Black Mirror by Dyonathan Lavall

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Black Mirror By Dyonathan Lavall

Episodio 1x1 - Nota 9.5 2016-08-01 00:17:40

Simplesmente sensacional!

Não é sobre o primeiro ministro ter que fazer sexo com um porco ao vivo, mas é sobre o que as pessoas se tornaram, a tecnologia tornou e acima de tudo: as relações humanas se tornaram.

Usar o corpo para obter informações, trocando fotos peladas para conseguir o que quer.. isso é comum demais em vários meios, não só no jornalismo. o Ser humano usa do seu corpo quando necessário para com ele conseguir o que quer (as pessoas que são capazes disso) sem qualquer remorso ou vergonha. Tantas modelos que fazem isso e etc.

A situação da tecnologia nas redes sociais propagando as informações na velocidade da luz. Queremos ver a humilhação do próximo, estavam todos preocupados com o primeiro ministro transando com o corpo e ver esse acontecimento, não com a situação da princesa no fundo, ver a humilhação, ele se degradar. as redes sociais mudam o pensamento a todo instante, e o YES e NO foi prova disso.. de uma decisão surreal, para algo que ele teria que fazer após a dor e sofrimento da princesa perdendo o dedo. (que não era verdade)

O poder que alimenta as decisões de alto escalão, fazer isso contra sua vontade. um partido, um governo, algo superior que impõem isso e você não pode questionar. algo muito visto nas relações funcionários/chefes que muitas vezes fazem coisas apenas para agradar o chefe, pessoas maiores e subir na empresa. Não falo só no sexo funcionário/chefe que ocorre SIM mas de abordagem, etc. o seu jeito de se relacionar e acatar coisas vindas de cima... é o retrato do mundo hoje em dia, de fato.

isso é muito relações humanas, comportamento social. JURO que se eu fosse professor de ciências sociais (matéria que tive na faculdade de Administração de empresas) usaria essa série para trabalhos, etc. porque diz muito do ser humano/tecnologia/relações de poder.

Por fim, as aparências e nossa conexão com a tecnologia: Conseguiu aumentar sua popularidade, é visto como salvador por todos mas sua relação com sua esposa e filho (parece ter um bebê ali desde o início) fica abalada e destruída. Que mulher transaria com seu marido após ele se submeter a sexo com um porco até sua ejaculação? como ficará o filho quando crescer e descobrir? situação degradante, horrível, nojenta. Mas que todos acharam engraçada em muitos momentos. Para a platéia, está tudo bem, mas em casa vemos que ele destruiu sua família.

o detalhe mais curioso é a princesa ser libertada 30 minutos antes do prazo. Incrível! todos estavam vendo a desgraça, que o sequestrador sabendo disso... libertou ela antes. porque ninguém estava em outro lugar a não ser vendo a tv.

nossa conexão com a tecnologia é boa e ruim. Acho que Black Mirror é a prova disso e excelente.

Episodio 1x2 - Nota 9.5 2016-08-01 00:38:58

É um retrato do futuro próximo ou um retrato da nossa atualidade?

Somos manipulados por aplicativos e a tecnologia e somos, sim, reféns deles. Nossa rotina muitas vezes é isso, é sem sentido: trabalhamos para ter dinheiro, usamos o dinheiro para alimentar o nosso vício consumista. "pedalamos" o mês inteiro, como a série quer passar a imagem, para termos dinheiro. e gastamos com.. bobagens a maior parte do tempo. Gastamos com pornô, gastamos com aplicativos, gastamos com roupas, assinaturas, tudo para nos sentirmos bem. Comprar aquela calça de 200 reais, o tênis de 300, ir na balada e gastar 500 reais na noite..comprar a camiseta de marca que custa 400. Na série, eles não gastam suas "pedaladas" e energia em roupas, mas gastam na sua diversão, o que é um recado claro para nós. a nossa diversão, é comprar. Quando gastamos o salário... lá vamos nós para mais um mês trabalhar para alimentar nossos vícios, simples assim.

E assim como na vida real, o episódio mostra a garota que foi cantar e no final... virou atriz pornô para não precisar passar a vida trabalhando e numa caixa. O Cara, que ajudou ela com tudo que tinha se revolta, vai lá, externa a verdade na cara da sociedade e....É COMPRADO TAMBÉM . aceita se vender para ter uma espaço maior e uma vida maior... a ideia de que todo mundo tem um preço, só saber qual.

