, literalmente, uma resistência iluminada. O nascimento de Laura foi absurdamente belo, fazendo crescer o papel do Gigante, esse espírito que tantas vezes se manifestou a Cooper, que talvez tenha surgido para auxiliá-la na luta contra Bob e esses espíritos, mas uma parte sua, talvez um doppelganger, foi também possuída. Mesmo quando Bob parece ser retirado de Mr. C. os olhos continuam os mesmos e ele provavelmente só deve “morrer” diante do confronto com Cooper/Dougie. O pior é que, se Bob foi expurgado realmente, procurará outro hospedeiro. E tudo recomeçaria. Como vimos no núcleo adolescente, mas não só nele, sempre há disponibilidades.

A menina talvez seja mesmo a mãe de Laura. Ela conseguia ver Bob e o “inseto” teria sido exatamente um parasita (independente de quem for a menina, ele deve agir enquanto tal). Colaborou pra lhe sugar tudo, sendo hoje legada à solidão.

Episodio 3x8 - Nota 10 2017-12-08 12:09:17

ueheuheu, valeu, João Pedro. E esse episódio só se engrandece pelos da sequência ^_^

Episodio 3x9 - Nota 9 2017-07-28 17:12:31

O episódio mais didático até agora deixa uma dúvida essencial sobre Diane: ela está em comunicação com Mr. C.? Ele tem essa capacidade de lidar misteriosamente com eletrônicos e pode ter conseguido a proeza do envio. Não parece que ela seria uma aliada satisfeita e se houvesse alguma conexão certamente seria forçada. O que me faz lembrar que Jeffries ainda é outro grande ponto de interrogação. De qualquer forma, Mr. C. consegue, de uma forma ou de outra, os braços que precisa pra concretizar seus objetivos, mas apesar de Hutch e Chantal parecerem realmente implacáveis, do outro lado temos os instintos de Cooper voltando e Janey-E.

Muitos elementos nostálgicos nesse episódio, para além da investigação que caminhou a passos largos. De um lado, Gordon, Diane, Albert e Tammy vão conseguindo estabelecer as ligações dos eventos e identificar o protagonismo de Briggs (ele teria comido a aliança de Dougie e deixado o anel com ele, então? assim, ele sabia que Dougie seria o primeiro dos Coopers a morrer, como o anel costuma indicar... o que não surpreende pq ele previu tudo, o que sugere novamente que o passado e o futuro estão emaranhados). Por outro lado, remontando ao antigo núcleo na cidade de Twin Peaks, os policiais vão encontrando suas próprias respostas, com a vantagem de que já estão no local para onde tudo conflui. A visita de Bobby à mãe, a mensagem que ela guardou, Andy e Lucy antecipando a cadeira vermelha em uma de suas discussões fofas, a fotografia passeando pela mata enevoada, pela cachoeira perto do hotel, os sapatos vermelhos que remontaram a Audrey... são figuras que causam uma empatia imediata.

No mais, temos as cenas que aparentemente são aleatórias, mas não devem ter nada disso: Jerry na floresta, o acidente do irmão de Audrey e as meninas conversando no bar. Se pelo menos uma delas nos anunciar o aparecimento de Audrey, ótimo :3

Episodio 3x9 - Nota 9 2017-07-28 17:13:51

e eu que ia sair do braço dela aquele animalzinho nojento do episódio passado

Episodio 3x10 - Nota 8.5 2017-07-28 19:54:44

Margaret, sempre atenta aos sons, sabe que a natureza avisa sobre alguma grande mudança. Foi assim por todas as informações que transmitiu a Hawk e esse aviso significa como o embate entre os Coopers se aproxima. Esse episódio, apesar de não trazer muitas novidades, aponta inclusive uma sensibilidade em Gordon para esses fenômenos, o que não é esperado, apesar de sua postura sempre aberta ao misterioso, mas também centrada nas perspectivas lógicas. Contudo, é na sala dele que está a fotografia da explosão que espalhou Bob e os sinais vão se espalhando onde menos esperamos. Seria ótimo que os agentes finalmente fossem a Twin Peaks.

