Brothers & Sisters by LucaSP

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Episodio 1x1 - Nota 8 2020-08-24 15:46:41

Com um elenco com Matthew Rhys, Rachel Griffiths, Calista Flockhart e Ron Rifkin, o piloto imediatamente já chamou minha atenção. Apesar de ser bastante personagens, deu para ter um bom entendimento do enredo logo de cara, embora ainda não gostei de nenhuma em específico. O gancho no final foi um tanto previsível, tendo em vista que o episódio inteiro girou em torno dos mistérios que o pai escondia. Resta acompanhar como a série se desenrolará a partir disso.

Uma coisa que eu achei uma boa sacada foi justamente a personagem principal ter essa posição conservadora, pois o episódio trouxe muitos pontos que abrem espaço para ela se questionar a respeito disso, como a questão do Justin e a guerra e o noivo dela praticamente dando um ultimato quanto a ele ou o emprego dela - o que já remete ao que Kevin fala para irmã de Jonathan se colocar em primeiro lugar. Além disso, uma família dividida por conta de política é um plot tão 2020 para uma série que foi ao ar em 2006, que deve ser interessante ver como trabalharão isso.

Episodio 1x5 - Nota 8 2020-08-25 19:47:45

Só mesmo através desses alívios cômicos, como na cena inicial e mesmo durante o jantar entre casais, para aturar esse triângulo amoroso envolvendo Kitty. Calista Flockhart leva bastante jeito com comédia e de algum modo conseguiu tornar esse plot, bem clichê, em algo mais tragável. Entretanto, vinha sendo a parte menos interessante da série, de longe, e fico feliz que já encerraram pelo menos uma parte dele.

De resto, já deu para começar a simpatizar com a maioria das personagens, especialmente Sarah, Nora e Kevin. Apenas Tommy está um tanto aleatório, sem um enredo muito consistente além da questão com Justin. Ainda não entendi muito a utilidade dele para a narrativa.

Episodio 1x7 - Nota 8.5 2020-08-26 15:34:05

Legal como não conseguem manter um segredo por mais de algumas horas nessa família, mas as histórias com o Tucker Booth e a casa da árvore nunca vazaram. Engraçado o episódio ter usado isso como piada interna com o público, largando referências a respeito disso e usando como alívio cômico, a exemplo de quando Justin comenta que se as paredes da casa falassem teriam muito a dizer - sendo que nem ele faz ideia de quanto.

Achei o drama em torno de Tommy ser estéril um pouco demais, mas entendível no contexto drama familiar dos anos 2000. Além disso, conseguiram usar muito bem desse plot para aproximar os irmãos. Ótima a cena deles na clínica.

Episodio 1x9 - Nota 8 2020-08-27 19:00:04

Eu acho bem errôneo esse pensamento "Justin se alistou, porque quis" que o próprio episódio reforça. Ninguém colocou uma arma na cabeça dele o obrigando a servir, de fato, mas se ele o fez foi motivado por um patriotismo cego que prega que os EUAs, especialmente naquela época, estavam sobre ameaça e que precisavam ser defendidos através da guerra. Esse é justamente o pensamento que a própria Kitty defendia. Ela inclusive disse que não achava que ele estava cometendo um erro e que, se estivesse, era o direito dele errar - esquecendo que esse ""erro"" poderia custar a vida de pessoas, incluindo a dele.

No entanto, achei interessante como o episódio mostra que Nora também teve uma parcela de responsabilidade nessa decisão, à medida que ela fazia de tudo para ele não ir, o tratando como uma criança indefesa. Acabou que ele, para se libertar desse sufocamento parental, se alistou para buscar uma vida própria. Na minha opinião, todos tiveram um dedo nessa escolha de Justin, incluindo o próprio pai que apoiou essa estupidez. Não acho que Nora estava errada em se chatear com Kitty - o discurso que ele tinha direito de """errar"""" foi de acabar - mas ela foi um tanto seletiva nessa indignação, além de evitar olhar para si mesma. Felizmente, tanto ela, quanto Kitty, admitiram que estavam erradas e superaram essa questão.