São nós, as pessoas. Reclamamos da sociedade mas se nos oferecerem uma condição de vida melhor, o maior luxo e conforto, aceitaríamos trabalhar em uma empresa corrupta, por exemplo, para ter isso. criticamos, mas no fundo no fundo.. faríamos o mesmo.

Episodio 1x3 - Nota 9 2016-08-01 19:25:31

Não vi nada abusivo ali no episódio. Apenas uma esposa que foi completamente uma fdp com seu marido e ele desconfiou e estava certo. E um relacionamento abusivo pode existir vindo da mulher também.

Episodio 1x3 - Nota 9 2016-08-01 19:26:01

melhor comentário

Episodio 1x3 - Nota 9 2016-08-01 19:41:04

Completamente genial. Pra mim, o episódio e seu desenrolar é apenas um pano para a crítica da sociedade, das pessoas e das altas tecnologias. Parece ser um futuro muito distante algo assim.. mas não é. é o que acontece já no nosso dia a dia.

Talvez nós não guardemos as memórias, mas stalkeamos o passado das pessoas com quem nos relacionamos, vemos o que elas postam no twitter, instagram, fb, a ultima visualização do whats, onde estão, com quem trocam mensagens. Apenas não temos tudo guardado visualmente, em imagens.

Sem dúvida uma tecnologia desse ponto seria algo fantástico para reviver coisas boas, mas tudo tem seu lado ruim e deixaríamos de lado tudo para ficar revivendo momentos, analisando as pessoas, caráter e ficaríamos completamente loucos. isso vale PARA O HOMEM E PARA A MULHER. Ambos reviveriam a relação do seu companheiro(a) com alguém do seu passado, etc, etc e suas atitudes do dia a dia. quando um desconfiasse do outro, ia pedir para ver tudo no seu dia. Certamente.. destruiria muitos relacionamentos.

Sem contar que apagar memórias que estão ali seria difícil demais.

Google Glass e agora LAFORGE Shima, relógios que tiram fotos... isso é realidade. invasão de privacidade, para muitos. até porque, tudo que você olha, está guardado na memória. Seria algo EXCELENTE, mas com um impacto enorme na sociedade.

Como diria a comunidade do orkut (que deus o tenha): "imagine se meus olhos tirassem fotos.."

a Jody era filha do cara, com certeza, pelo olho, etc, etc. a mulher foi uma completa filha da puta, e o marido desconfiava certo. Caráter e atitudes julgadas a todo instante.

a tecnologia é um deus, mais um diabo também e vemos isso na nossa rotina. e essa série é uma deus nas críticas sociais, das pessoas, e para o que nos tornamos no mundo globalizado.

Episodio 2x1 - Nota 10 2016-08-03 23:47:39

Excelente crítica ao uso excessivos de smarthphones do Ash no começo e depois da Martha no decorrer do episódio. não duvido nada que a morte do Ash tenha sido porque se distraiu no celular.

Esse uso excessivo só AUMENTA. esse episódio faz 3 anos e meio que foi exibido e vemos que para alguns, não existe limite. Quando estava fazendo faculdade ano passado, último ano, tinha um colega meu que quando ia para a aula ficava O TEMPO INTEIRO no celular. das 7 da noite até as 10:30 (horário que terminava) eu ficava abismado, pelo cara ter 26 anos, ser 4 anos mais velho que eu e ter uma atitude dessas. sentava na frente também e passava 50, 60 minutos sem levantar a cabeça, apenas no celular. Sua namorada reclamava e ele nem aí. é um vício imenso, talvez da mesma intensidade que um viciado em fumar, beber, etc. A pessoa não liga para a sua volta, mesmo em uma sala de aula cheia, fica ali.. no celular. e é incrível como o rendimento dele no último ano da faculdade diminuiu... era um dos melhores da turma nos 3 anos anteriores (junto comigo e mais 3 pessoas) e seu rendimento decaiu muito.

Ficar o tempo todo no celular sozinho é demais, imagine com centenas de pessoas em volta.

Também pego uma crítica com a nossa forma de relacionar com as pessoas. indico o filme "Her" para vocês que gostaram do episódio assistirem também, porque fala muito disso.