Episodio 3x11 - Nota 10 2017-07-29 15:27:29

Assim como Briggs anteviu todos esses acontecimentos a partir das estrelas, Margaret tem a sensibilidade para entender o que a natureza lhe sussurra através do seu tronco, os dois cuidadosamente e nos momentos mais necessários encaminhando os avisos que orientam diretamente os eventos. A inquietação que permanece é o porquê então de as mensagens não serem claras o suficiente para que tudo se resolva de forma menos conturbada. Como a explicação não pode ser simplesmente que o enredo da série não renderia (e espero que não seja isso), os dois devem ser limitados por algo, como se não pudessem intervir mais do que aquilo, como se acreditassem na inexorabilidade e nos caminhos que aqueles sujeitos têm que percorrer pra evitar que o Black Lodge se expanda ainda mais, como parece cada vez mais fácil. Como se determinados fatores tivessem que estar em ordem para que tudo se cumpra de maneira a não espalhar mais seres como Bob e o máximo que podem fazer é enviar ajuda, como vemos acontecer desde o começo da série.

Ajuda que Cooper continua recebendo, como esse escolhido para ajudar Laura e o Gigante, em pequenos sinais de que sua memória não foi apagada pela corrente elétrica que o trouxe para a superfície, mas deve ser estimulada por esses elementos que ele vai acessando todos os dias, dos sapatos vermelhos à xícara de café, do distintivo ao “damn good”. Nesse caso, as memórias afetivas mais recentes vão se fixando e as mais distantes são as do Lodge, que o salvaram nesse episódio, com a torta de cereja.

Por agora, o que parece é que essas fronteiras estão mais próximas, mais acessíveis, a ponto de pessoas como Gordon, Albert e Diane testemunharem a presença das entidades que aterrorizaram Ray, nessa temporada, e Jeffries antes. Toda a trama envolvendo uma possível traição de Diane explicaria muitos dos sucessos de Mr. C., inclusive ao passo que vamos entendendo que ele realmente parece ter tudo sob controle, antecipando, assim como Margaret e Briggs, os eventos. Se a caixa de vidro foi mesmo obra dele, a vinda de Cooper do Lodge pode ter sido provocada e muito do que acontece estaria correndo conforme planejou. Então ele teria que dar conta de matar Cooper e chegar a Twin Peaks, onde ocorreria a libertação das entidades nascidas com ele. Para o lugar que Briggs indicou devem convergir as duas forças, afinal. Se for isso, algumas pessoas especificamente estariam destinadas (Margaret disse a Hawk há uns episódios que ele tinha quase todas as pessoas necessárias pra partir). Isso justificaria o atentado a Bobby como uma maneira das entidades do BL impedirem um confronto que teriam chance de perder.

Episodio 3x12 - Nota 8.5 2017-08-01 22:19:28

Audrey finalmente apareceu e é compreensível certa frustração por ter sido em uma cena aparentemente deslocada da trama central. Mas ela está no centro dos acontecimentos após Cooper ter sido feito em Mr. C e não creio que ela será desvalorizada como uma ponta solta nesse retorno. Sua aparição é uma mistura daquela adolescente manipuladora e cheia de caprichos com Catherine, a mulher ambiciosa e desconfiada que no fim das contas estava certa sobre suas desconfianças com relação a Josie. Eu fico muito curiosa sobre a relação dela com Richard que simplesmente não dá pra ter certeza se é seu filho. Ele parece realmente um renegado, não simplesmente a criança mimada que ela foi um dia. É uma das grandes incógnitas dessa temporada, principalmente porque até agora não representou muito para a trama além de evidenciar como é intenção da série fazer ver sujeitos essencialmente cruéis, talvez por influência de tantas entidades à solta e próximas. Aliás, achei que pudesse ser ele na cozinha de Sarah. Diante do assombro que teve no supermercado sobre “os homens estarem chegando” não me parece que tenha se referido a algo sobrenatural quando falou tão calmamente com Hawk sobre o barulho. Esses homens devem ser as entidades, inclusive tendo o relato, no fim do episódio, do homem que viu provavelmente um deles na estrada e ficou com o mesmo tremor que Gordon depois de avistar o redemoinho misterioso.