Episodio 1x12 - Nota 7 2020-08-28 16:42:49

Muda-se a série protagonizada por Calista Flockhart, mas a bifobia segue marcando presença. Curiosamente, Chad é interpretado por Jason Lewis, conhecido principalmente por seu papel em Sex and the City - talvez, o exemplo mais famoso e escrachado de bifobia em um episódio de série de televisão. Já dá para formar uma trindade com as três séries (essa, Ally McBeal e Sex and the City) sobre como não se representar um personagem bissexual na TV.

O problemas não foi só a fala do Kevin que bissexuais não existem, ou o próprio Chad adotar um discurso de "não sou gay, mas todo mundo tem um lado gay" e, sim, o modo como esse plot foi desenvolvido. É como se pegassem os medos que Carrie (Sex and the City) e Ally (Ally McBeal) demonstraram em suas respectivas séries e dissessem que elas estavam certas em o tê-los. Embora o relacionamento de Chad com a namorada pareça aberto - mas não descarto ele ter mentido sobre - a impressão principal que o episódio passa é: Chad brincou com os sentimentos do cara gay, enquanto saía com ele escondido da namorada que estava viajando, possivelmente a traindo - novamente, não dá para ter certeza se há um acordo entre eles. É uma quantidade tão grande de estereótipos negativos para um plot que nem foi o principal foco aqui.

Episodio 1x14 - Nota 8.5 2020-08-29 13:26:50

O início desse episódio foi a sequência mais engraçada da série até agora. Texto afiadíssimo que soube usar muito bem a seu favor a melhor gag do seriado: o fato de nenhum dos irmãos saber guardar segredo. Ver as fofocas sendo repassadas no instante que elas estavam sendo contadas foi hilário.

Desenvolver o episódio a partir desse flashforward foi uma ideia interessante. Na maior parte dos núcleos, como o de Kevin, saber o que ia acontecer 24 horas depois até ajudou acrescentando uma certa ironia - no caso, dando uma informação ao público que não era de conhecimento das personagens, vulgo quem era o encontro armado para ele. No entanto, no caso do Justin por exemplo, essa previsibilidade apenas atrapalhou, afinal havia uma espécie de suspense em torno dele encontrar Tyler e se declarar para ela.

Episodio 1x19 - Nota 8.5 2020-08-30 17:02:24

Ótima a ideia da game night e como o roteiro criou tensões para as personagens que desencadeiam durante o jogo. Kevin na mímica estava hilário. Falando nele, ainda que a tendência de sabotar os relacionamentos seja muito clara, nesse, ele estava certíssimo em pular fora. A única pessoa errada nessa situação foi Kitty, que ignorando tanto o Kevin quanto o McCallister, arranjou Jason com o irmão apenas se baseando no fato que são dois gays e sabendo que Kevin tem, com muita razão, mil e um problemas com o senador.

Sobre Rebecca, não creio que colocariam a personagem para bancar a vilã manipuladora na série. Ela estava muito bem sem os Walkers - eles que quiseram inserir ela na família - e não tem motivo nenhum para querer estragar o casamento de um deles. Logo, acredito que Joe realmente tentou algo com ela. Esses problemas matrimoniais com Sarah vêm sendo construído há um tempo.

Episodio 1x22 - Nota 8.5 2020-08-31 16:26:11

Esse episódio me pegou de surpresa. Normalmente, crianças, especialmente bebês, são um tanto intocáveis em dramas. Muito raros são os que tiveram a ousadia de matar um personagem infantil, afinal isso deixa a audiência muito vulnerável uma vez que demonstra como a vida é algo frágil. Quando apareceram com uma solução para William, eu já automaticamente achei que tudo se resolveria no final. Portanto, achei bem corajoso derem dado uma abordagem mais real a situação, não surgindo com milagres para salvar o recém nascido.

Poderiam ter poupado, no entanto, ele de ter o mesmo nome do avô, o outro personagem que morreu nessa temporada. Pareceu até uma maldição e só torna o processo de luto mais complicado, já que quando se lembrarem de um, associarão com o outro.