Martha perde Ash e ela não segue em frente. a um primeiro momento o aplicativo de trazer a pessoa dos mortos novamente pode ser bom, ajudar a lidar com o luto, não sentir tanta falta... mas vemos que só no início, depois é péssimo. Ela abandona as relações com todas as pessoas, até mesmo sua irmã. Ela transa com alguém... que não é real. e essa crítica é excelente, porque numa sociedade que cada vez mais prática o sexo virtual e parece 'esquecer' do sexo comum muitas vezes, é incrível esse retrato. E o final é chocante com ela tendo sua filha, a filha grande.... e mantendo o Ash, no sotão, escondido. provavelmente abriu mão de conhecer outros homens e se relacionar com outras pessoas, por causa do Ash, alguém que não era real, mas que ela não tinha forçar para largar.

incrível as críticas sociais e a forma que a série lida. pegamos diversas nesse episódio. uso excessivo, sexo virtual, relacionamentos, distância de pessoas, etc.

Bauman fala sobre isso em "Amor líquido" que cada vez mais estamos nos relacionando pouco com as pessoas. o corpo a corpo, olho no olho, o tocar, o falar cara a cara.. porque os nossos aparelhos celulares estão aí.

PS: Nenhum aplicativo substitui uma pessoa.

Episodio 2x2 - Nota 10 2016-08-04 00:09:01

Sádico, doentio, assustados, perturbados.. mas é o retrato da nossa humanidade ali na tela.

Primeiro a crítica aos celulares e o uso nas mais diversas situações: Vemos um acidente, estamos lá filmando e compartilhando. alguém morreu na nossa frente, levou um tiro? tiramos foto do corpo, compartilhamos.. Alguém foi espancado na rua, uma confusão? filmamos, registramos. Muitas vezes não nos importamos com a desgraça alheia, só queremos tirar fotos, flashes, filmar para compartilhar nas redes sociais. não importa a situação do próximo se aquilo irá gerar muitos comentários, RT's, likes..

e depoís a agoniante tortura da personagem principal. é o famoso "Bandido bom é bandido morto" , "ele(a) merece pelo que fez". ela sequestrou a garotinha, filmou, foi cúmplice do marido... mas a sociedade quer que ela pague e ela não paga com a vida, paga fazendo parte de um programa de tv diário, um 'show' onde vemos ela sofrer e agonizar todo dia. Ela implora pela morte, mas a morte não dá audiência tanto como a tortura, um reality show.. as pessoas comprar ingressos, querem participar, serem selecionadas para participar do show. Muitos aqui irão falar que não iriam, que não veriam.. mas sabemos que em algum momento teria a curiosidade.

Com certeza a memória toda dela foi retirada, para ela não se lembrar e virar atração. Então... só ficam os flashes, para ela sofrer mais e se lembrar somente no final do dia o tanto de ruim que fez. e está pagando... sendo uma vítima de um show televisivo e tortura. todo dia, dia após dia... é um choque enorme, um soco na boca do estômago, na cara, pra quebrar os dentes esse episódio.

Porque torcemos por ela, queremos que ela se salve, não entendemos nada e no final... vemos e pensamos, por algum momento "é, ela mereceu um pouquinho disso" por descobrirmos o que ela fez. a humanidade tem seu lado mau, e vimos aqui. Em todas as suas partes.

aplaudindo de pé esse episódio, pqp!

Episodio 2x3 - Nota 9 2016-08-04 20:08:31

Gostei MUITO do episódio, mesmo! não me pareceu ser 'o mais fraco'. claro, um nível abaixo do 2x01 e 2x02 mas achei na média dos demais.

Adorei o Waldo! hahaha, muito bom o personagem.

e a crítica, outra vez, muito boa. adoro esses finais infelizes... é bom não ver o "felizes para sempre" toda hora, porque sabemos que isso, na realidade, ocorre bem pouco.

Falamos, falamos, falamos dos políticos, que estamos cansados em votas nos mesmos que acabamos entregando nosso voto, para qualquer pessoa que foge do comum. Aqui, um desenho animado. Não ganhou a eleição, mas conseguiu 16 mil votos. um desenho animado, que usa os xingamentos e a linguagem para se destacar no público.

É interessante o contraste do Jamie com o Waldo. o Jamie é triste, após a sua transa com a Harris ele fala que "Não estava sendo feliz fazia um tempo e sentia falta disso". e o Waldo é um sucesso, feliz, espontâneo, agrada todos. mas o Jamie, é "nada" praticamente.. o personagem faz sucesso, mas ele nunca fará. e como citado que ele fazia comédia e todos seus amigos cresceram, só ele que ficou atrás de um desenho animado o controlando. Ele faz o personagem infeliz.. e no final fica claro, porque querem que ele entenda de política, entre na competição e tudo mais, peça o voto de todos. Ele não quer isso.. e ele explode, largando o personagem.

o final mostrando um futuro com o Waldo dominando o mundo inteiro e o Jamie virando um mendigo é triste. o personagem que ele 'criou' e fazia, mas que não era seu dono, de fato, explodindo no mundo e sendo uma marca internacional de sucesso e ele que o interpretou tanto tempo... fadado ao fracasso.