Audrey é inserida em meio a personagens completamente novos e desconhecidos até agora. Nem sabemos se a Tina que ela odeia é a mesma que as mulheres no bar referiram. Somos frustrados como ela foi. Como ela, ansiamos por mais, por ir à Roadhouse, adentrar a floresta e saber o que Tina disse, se é que Charlie realmente lhe telefonou. Somos condenados a uma espera e a um exercício de paciência, como Albert é. Mas, como Preston, mesmo sabendo dos riscos, não há como recusar ir catar os detalhes que Twin Peaks vai soltando. Assim como queremos mais objetividade, feito Albert, enquanto Gordon/Lynch, parecendo saber mais do que diz – com uma imagem da explosão na parede do escritório e uma reunião em um salão que pega emprestadas as cortinas do BL – vai com ele planejando como tirar as provas sobre uma possível aliança entre Diane e Mr. C no ambiente que remonta aos bastidores (da série e da operação).

Episodio 3x14 - Nota 10 2017-08-18 14:37:19

“Somos como o sonhador que sonha e depois vive dentro do sonho. Mas quem é o sonhador?”
Ou, aonde está a realidade? De qual esfera parte o que é real? Qual mundo determina os acontecimentos? Valem mais as forças maléficas e benéficas emanadas ou a capacidade de agências desses humanos que parecem tão vulneráveis? Ou ainda, quais espíritos, quais figuras entre os duplos têm mais autonomia? São as velhas e boas questões que circundam a todos nós, com as quais Lynch elabora essa salada de significados místicos, passeando de doppelgangers a tulpas, de redemoinhos a projeções diversas.

Depois da revelação de Diane sobre Janey-E e Dougie, os núcleos estão inegavelmente ligados em um sentido que era realmente de se duvidar até certo ponto. A narrativa se encaminha pra um encadeamento, pra um fechamento que será muito bem-vindo. E onde mais Cooper poderia se manter fora das vistas, com a certeza de que, cedo ou tarde, seria encontrado? Isso levanta as perguntas, novamente, sobre como e quem planejou essa estadia de Dougie/Cooper justamente ali, se o Major, se o Gigante, se o próprio Cooper ou se isso foi se desenhando aleatoriamente (o que é menos provável).

Sarah tomada pela entidade de escuridão é uma surpresa pra mim, apesar de só ter aparecido imersa em perturbações e desequilíbrios. Talvez, por vezes, ela consiga se sobrepor àquilo e, nesses momentos, é considerada louca, como aconteceu no supermercado. Ao lado disso, os mistérios são mostrados a Andy, o mais improvável daqueles personagens da incursão ao Jack Rabitt’s Palace a receber a revelação. Nesse sentido, ao passo que o mal demonstra como tomou espaços nessa esfera humana, o bem vai construindo sua resistência, em uma batalha constante, de final incógnito. Esse maniqueísmo de fronteiras tão marcadas é provocador e, para aquelas personagens, é justificada e compreensivelmente, assustador.

O encontro com a mulher sem olhos, que está em uma cela vizinha a um zumbificado Billy (provavelmente atingido pelo mesmo que adoeceu a menina do carro no episódio dos tiros disparados contra o restaurante e, tudo indica, contra Bobby) e ao policial aliado de Richard parecem elementos altamente explosivos que são inocentemente reunidos. Mas não deve ser à toa que Andy insistiu para que ela permanecesse ali. Agora, é esperar a chegada de Mr. C a Twin Peaks e todo horror que isso deve suscitar. Paralela a essa expectativa, está a sensação de que o Gigante/Bombeiro deu os passos à frente, conduzindo o menino Freddie até ali ( e ainda fazendo render um dos diálogos que mais gostei de ver na temporada).