Episodio 2x1 - Nota 8.5 2020-09-01 16:33:34

Uma premiere que transitou muito bem do engraçado - o que eu ri de Nora e Holly vendo a mulher chegar no cemitério achando que era mais um affair de William - ao dramático. É normal produções abordarem o drama de quem está na guerra, mas não tão comum é essa abordagem dos que ficaram para trás. A aflição de Nora ao ouvir alguém na porta é muito comovente. Sally Field estava excepcional.

Pela segunda vez na série, devo dizer que fiquei no lado do Kevin se tratando de um relacionamento - curiosamente, as duas situações envolveram Jason. Há tantas coisas problemática nessa missão que mandaram o namorado dele que me admira Kevin ter aceitado passar por isso. Acredito que ele está passando por uma fase que acha que não encontrará mais ninguém, então está tentando se agarrar naquele que demonstrou interesse. O histórico de auto-sabotagem não ajuda, afinal ele começa a se culpar por não se dedicar o suficiente nos relacionamentos, mesmo que, nesse específico caso, ele esteja certo em não querer passar por isso. Eu, sinceramente, não acredito que ele vá realmente esperar por Jason e nem torço por eles, mas ele deveria ter sido honesto quanto a isso e não ter deixado o outro esperançoso.

Episodio 2x5 - Nota 8 2020-09-02 14:20:02

Essa família tem sérios problemas com fidelidade. Acredito que, com exceção de Justin, todos ou já traíram, ou foram traídos ou tiveram um caso com alguém comprometido.

É engraçado como, mesmo Kitty mentindo para a mãe a respeito da gravidez para ninguém ficar sabendo, a fofoca ainda espalhou certa para o restante da família. O alívio cômico nessa trama foi a melhor parte do episódio.

Sobre o plot da guarda, não gostei tanto. A decisão me pareceu um tanto sem sentido e planejada apenas para gerar algum drama no roteiro. Joe é quem mais cuida das crianças pois Sarah trabalha - algo que ela inclusive flexibilizou para ter mais tempo para os filhos -, não porque ela é uma mãe ausente. Em termos de oferecer as melhores condições para sustentar os filhos, é ela que deveria ter permanecido com a guarda, sem dúvidas.

Episodio 2x9 - Nota 8 2020-09-03 16:18:44

Esses episódios mais leves estavam fazendo falta nessa temporada. Kitty indo procurar a mãe achando que ela ia dar um discurso emocionante que a inspiraria nos votos e Nora só a deixando mais nervosa foi bem engraçado. A melhor gag, no entanto, foi o quarto que estavam levando as pessoas que estavam causando problema no casamento. Kevin sendo detido, após ameaçar o noivo foi impagável.

Falando nele, gosto como ele não perde uma oportunidade de esfregar na cara de Robert o voto contrário dele à união de pessoas do meso sexo e não é porque ele casou com a irmã que Kevin começou a gostar do sujeito. Que continue assim e não forcem uma amizade entre eles. Ainda sobre esfregar na cara, Justin falou até pouco perto do que Tommy merecia ouvir. Vive se sentindo o paladino da moral e dos bons costumes, mas trai a esposa, finge que nada aconteceu e segue julgando os outros. Rebecca realmente entrou na família depois dessa*.

*vou ignorar, por enquanto, qualquer dúvida a respeito da paternidade dela, porque dá para ver de longe o que a série pretende fazer com isso e não é nada legal.

Episodio 2x13 - Nota 8 2020-09-04 15:48:50

Obviamente, Nora não se mudaria, afinal ainda é a segunda temporada e não tirariam a personagem assim. No entanto, eu estava torcendo para ela fazer isso. Todos os filhos estão seguindo suas vidas. É bem injusto ela se privar de seguir a dela por causa deles. E para quem reclama da mãe ser muito controladora - Justin fez a maior burrada da vida dele pois se sentiu muito pressionado por ela - os cinco mostraram que o fruto não cai muito longe da árvore nessa família.