A negação da Harris após a transa o ignorando também foi muito triste e acho que aquilo o fez explodir de vez. ele foi feliz aquele momento com ela, ela demonstrou também ser... mas por força política, relações de poder, teve que negar o contato com Jamie. e ele, como qualquer ser humano, tem sentimentos e ficou triste e afetado com isso. por isso ele a ataca daquela forma, falando que ela é pior que todos.. porque estava chateado.

Se ela tivesse ficado com ele, talvez ele teria obtido o sucesso que ele queria e sua felicidade. ela ainda fala "eu te ligaria depois de tudo" Mas já era tarde...a sensação de mágoa já havia aparecido.

uma parte que chamou a atenção era 'o agente' lá tentando fazer o Waldo ser a cara dos jovens para transmitir informações. informações que se um político humano passa, seriam ignoradas, mas que com a força de um personagem de desenho popular, poderiam serem valorizadas. Querer usar isso. Algo que é muito a nossa realidade hoje em dia colocando alguém popular em uma propaganda para realçar as vendas daquele produto, daquela empresa, etc.

Qualquer um poderia fazer o Waldo... no final. Muito triste.

vi que a 3 temporada vai ser exibida pela Netflix (que comprou) e terá 12 episódios. isso me preocupa: os 12 episódios. eu acho "Black Mirror" com episódios muito fortes, chocantes, que nos fazem pensar e causam um grande impacto e até desconforto. 12 episódios acho demais...porque talvez o impacto de alguns episódios seja minúsculo, para tentarem fazer os últimos terem um impacto maior, não sei. no máximo 6 episódios estaria de bom tamanho. Vamos ver se irão manter os 12 episódios no nível alto, criticando tecnologias, sociedade.

Episodio 3x1 - Nota 10 2018-08-06 14:49:39

É incrível (pra variar) como Black Mirror faz a gente refletir sobre o mundo que estamos fazendo.

Bryce Dallas Howard foi SENSACIONAL na atuação desse episódio.

E o futuro.. é agora: Celular presente em todos os momentos, deixando de viver o real, curtindo tudo, compartilhando tudo, querendo mais seguidores (as estrelinhas no episódio) querendo status, gente conhecida pra andar, pra se "encostar" e crescer na popularidade. Avaliando as pessoas pelos seguidores: quanto mais, "OPA, vou me enturmar" quanto menos "Opa, não deve ser tão legal" e aí, mais um tapa na cara que Black Mirror nos mostra. A mulher do caminhão, com a avaliação baixa... É MAIS LEGAL QUE TODO MUNDO que tinha 4.6 estrelas pra cima. A alta sociedade do episódio é um mundo nojento, cheio de pessoas falsas. E as pessoas com menores avaliação, são incríveis.

Já escrevi muito sobre isso em outras redes sociais, mas é sempre bom escrever novamente: Larga o celular, desconecta dele, fica um dia, dois sem. Aproveita a cidade, sai fazer uma caminhada, OLHE PELOS OLHOS, NÃO PELA CÂMERA DO CELULAR, pare de querer compartilhar tudo, todos os seus acontecimentos. Não mostre sua vida tão fácil. Viva o real! Não fique vidrado em instagram, twitter, whats. sei lá.. é tão melhor quando fazemos isso e percebemos isso.

Risada da Lacie é aterrorizante, acho que é a risada de quem tá cansada de viver nessa sociedade, mas só percebe porque a avaliação caiu, se não estaria lá, querendo mais e mais.

Não faço o paralelo com vir aqui avaliar, porque é um episódio, ficcção, não pessoas reais, coisas reais, sentimentos, mas é bem sacado em quem comentou sobre.

Necessidade de avaliação parece estar dentro da gente já, por isso se libertar um pouco disso é tão bom. Não julgar o próximo, não buscar agradar todo mundo, não mudar pra tentar agradar. Seja só você sem buscar ser um personagem e FODA-SE! como é a frase no final do episódio, a prisão, o xingamento, foi a libertação dela. Fazer o gesto de avaliação sem o celular... foi libertador. Larguemos o celular um pouco, paremos de avaliar tanto o próximo e vivemos mais o real.

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Dyonathan Lavall