Episodio 3x15 - Nota 10 2017-08-26 15:35:21

Sabíamos que algo aconteceria quando Lucy não acrescenta o “é o botão que vai ficar piscando” ao “Margaret Lanterman na linha 1”. Talvez para lembrar que todas aquelas personagens estão partindo e que em breve sentiremos falta desses costumes tão característicos de cada uma delas. Foi a vez de Margaret atravessar o caminho. E, no eufemismo de Hawk, estão inscritos todos os ensinamentos da senhora que carregava o tronco: que a morte é uma mudança, que as coisas podem não ser o que parecem, que prestasse atenção às pessoas e às mensagens que elas portam. Depois da notícia, Twin Peaks literalmente perdeu brilho e afundou nos ambientes escuros: a delegacia, o grande sono de Audrey (vai ficando cada vez mais evidente que ela está presa em si mesma) e Roadhouse. Tristeza e horror em um formato bem típico da série, sutil e inegável. Não deve ser à toa que Margaret é retirada dessa esfera agora. Durante todas as suas aparições, na casinha que parece alojada no fundo de um conto de fadas e bruxas, ela falou de fatalidades num tom de inevitabilidade, medindo as palavras e soprando os enigmas possíveis.

Outra coisa que Margaret ensinou foi que nem tudo pode ser dito pelo telefone, pelos perigos de que informações importantes sejam tomadas por quem está no lado oposto ao dela. Se nas temporadas antigas eram as quedas d’água que pareciam conduzir os mistérios, a eletricidade agora é o meio necessário, ainda mais perigoso e imediato, para que os espíritos e entidades dos lodges acessem essa esfera. Os fios por onde corre a energia, assim como transportaram Mr. C, guardariam as pistas que ela ofereceu a Hawk pessoalmente, como segredo. Briggs tinha o mesmo método: levava as informações consigo, no máximo, escritas, porque podiam ressoar por muito tempo, no espaço. E, na parte 10, é Margaret quem aconselha Hawk a “assistir e ouvir o sonho do tempo e do espaço”. Tudo remete aos dois Coopers, afinal. Aos dois nomes sussurrados pelos astros e pelas corujas e anotados pelo pai de Bobby, que fez o filho conduzir os policiais ao meio da floresta, onde encontraram a mulher sem olhos. Naido seria Judy ou saberia sobre ela?

Episodio 3x15 - Nota 10 2017-08-26 15:41:50

eu também pensei, mas depois lembrei que Mr. C teria reconhecido os números soprados por Jeffries... agora, suspeito que a resposta esteja com Naido, a mulher sem olhos... se não for ela, deve saber quem é

Episodio 3x16 - Nota 10 2017-08-28 13:43:41

No dia seguinte ao sacrifício de Richard, Cooper e Audrey acordam. Depois de percorrer a estrada escura que simboliza toda sua conduta, o filho da maldade personificada em Mr. C, infelizmente carregou essa mácula nos seus 25 anos, sem afetos: abandonado pelo pai estuprador e assassino, a mãe presa em um sono torturante, desprezando a família que lhe criou. Desde as temporadas antigas, Twin Peaks se preocupou em construir essa atmosfera de cuidado necessário, já que o mal estaria sempre à espreita. E Richard se deixou abraçar por ele, até que foi sacrificado: o único filho levado como uma oferta e uma garantia de sobrevivência, o Isaque que não foi salvo.

A morte de Richard é ainda mais triste (não pela falta que ele fará, evidentemente, mas por tudo que poderia ter sido) quando vemos Cooper traçar o paralelo mais marcante com seu doppelganger, assumindo as responsabilidades sobre a felicidade e o conforto de Sonny Jim e Janey-E. Ele abraça a família de sua tulpa e certamente teria abraçado Richard se essa oportunidade tivesse sido guardada. O generoso e comprometido agente sacrifica, por isso e pela missão que assume, uma vida com a qual se apegou e aprendeu a respeitar. Mas não faz isso antes de assegurar que Dougie voltaria, que não haveria um espaço vazio na casa da porta vermelha. É nessa intenção de Cooper que a explicação mais didática possível sobre a geração das tulpas é dada: a semente de Dougie está guardada com Mike.

