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Feud By Paulo





Episodio 1x3 - Nota 9.5 2017-04-04 20:48:48

É quase impossível, depois de três capítulos de Feud, não sair com um sorriso no rosto imprimindo uma satisfação imensa com o prazer visual que essa série da FX tá fazendo. Não sou muito de ovacionar o Ryan Murphy, mas seu trabalho aqui tem sido digno de honraria. Há uma química tão poderosa entre a Jessica e a Susan, que ambas com seus potenciais performáticos, elevam e dão vida seus personagens de forma verdadeiramente encantadora e excepcional. Elas realmente desenham "espelhos" da verdadeira Bette Davis e da Joan Crowford e o embrace da adaptação em contar sobre a dinâmica e as rivalidades de cada uma sob a forma de bastidores, me permite ver coisas que nunca jamais teria oportunidade de ver. É uma descoberta imensa essa biografia audiovisual, já por assim dizer.

Em adição, o mais magnificente é ver que ambas não se tornam grandes amigas, mas se compilam a serem aliadas profissionais. Numa época em que se pode afirmar que Hollywood era bem sexista - por serem usadas como objetos para inflar o ego dos homens -, a aliança entre as duas, apesar das indiferenças, era necessária para quebrar essas barreiras e mostrar o quão o gênero de ambas era capaz, longe de serem caricaturas, seres hábeis de atingir a humanidade. Elas precisavam lutar por elas mesmas. E a série, vejo como um todo, busca entrar nessa jornada com bastante brilho e vislumbre. Joan vê a beleza de Hollywood, já a Bette ela vive para dar vida ao personagem. É magnífico. E no mergulhar de tudo isso, ficamos cientes de coisas não triviais sobre elas, além de suas vidas privadas, suas solidões, seus encantos, sobre tudo. Elas são atrizes que na história do cinema viveram a arte que criaram.

Eu poderia apenas ficar satisfeito com cenas em que ambas trocam diálogos, farpas e verdades sobre si mesmas. Um episódio com elas conversando seria um prato saboroso de apreciar, uma vez que é sempre um deleito ver momentos em que ambas se abrem intimamente uma para a outra. Há muitas cenas divertidas que me encantam e não deixo de rir, como por exemplo, no momento em que a Joan para sabotar a atuação da Davis, usa diversos pesos, o que amplifica ainda mais o tamanho da rivalidade entre elas. Mas há outras cenas, como a da praia, que me deixa mais perplexo e atônito, onde exaltam o alcance, por meio da Jessica e da Susan, o quão magnífica atrizes de cinema Betty e Joan eram. Sem mais delongas, eu amo o sequenciamento final deste capítulo quando elas se entreolham. É tudo! Que escolha de elenco, que escrita elegante, que fotografia, maquiagem e figurino esplendidos. Já vejo Emmys sendo garantidos.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-04-09 11:08:27

Excelente menção a Big Little Lies. Não concordo menos.

Episodio 1x4 - Nota 8.5 2017-04-09 11:22:35

É terrível ver como Hollywood era tão sexista naquela época. E até hoje nas produções atuais, seja televisivas ou cinematográficas, se pararmos e encararmos, iremos ver uma grande diferença entre diretores e produtores, ratificando a grande disparidade de representação de gênero. Estamos numa sociedade que é remanescente dos moldes do patriarcalismo, e ainda se torna notável que a mulher é menos valorizada que o homem, não importa qual seja a profissão ou status. Nesse capítulo, Feud mostrou muitas arestas desse preconceito, percorrendo entre a misoginia e o sexismo, tendo o maior exemplo do mesmo, Pauline, que é reflexo de todos esses elementos. O roteiro do seu filme quando recusado é só mais uma prova da desvaloração das mulheres quando ousavam em criar seus próprios processos criativos.

Uso a palavra "ousavam" porque é exatamente como acontecia, e a mulher quando pensava ser ambiciosa em dirigir ou produzir qualquer filme, era descredibilizada num piscar de olhos. Era impossível, embora sonhar alto não fosse proibido. Mesmo assim, o preconceito percorre eras, e vemos isso diariamente. Não sou vítima direta disso, mas sim, a mulher que tem suas contribuições e seus valores de se levar a sério negadas. Joan esmaga as ambições da Pauline com fato dela ser uma "ninguém", alguém que na verdade não possui experiência nenhuma no cinema, e embora Crowford estivesse desesperada para alavancar sua carreira que aos poucos se desvanecia, permanece aquela dúvida de que se mesmo Pauline tivesse tido um pouco de experiência, ela ainda definitivamente não seria levada a sério. Mamacita dá um discurso bastante encorajador e sucinto de tudo isso, um real lembrete do quão deplorável é ver as mulheres de Hollywood tendo duas oportunidades e habilidades sendo esmagadas.

