Angels in America by

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Episodio 1x1 - Nota 9.5 2019-07-21 05:02:57

Eu já esperava muita coisa, afinal é uma minissérie do Mike Nichols (um dos melhores diretores americanos) dirigindo a Meryl Streep e o Al Pacine, mas ela me ganhou definitiva na cena da alucinação conjunta do Prior (Justin Kirk) com a Harper (Mary-Louise Parker).

É bem interessante como a série demonstra três visões diferentes acerca da homossexualidade. O personagem do Justin Kirk é abertamente homossexual e não vê nada de errado com isso. O personagem do Patrick Wilson vê isso como um pecado máximo, que afronta os preceitos da religião, e acredita que ainda pode ser salvo mesmo sendo homossexual mas não "praticando" o ato. E por último temos a visão trazida pelo personagem do Al Pacino; pra ele, ser homossexual não é um pecado religioso mas sim um pecado moral. Não há nada de errado em praticar atos homossexuais, mas ser reconhecido como um é uma desonra.

Episodio 1x2 - Nota 9 2019-07-21 02:26:22

A parte política é válida para contextualizar a crise idéologica que os Estados Unidos (e o mundo) estava enfrentando, e também pela atuação maravilhosa do Al Pacino, mas ela se torna bem chatinha se comparada aos outros momentos do episódio. Esses últimos 10 minutos foram um soco no meio da cara.

Episodio 1x3 - Nota 8.5 2019-07-21 03:46:39

Esse é um daqueles episódios que preciso rever para pegar boa parte dos seus significados, e por isso é bem provável que ele cresça em uma revisão. Mas de primeira o que mais me conquistou foram as cenas das alucinações, principalmente toda a cena do Roy com a Ethel Rosenberg.

Essa sequência final é maravilhosa. Emma Thomspon como anjo é tudo que eu precisava e não sabia.

Episodio 1x4 - Nota 9 2019-07-21 18:49:20

Acho que esse foi o episódio mais esclarecedor da série até então.

Na minha visão, os anjos representam pessoas que marcaram a vida da pessoa que estão o vendo. Aquela médica foi uma pessoa importante para o Prior, mesmo tendo sido alguém passageiro e que ele não tenha consciência disso. Ela foi quem salvou ele no momento mais crucial da sua vida. Já a Ethel talvez represente uma culpa interna que o Roy sente por ter levado ela a cadeira elétrica, ou talvez até um orgulho, já que esse foi provavelmente o ápice da sua carreira.

O único núcleo que não estou entendendo muito bem é o da Harper. Gostava bastante dela no piloto e no segundo episódio, mas desde então tenho sentido que o núcleo dela está bagunçado demais, enquanto os outros estão ficando muito bem amarrados.

Episodio 1x5 - Nota 9 2019-07-21 21:08:40

Episódio bem denso emocionalmente, cheio de socos no estômago. O personagem do Jeffrey Wright cresceu demais, amo as cenas dele com o Al Pacino, que dupla espetacular.

A dupla Prior + Belize é tudo pra mim. A cena deles indo no escritório do Joe foi engraçada demais.

Pensei de não gostar da personagem da Meryl Streep (como a mãe do Joe), mas estou curtindo bastante. Ela se mostrou bem empática, principalmente com a Harper.

Episodio 1x6 - Nota 10 2019-07-22 00:05:06

O triste da HBO ser uma emissora paga que restringe os meios de compartilhamento das suas produções é que séries como essa acabam caindo no esquecimento.

Que episódio excepcional. A jornada do Prior pelo "pós-vida" é uma das coisas mais lindas que já assisti. A fotografia é maravilhosa, principalmente nas cenas em preto e branco. Mas o grande destaque foi o monólogo dele sobre o abandono de Deus. Genial.

E eu preciso destacar o uso de atores nessa série. No elenco temos a Meryl Streep e o Al Pacino. Em uma obra qualquer esses dois atores seriam usados a exaustão, ofuscando qualquer um em cena. Mas aqui não. Eles são usados de forma necessária e contida, os seus colegas de cena tem o mesmo nível de qualidade e o mesmo nível de diálogos. E isso é algo raro de se ver.

Talvez a minha única crítica seja em relação a personagem da Mary-Louise Parker. Ela arrasou nos dois primeiros episódios, mas depois foi deixada de lada. É uma pena, parecia ser uma pessoa interessante e ela estava fantástica na atuação.

As duas quebras da quarta parede no final é maravilhosa demais. É algo bem teatral mas que funcionou de forma espetacular. É bem notável o tom de esperança na fala do Prior sobre o novo milênio, e é justamente por isso que achei um final melancólico. É revoltante e desesperador pensar que 15 anos se passaram desde a minissérie e o mundo só tem piorado. Me pergunto qual seria a relação deles se alguém contasse tudo que aconteceu nos Estados Unidos (e no mundo) nos últimos 5 anos.

TLDR: Minissérie extraordinária que - infelizmente - continua mais atual do que nunca. É um must-see para quem ama séries (ou cinema). Espero que ela seja redescoberta.

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