Seria necessária que essa explicação fosse dada para que entendêssemos como a Diane que vimos sempre parecia presa a algo. Ela, que foi vítima como Audrey e como Cooper. Violentada como a primeira e dela se projetou uma criatura que serviu ao mal, como o segundo. O medo sempre esteve ali: na mensagem recebida, indicando a sobrevivência de Mr. C; no percurso até o quarto onde estavam os agentes, no relato terrível e na intenção de matar todos. Espero que exista uma chance de felicidade pra Diane no fim de tudo. Diferente dela, Chantal e Hutch sofreram por uma escolha que conscientemente fizeram. Os dois, temperados com um cinismo peculiar e inegavelmente carismáticos, servem pra demonstrar como não precisamos de criaturas místicas malignas para que o mal seja trazido a essa esfera. Torturar e matar eram tarefas tão simples quanto ir ao restaurante comprar sanduíche e depois jantar olhando Marte.

Depois de tantas informações, Audrey aparece como um deleite, na contemplação de sua dança, uma sensação estranha de descanso, já que está em uma narrativa de tantas dúvidas. Uma parte dela estava presa no Lodge, o que se evidencia com os músicos tocando de forma invertida no final. Ficam as questões sobre quem é de fato Charlie e como ela conhece Billy. De fato, agora tudo conflui para a delegacia, para as celas ocupadas, para aqueles personagens aparentemente sem conexão alguma. Muito satisfeita com essa temporada e bastante ansiosa pro final :3

Episodio 3x16 - Nota 10 2017-08-29 03:17:33

grata, TheLimitBeyond ^_^
as teorias fervem na nossa mente e como foi bom construir um monte delas entre os episódios, né?
e pior que essa tua faz sentido, até porque todos os cenários em que James apareceu foram noturnos, assim como nas aparições de Audrey... Billy também. Eu cheguei a cogitar, quando ela apareceu pela primeira vez, que talvez Roadhouse estivesse em alguma esfera fora dessa realidade e tal, pela insistência em ir lá e porque Billy só tinha sido referido lá, o que foi frustrado quando James e o menino da luva verde apareceram na delegacia, assim como aquele ser zumbificado que tudo indica ser Billy...

Talvez ela consiga transitar entre o Lodge e essa esfera física? Ou talvez ela consiga ver os eventos dos dois lados?

Episodio 3x16 - Nota 10 2017-08-29 03:18:54

E ainda tem aquela cena pós-conversa de James e do menino da luva em que o primeiro se depara com um barulho estranho vindo do que era um gerador, eu acho... eletricidade de novo. Não faço ideia de como isso vai se relacionar a Audrey, mas eu não tenho a menor dúvida que vão conseguir conectar tudo.

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-04 16:43:00

Não há segurança sobre o fim de Bob. Não há segurança sobre a salvação de Laura. Não se pode garantir nada além de que sempre existirão aqueles que lutarão por um dos lados, mudando suas próprias formas enquanto morrem e revivem. Como o fim pode estar a um passo, a um dia, a um quilômetro, luta-se pra que as formas de então sejam preservadas. Por isso a morte sempre é temida, por mais que seja dada a algumas pessoas a dádiva de entenderem esse movimento, como foi com Log Lady, com Briggs, com Cooper e Diane, com Laura.

E o que foi esse retorno senão uma constante reflexão sobre a mudança de formas? Sobre como tempo e espaço são construídos pelos mesmos elementos em formas distintas? Como se pode querer que passado, presente, futuro e esferas físicas e metafísicas sejam condensadas em conceitos e lógicas? Não se trata de uma conclusão determinada, afinal. E aqui vemos exatamente como, no fundo, o que parece tão pretensioso na construção dessa narrativa de Lynch e Frost é a consciência de que não há como dizer um fim, que ninguém deveria tentar fazer isso porque o máximo que sempre conseguiremos serão as perguntas, a caminhada – aqui e ali alguns espíritos conseguem “ouvir o sonho do tempo e do espaço”, como Margaret aconselhou Hawk. Mas quem determina isso? Nenhuma certeza é possível e é tolice esperar por isso. O que move então os personagens? O sonho. E o sonho afeta a realidade, como “o passado dita o futuro”. É possível encontrar nele um fio, um sentido, como na realidade. Mas sim, é sempre uma aposta que leva a infinitas possibilidades e, no meio de tudo, podemos encontrar ilhas de felicidade, nutrir relações e nos envolvermos por sensações verdadeiras, palpáveis, reais. Uma parte de Cooper conseguiu, com Dougie.