Diante de todo o sucesso de Baby Jane não dá para contrariar que a Davis tenha sido indicada ao Oscar enquanto a Crowford não. Bette foi ovacionada pela crítica especializada e usou isso a seu favor. Foi a programas e fez entrevistas, não deixou em nenhum momento de estar em contato com o público, embora a favorita deles tenha sido a Joan. Bette bebeu todo o elixir possível da garrafa que ganhou para alavancar sua carreira. Ela sabia que isso não poderia ter dose dupla. Enquanto isso ocorria, a Davis estava deprimida pela parceira do filme que recebeu a indicação e se afundava cada vez mais nas várias taças de tequila e vodka que ela tomava. No final, Joan poderia ter aproveitado sua parcela de sucesso como bem a Bette mencionou, mas a Joan esteve mais preocupada em garantir o seu sucesso com a derrota que ela arquitetava contra Davis. Eu só queria ter visto as duas indicadas na mesma categoria só pra noite do Oscar ter sido mais divertida.

Episodio 1x5 - Nota 9.5 2017-04-09 13:00:22

Já sei de longe quem é quando tem um sotaque britânico sussurado como aquele. Sarinha é sempre bem vinda.

Episodio 1x5 - Nota 9.5 2017-04-09 17:33:45

É esperado que muitos possam demonizar a Joan por um ato tão desesperado de vingança contra a Bette. No entanto, é no mínimo compreensível ver que suas ações correspondem em modo de defesa depois de todo o seu esforço colocado em Baby Jane ter sido desprezado. Numa indústria demolizadora que delimita mulheres talentosíssimas de serem auto dependentes e a tomarem volantes criativos de produção e criação, Joan em sua idade sofreu por Hollywood lhe desprezar por ter atingido uma certa idade. Embora todo o cenário de sua fúria tenha lhe feito agir com tamanha mesquinhez de suas artes, ela fez o que ela acreditava ser certo, não por apenas uma rivalidade contra a Davis que era incurável, mas porque na última oportunidade de arrancar suspiros belos do sucesso que o cinema de Hollywood lhe causava, o fôlego e a chance lhe foram tiradas. Ela como a Davis ansiava a glória, e se foram juntas que alavancaram um filme de bilheteria, nada mais merecido que ambas fosse ovacionadas. Somente uma foi reconhecida e Joan não queria que Bette saísse como a única vitoriosa.

Nesse cenário construído, pouco sabemos o que é real ou não, mas de uma coisa é certa, a rivalidade sempre foi trivial e imensurável. Joan quis aliviar a dor que havia sentido quando não foi indicada pelo filme. Na noite do Oscar, ela garantiu só alguns momentos de glória. Já a Davis, recebeu uma pontada dilacerante de derrota depois de tanta autoconfiança dada. Quando somos introduzidos aos minutos finais do capítulo, nós percebemos que nada absolutamente mudou para a Joan. Ela volta para casa com o Oscar da Bancroft na mão e coloca em cima da mesa perto à sua cama. E vemos, lá está ela, sentada na beira da sua cama, sozinha, amargurada, com uma estatueta que não é sua, que não está cravado nenhum dos seus nomes. Seu plano de brilhar na noite saiu como planejado, mas no fim das contas, foi uma derrota permanente, não só para a Davis, mas como também para ela. Excelente a emoção que Feud tem proporcionado. Sarah e Jessica dispensam comentários. Emmys e Globos de Ouro são muito bem vindos!

Episodio 1x7 - Nota 9.5 2017-04-29 22:27:15

Quando Joan se dirigi ao quarto de Bette, Feud nos dá provavelmente a melhor cena da série como também a resposta mais sucinta sobre o mundo onde essas duas mulheres eram constantemente tomadas como peças manipulativas, tanto pelo mídia de Hollywood quanto pelo machismo dos homens dos respectivos recintos nas quais ambas trabalhavam. Nessa cena, muitos insultos vai, muitas hostilidades pelos olhos vem, até que Bette faz uma pergunta super pertinente a Joan. Ela indaga Joan perguntando-lhe sobre como era ser a mulher mais bonita do mundo e Joan responde que era uma sensação única, embora tal adereço nunca tenha sido suficiente. Na mesma linha de cena, Joan rebate e pergunta como era ser a mulher mais talentosa do mundo e Bette diz sem muitas disparidades, que era excelente, embora, o requisito nunca tinha sido o suficiente também. Essas mulheres poderiam sim ser grandes amigas.

Em qualquer lugar que elas iam, eram constantemente rivalizadas. No fim, seus adereços nunca eram suficientes. Sem dúvida alguma, elas eram grandes ícones do cinema de sua época, mas a rivalidade externa que era imposta era o gargalho que as sufocava, o fator que cada vez mais colocava uma no alvo frente ao gatilho da outra sem muitas questões óbvias. Talvez, elas se completassem pelas peculiaridades que eram reconhecidas. Talvez, se invejassem mutualmente pelas características únicas que cada uma tinha. Bette era uma deusa da atuação, Joan era da beleza. Há uma certa honestidade existente entre as duas que é uma das coisas que mais aprecio nessa série. Entre toda essa vulnerabilidade, cada uma reconhecia os valores da outra como profissional. Elas se minavam constantemente, mas se havia um espaço para elogio genuíno, ambas faziam sem grandes relutâncias, cenários ou expressões ríspidas que engolem ressentimento pelo o que dizem.