Esse plot da paternidade da Rebecca é, tranquilamente, o pior que a série já investiu. Não faz nenhum sentido inserirem tanto ela quanto Holly - vulgo: a amante de William - na família se haviam dúvidas quanto a isso. Se o fizeram, é porque confiaram na palavra de Holly, que estava certa quanto a isso. Mas, claramente, não foi uma trama planejada desde o início e estão fazendo agora para não haver um incesto entre ela e Justin - a forçação para cima deles está grande já faz uns episódios, com direito até a ciúmes. É impressionante como relacionamentos entre homens e mulheres eram retratados - ainda são, mas em escala menor - de modo que nem duas pessoas que se aproximaram por acreditar que eram irmãos são perdoadas de se envolverem*. Pelo menos espero que aguardem para desenvolver isso melhor em uma futura temporada e não logo nessa.

*e podem ver que isso é um padrão na série. Sempre que aparece dois personagens do sexos opostos interagindo, rola algo entre eles - a exceção de Kevin, que, por sinal, mal interage com mulheres fora as da família. Não importa se isso signifique traição por uma das partes, se era para ser uma relação profissional ou, no caso de Rebecca e Justin, se acham que são irmãos, sempre dão um jeito de fazer acontecer.

Episodio 2x16 - Nota 8 2020-09-05 14:56:16

O plot do casamento foi tão bom que é uma pena ter que diminuir a nota do episódio por causa de um tão ruim como esse envolvendo o sexto herdeiro. É uma história tão sem cabimento que fizeram só para justificar Rebecca e Justin não serem irmãos de sangue para poderem juntar os dois sem parecer um incesto. E a pior parte é que não funcionou.

Os dois podem não serem irmãos de sangue, mas seguem sendo um relacionamento bem incestuoso pois os sentimentos dos dois foram trabalhados enquanto eles achavam que eram irmãos. Em outras palavras, ambos se aproximaram pensando que eram parentes, confiaram um no outro pensando que eram parentes, desenvolveram toda uma relação, inclusive os sentimentos amorosos, pensando que eram parentes, mas na cabeça de quem escreveu isso não é incesto pois eles não são parentes de verdade. Além disso, para piorar, Nora frisou que Rebecca ainda faz parte da família - e, não, ela não falou isso pensando nela como nora.

Curiosamente, é a segunda série que eu vejo juntando dois personagens cuja base da relação é eles serem irmãos, mas esquivando disso apontando que eles não são irmãos biológicos. A curiosidade é que em ambos os casos os intérpretes em questão estavam tendo um relacionamento fora das câmeras e os produtores acharam uma excelente ideia levar isso para os respectivos seriados, resultando em dois dos plots mais sem pé nem cabeça que eu já vi em um programa de TV.

Sobre Ryan, não acho que vai ser um sexto filho para William, porque não acredito que o colocariam para ter um segundo affair - vai até contra o processo de humanização que estão fazendo com o personagem desde o início da série. Aposto que é mesmo o filho de uma amiga que ele "adotou" para si depois que ela morreu.

Episodio 3x1 - Nota 8 2020-09-10 11:59:07

Essa cena inicial está entre as melhores e mais engraçadas do seriado até agora. É uma visão tão estereotipada da clássica família americana e, como o episódio bem mostrou, não tão fiel à realidade dos Walkers.

Obviamente, reunir a família fora de casa resultaria em brigas e segredos sendo revelados. É a fórmula padrão do seriado e segue funcionando bem. Em alguns casos, como Kitty e Sarah, achei que rolou uma exagerada na dimensão das coisas apenas para gerar um drama, mas, no geral, realmente a família tem muito o que resolver.

Gosto de Nora - é talvez minha personagem favorita da série - mas tem uma característica dela que me desagrada bastante: a busca dela por bodes expiatórios para as merdas que os filhos fazem. Holly não tem nada a ver com Kevin, não são parentes, não são amigos, ela tem uma visão imparcial da situação. Se ele foi dispensado por Tommy, não foi porque ela envenenou ele e, sim, porque ele concordou com ela que isso seria o melhor. Tommy é um adulto (ir)responsável e pode muito bem tomar decisões por si mesmo. Se ele não considerou nem o irmão, nem a vontade do pai, é porque é um babaca egoísta.