“Assim que atravessarmos, será diferente”... e a que teriam se lançado Cooper e Diane a não ser a uma mudança que não foi de formas, mas foi de esferas? Partiram os dois pelo caminho que vimos tantas vezes Mr. C insistir em percorrer (e não é à toa que, no restaurante, o modo como Cooper age lembra tanto seu doppelganger), onde Laura estava guardada de si mesma, na casa em frente ao cruzamento onde um menininho foi tragicamente atropelado por Richard e desapareceu como luz, em outro tempo e em outra esfera. Pra chegar até ela, Cooper vai a Jeffries, como Mr. C tinha ido. Os dois percorrendo um caminho que já tínhamos visto em “Fire walk with me”, enquadrado na parede do quarto da menina escolhida. Se o fim não é certo, os meios não são nada aleatórios.

Não sei me despedir dessa obra-prima. É clássica e isso deve ser reconhecido, gostem do que ela propõe ou não. Ainda bem que está aí pra ser relida/revista quantas vezes quisermos.

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-04 16:53:20

Na parte 4:

Lucy: Diga-nos por onde tem andado, Wally.
Wally: Minha família, meu amigo, eu cruzei esta nossa grande terra inúmeras vezes. Eu guardo o mapa dela aqui, no meu coração, junto às alegres lembranças dos dias tranquilos que passei, quando garoto, aqui em sua linda cidade de Twin Peaks. De Alexandria a Vigínia e Stockton, na Califórnia, eu pensei em Lewis e no amigo dele, Clark, os primeiros caucasianos a verem esta parte do mundo. Seus passos estão nas estradas, nos caminhos. E nos meus dias de estrada, minha sombra está sempre comigo. Às vezes à frente, às vezes atrás. Às vezes à esquerda, às vezes à direita. Exceto nos dias nublados ou à noite.
Xerife Truman: Bem, Wally, então é ótimo vê-lo novamente. E que a estrada se levante para encontrar as suas rodas.
Wally: Que frase bonita. Obrigado. Meu darma é a estrada. O seu darma... (e faz um gesto que abrange a delegacia, aquele lugar).

Essa conversa sempre mereceu mais atenção do que teve. E as falas do aventureiro Wally tinham mais significado do que pareceu ao então cético Truman e aos maravilhados pais, Lucy e Andy.

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-07 00:52:34

que sina a de Laura, né... é de uma tristeza e uma dor... ao menos sabemos que não esteve sempre sozinha, que tentaram socorrê-la, inclusive valorizando o que ela sempre representou.

essa teoria sobre Sarah tem muito sentido... eu fiquei pensando naquilo como um acesso de raiva pela movimentação de Cooper, mas realmente há de ser mais... em Twin Peaks, sempre é...

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-07 00:56:39

pra mim também é exatamente isso... e toda essa obscuridade é o amadurecimentos das questões que tinham começado a levantar nas temporadas antigas... pretensioso seria se quisessem dar as respostas sobre questões que atormentam a humanidade desde que elaboramos a capacidade de pensar o abstrato

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-07 00:58:26

aquela necessidade de rever tudo pra ir pescando o máximo de significados possível? compartilho

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-07 01:00:23

ótimas dicas, Fabiana. Tô com "história secreta" aqui... vou cuidar em ler :3

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-07 01:10:07

acho que era a única maneira de encontrar Laura e tentar uma última vez salvá-la... o que tá me intrigando bastante é que Diane/Linda vê outra dela quando chegam ao hotel. Outra tulpa?

Episodio 3x18 - Nota 10 2017-09-11 18:37:26

e que final maravilhosíssimo, hein, Lara? ^_^

Episodio 3x18 - Nota 10 2018-02-16 16:14:19

Valeu, Jordano. Já tenho saudades dessa maravilha :3

Episodio 3x18 - Nota 10 2018-07-23 13:10:26

Ah, que feliz, Rodrigo ^-^


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