Eu até cheguei a fazer upload de uma imagem que tirei do episódio (está aqui no BdS mesmo) no qual aparece Amantha lendo o livro de The Black Swan (A Lógica de do Cisne Negro), que justamente é algo que ela está vivendo naquele momento, não só nesse momento, mas sim, desde que o Daniel foi condenado.

No livro o autor escreve que "é impossível tentar antecipar e prever o futuro, já que aquilo que conhecemos é muito menor em relação ao que não conhecemos. Ele também explica como uma pessoa deve lidar com eventos inesperados em um mundo imprevisível e que elas tenham a consciência e aceitem que esses eventos, uma hora ou outra, acontecerão."

São detalhes, mas que enriquecem demais a série. E deve ter muito mais, mas que são bem complicadas de "pegar". Por isso gosto de rever às vezes, rs

Enxergar o mundo com muitas certezas acaba por limitar nossa visão sobre ele, já que não deixa margem às possibilidades. É bonito ver a evolução do pensamento de Daniel, das elucubrações que ele tece a cada instante. Cada palavra é direcionada a tentar compreender esse mundo que o cerca e essa ordem desconhecida, que às vezes parece ilógica.

Olhar o mundo não é suficiente pra Daniel. E ele chega a essa conclusão enquanto tá limpando os vidros da janela. Então sai, disposto a alterar a desordem do acaso, com a queda do galho, disposto a se fazer útil, a mostrar-se disponível para entender o que o cerca. Nesse contexto, ele parece entender que seus objetivos não se cumprem de imediato, mas as tentativas de execução são fundamentais. O envolvimento direto com o problema do galho o levou a ampliar seu olhar, a enxergar o vizinho, a perceber que a força ainda lhe falta e até, talvez, a reconsiderar suas ações para com Teddy (me pareceu que ele tenta se desculpar ou ao menos mostrar que não se sente bem com o “episódio do café”).
Seu redor ganha novas cores e perspectivas, fazendo aparecer outras necessidades, mais práticas e, naquele momento, mais urgentes para essa redefinição de parâmetros, como a reforma da cozinha.
Ele está reformando a si, metamorfoseando-se com a contribuição de Janet, a mãe que lhe oferece doce pela manhã. Ele recebe como uma gentileza, mas simplesmente não consegue apreciar o sabor, apesar de parecer faminto por isso, por esse gosto do comum (nessa cena, mais uma atuação perfeita de Young).

Daniel procura novos rumos, cada vez mais impaciente e angustiado com as fórmulas e rótulos que vê reproduzidos. Ele anseia por entender os sentidos, embora diga a Amantha que “emoções são pra perdedores”. Uma visão sóbria e limpa precisa de objetividade, de foco, de observação e experimentação, como queria Darwin e, como o naturalista a bordo do Beagle, também precisa retraçar caminhos, como sugere de forma tão bela a musiquinha homônima ao episódio.

Rectify é uma das melhores séries por causa de um episódio desses. Além da ótima história e das excelentes atuações, o roteiro é espetacular.

A crítica do Daniel quando tava dentro do carro onde disse que era tudo circular, sem ângulos, plásticos, polímeros pode se relacionar com o que ele disse pra Amantha, quando ela o confrontou quando ele preferiu inocentar o Bobby Dean. Pra que ele reviver o ciclo? Pra que entrar em conflito novamente? Agora depende do Bobby Dean.

As cenas do Jon com Hollis também foi ótima. Pois se o cara disse que as vezes é bom fingir, porque Daniel também não estaria fingindo ser um cara "normal"? Ele disse pra Amantha que não é bom ter tanta certeza. Não consigo imaginar o que ela faria se o irmão fosse comprovadamente culpado. A música Charlie Darwin fechou muito bem o episódio.

Ted Jr. vai meter o pé pelas mãos com esse negócio e corre risco de perder a casa.

Essa temporada está no mesmo nível que a primeira, o roteiro não está deixando a desejar em nada, e também não estão faltando momentos sensíveis e tocantes nessa 2 season.

Como eu já tinha falado, achei interessante esses dois primeiros episódios onde ele esteve em coma (apesar de estar em coma, teve sequências de sonhos que foram simplesmente geniais), pois assim abriu a oportunidade de desenvolver bem os outros personagens, e isso foi importante pra série, mostrar a “consequência” que gerou nos personagens. Tawney basicamente está “sofrendo” por ter tido essa “conexão” com o Daniel, está em conflito. Teddy Jr mais que nunca está sendo afetado pela presença do Daniel em todos os sentidos, temos a cena da cozinha nesse episódio que demonstra um pouco disso, dele chamando a Janet pra falar dos negócios e sendo obliterado pelo Daniel e seus problemas, é tudo muito esclarecedor. E não vou nem citar nem os outros, pra não deixar esse post maior do que está ficando, rs

É que a série não pode seguir naquela vibe de “êxtase”, digamos assim. Quando tudo parecia que estava pronto para recebê-lo e etc... Não, acho que agora é sobre “seguir em frente”, tentar, pelo menos. Os episódios até agora foram bem “fechados”, faz ligações bem importantes. Daniel não está mais disposto “aceitar” as coisas, tanto que ele se empenha tanto naquela “reforma” da cozinha.

Algo que vou sentir falta (já estou sentindo...) é dos momentos com o Kerwin, que acho que não mostrarão mais, porém, é bem coerente.

O galho caído apenas representou a vontade crescente de Daniel sair de casa e fazer alguma coisa, sem precisar da proteção de alguém. Ele não está nem aí em se envolver com o "jogo" que Amantha, o xerife e terceiros estão jogando. Ele apenas quer ir lá remover o galho, andar de carro, entre outra coisas.

Enquanto Daniel parece determinado, Amantha está cada vez vivendo mais a vida do irmão do que a própria. Ela realmente precisa arrumar um emprego e deixar de ser tão pegajosa.
Já Teddy Jr e Tawney estão com uma relação praticamente sem muita vida. Mas ainda assim é bonito e triste como Tawney ainda tenta manter.