Paramos e pensamos, infelizmente o diálogo da Bette é muito crível quando chegamos ao final do capítulo. O insuficiente gera a consequência. Joan pagou os frutos pelas quais plantou, e do mesmo modo foi com a Bette. Nenhuma era santa, e se pensamos assim, também podemos chegar a conclusão de que se não fosse por uma Hollywood tão sexista, tão machista e manipuladora, nenhuma haveria nenhum tipo de contenda pela a outra. É muito triste de olhar a cena final quando Joan recebe a notícia pelo rádio. Ela quebrou a cláusula do contrato, fez a Mamacita ir embora por conta de seus impulsivos descontroles, mas nada foi gerado apenas por sua deliberal culpa, assim como a da Bette. Foi da indústria que as manipulou, a indústria que costurou todo o "feud" entre elas". Talvez se elas fossem amigas, quem sabe não seriam grandes atrizes mais do que já eram? Talvez é uma palavra constante onde tudo possibilita a ideia de que as coisas poderiam ser diferentes. É isso o que Feud por meio desses bastidores de narrativa vem recontando a cada capítulo.

Episodio 1x8 - Nota 10 2017-04-30 02:28:12

Sou ariano também e presenciei frente a tela aquilo que me é familiar.

Episodio 1x8 - Nota 10 2017-04-30 13:10:50

Engraçado que no meu comentário do capítulo anterior, a centralidade do tópico foi exatamente a pergunta que o título desse oitavo capítulo trás. E se talvez elas fossem amigas? E se talvez a mídia não fosse tão manipulativa, o que poderia ter acontecido de diferente? Há talvez a possibilidade de que nenhuma dessas mulheres quisesse realmente ser amiga da outra. Mas talvez é uma palavra que trás constantes incertezas, e é se atentando a isso, que não deixa de sequer passar no nosso consciente aquele indagamento, aquele vislumbre e pensamento de nossa imaginação, de que as coisas poderiam ter sido de outra forma. Não sabemos como, mas poderia. Bette e Joan por mais que fossem mulheres de certa idade, lutaram contra as barreiras midiáticas. Lutavam contra os empecilhos que as limitavam. Se posicionaram contra o sexismo que as impedia de serem mulheres frente aos comandos criativos do cinema. Em certa medida, cada uma sofreu ao seu modo. Ser atriz de cinema não era fácil. Mas de que adiantava tanta beleza formosa e tanto talento em campo se ambas eram desvalorizadas? Tristemente elas eram deixadas pra trás mesmo carregando tanto.

Como eu mencionei logo nos primeiros capítulos da série, elas foram atrizes que na história do cinema viveram a arte que criaram, embora, para o desapontamento delas, nenhum de seus adereços tenham sido suficientes. Nos fins de suas carreiras, vimos que elas tentaram decolar juntas e conseguiram. Entre campos minados tecidos pela mídia e farpas trocadas entre elas, Baby Jane foi um grande estouro. Há uma grande limiar sobre honestidade e arrependimentos levantadas no capítulo que é basicamente o trajeto que ambas poderiam ter tomado para sanar toda animosidade. Joan queria ter sido mais generosa com Bette. Bette queria que ela tivesse sido uma amiga para Joan. Poderíamos dizer que tudo isso não passava apenas da imaginação da Joan, mas não exatamente porque, quando Bette e Joan se encontraram pela primeira vez no set de Baby Jane, ambas deixam muito claro aquilo que elas esperavam. Os rumores de uma disputa entre ícones hollywoodianos nem sequer ainda passavam pelas suas cabeças, apenas, a breve esperança mútua de ambas em ganhar uma nova amiga para o projeto. Quem sabe, uma amiga para toda a vida. E pensar que as únicas pessoas que realmente compreendiam a dor da outra eram elas mesmas.

Entre comodidades de um microondas e um cachorro para lhe fazer companhia, Joan terminou solitária e deprimida. Bette teve muito mais sucesso com os anos, mas não obteve uma mesma nota em relação a sua filha. Tristemente, Blondell acaba dizendo uma verdade muito realística no final: eles apenas irão ganhar segundos em ressalve de suas memórias. Chegar onde elas chegaram e ver intimamente o que cada uma delas passaram é doloroso. Doloroso porque por mais que grandes atrizes, vimos o descortinar de mulheres fora dos bastidores. Mulheres estas complexas, problemáticas, cheias de falhas, mas humanas acima de tudo. E é mais doloroso em suma porque foram desvalorizadas, colocadas uma contra a outra sem o menor tipo de respeito, deixadas para lidar com as consequências por elas mesmas. Feud foi uma lupa que me permitiu ver boa parte da vida dessas mulheres que nem mesmo conhecia a fundo. Foi um olhar minucioso e sensível sobre duas mulheres emblemáticas de suas eras.

Jessica Lange e Susan Sarandon basicamente rasgaram meu coração no caminhar deste diário compartilhado. Sorri, chorei. Espero todo o reconhecimento possível para ambas. Não costumo elogiar o Ryan Murphy, mas Feud, que grande pérola deste ano. Jaffe Cohen e Michael Zam não podem ser esquecidos.


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Paulo

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