Episodio 3x4 - Nota 7.5 2020-09-10 14:56:58

Em um episódio colocam Kevin, seguindo o conselho do próprio McCallister que fique claro, se fingindo de hétero para conseguir se tornar sócio da empresa. Aqui, já aparecem com essa ideia de ele ir trabalhar com o cara que ele não suportava até ontem. Qual o sentido de mudar repentinamente a trama do personagem, sem nem finalizar direito a anterior? Ou só surgiram com ele tendo que enfrentar homofobia no trabalho para parecer mais plausível ele se juntar a Robert? A propósito, é engraçado assistir a esse plot, de duas pessoas com visões tão contrárias trabalhando juntos para fazer política, em 2020. Soa utópico demais para os dias de hoje.

De resto, começo de temporada mais fraco da série até agora. Estão forçando bastante uma Holly vilã que quer destruir a empresa da família, enquanto o Tommy é um pobre coitado nas mãos dela. Eu acho bem irreal a amante se dando bem com a família do cara que ela teve um caso, mas a série estava bem melhor quando tentaram fazer isso do que agora.

Episodio 3x7 - Nota 7.5 2020-09-10 21:10:52

Tommy, Justin e Kitty vêm se revesando para ver qual o Walker mais insuportável nessa temporada. Dessa vez, mesmo com uma disputa difícil, ela levou. Completamente ridículo o que ela fez com a médica, como ser mãe fosse o sonho de todas mulheres que são vistas como decentes. Esse plot todo está bem bizarro, com ela e o marido escolhendo uma criança como se escolhessem uma mercadoria: indo pelo melhor produto disponível no mercado. Não está bom, não.

Apesar de Kitty ter sido a vencedora aqui, Justin com o drama mais insuportável do mundo das séries - o do "eu te amo" - chegou bem perto. Se eu já não gosto disso em casais que eu tolero, envolvendo ele e Rebecca, então, minha paciência se reduz a menos que zero. Até estava surpreso que eu estava conseguindo ignorar eles dois nos anteriores, mas tiveram destaque demais neste.

Kevin, Nora e Sarah conseguiram, na medida do possível, salvar parte do episódio. Pela primeira vez vi vantagem nele trabalhando com o MaCallister. Pelo menos com ele Kevin não abaixa a cabeça.

Episodio 3x10 - Nota 8.5 2020-09-10 23:09:49

O episódio começou hilário, com os filhos tendo que contar à Nora que não passariam a Ação de Graças com ela, dando a entender que seria mais um episódio divertido em família, mas com famílias diferentes desta vez. Entretanto, logo se tornou um evento bem dramático, com mais uma vez a vida de um dos filhos de Tommy em risco.

Eu achei que não gostaria caso um dia trouxessem a paternidade da Elizabeth à tona. Entretanto, fizeram isso muito bem aqui, não apenas reforçando a todo momento que Tommy que é o pai dela, como também fazendo um elo com o plot da Kitty. Engraçado como duas das personagens que menos venho gostando na temporada ocasionaram uma das cenas que eu mais gostei desse episódio. Somente espero que nunca surjam com Kevin revindicando algum direito sobre a sobrinha. Que a história dele com ela tenha terminado aqui.

Muito legal destacar que a série é um drama familiar e que 3/5 dos Walkers - talvez mais, a depender de Justin - provavelmente não terão filhos biológicos com seus respectivos parceiros, mas ainda assim estão constituindo famílias. É legal esse reforço que esta não se limita ao sangue, ainda mais vindo de um seriado que parece valorizar, até demais, um conservadorismo.

Episodio 3x11 - Nota 8 2020-09-11 01:00:35

Eu estava bem preocupado com os rumos que esse episódio estava tomando, especialmente com os sonhos de Kevin. Ele se sentindo pai de Elizabeth estava muito incoerente com a mensagem que o anterior passou. Entretanto, o final deixa bem claro que não era essa a proposta do episódio.

Kevin não estava sonhando com ser pai de Lizzie. Ele estava sonhando com ser pai, projetando todas suas inseguranças quanto a paternidade afinal se acostumou com a ideia que jamais poderia experimentar isso. Ele não é o pai da sobrinha e não quer ser - e ficarei muito irritado se, depois desses dois episódios, esse drama for ressuscitado no futuro. No entanto, agora, tendo passado por essa experiência momentaneamente durante os sonhos, ele se sente mais preparado para fazer isso na realidade. Não devem vir com outro plot de adoção essa temporada, mas quero muito ver ele e Scotty com rebentos até o final da série. Aliás, tanto a cena deles conversando, quanto ele com a sobrinha no final, mostram a importância de ter personagens LGBTs concebidos e escritos por pessoas LGBTs.

Episodio 3x17 - Nota 8 2020-09-11 11:39:55

Eu preferiria que Robert tivesse morrido se era para aguentar esse plot dele insistindo na candidatura. Eu não sei se queriam passar um ar heroico, do tipo ele priorizando o país - ou, no caso, o estado - sobre a família e a própria saúde, mas, para mim, soou idiota, egoísta e extremamente irresponsável. Ele acabou de ter um filho e vai acabar a esposa tendo que cuidar dele sozinho enquanto ele fica insistindo nesse fetiche de ser eleito. Isso se nada der errado e ele acabar morrendo - o que não creio que acontecerá, se não teriam feito isso nesta oportunidade. Enfim, nunca fui muito com a cara dele, mas ultimamente está mais intragável ainda.

Outro que eu já não vou com a cara já há muito tempo e quero mais que se ferre é Tommy. Falta de aviso não foi. Essa postura de culpar Holly por tudo é extremamente cômoda e até a série faz isso para ter uma espécie de vilã. Nesse caso, o errado é ele.

Episodio 3x21 - Nota 8.5 2020-09-11 16:25:30

Se todo episódio da série fosse dividido o destaque para cada personagem da forma que foi aqui, esta seria bem melhor. Sem Tommy e com muito Kevin e Sarah. Ri demais com os dois, tanto em seus plots individuais, como quando se juntavam. Ela indo falar com ele, enquanto ele e Scotty esperavam um threesome, foi hilário. Também achei legal a série ter trazido Chad de volta e ter dado um desfecho mais decente para ele. A propósito, quem era a bagunça emocional no relacionamento deles era o Kevin que toda hora mudava de ideia se queria que o namorado se assumisse ou ficasse no armário para não ter esse peso nas próprias costas.

Sobre Kitty, a série não se aguenta sem um plot de traição. Ainda vai dar merda isso dela com esse novo cara que apareceu, mas, nesse caso, vou fingir demência porque Robert não está sendo nem um bom pai, nem um bom marido, e qualquer coisa que separe os dois é uma benção para ela.

Episodio 3x22 - Nota 8 2020-09-11 18:03:30

Demorei três temporadas para notar, mas não há um pai que se salve nessa série. William traiu a esposa. Joe, idem e ainda tirou a guarda das crianças da mãe, mesmo ela tendo melhor condições para criá-las. Robert é fiel, mas quase nunca se vê junto com o filho. Tommy traiu a esposa, fugiu sem ela e da filha e ainda as abandonou para a própria sorte, mesmo quando poderia ter voltado. É por isso que eu acho tão difícil criticar Nora ou Holly. Elas não são perfeitas, mas pelo menos estiveram e continuam presentes para os filhos.

Julia nunca foi uma grande personagem, sempre em segundo plano. Por isso, gostei de ela finalmente se colocando como protagonista da sua vida, partindo com a filha para uma nova empreitada e não esperando o imbecil do marido tomar vergonha na cara. Gostei da maturidade que os Walkers, especialmente Kevin, encararam a situação - depois do, óbvio e esperado, surto inicial.

Estou cada vez mais achando que o matriarcado que o título da primeira season finale da série se referia é sobre cada família da série e não só sobre a de Nora. Sinto que as coisas entre Kitty e Robert estão caminhando para ter o mesmo destino de Sarah e Joe e Tommy e Julia. Resta para Kevin, Scotty e Justin salvarem as imagens de pai nessa série.

Episodio 4x1 - Nota 7.5 2020-09-11 20:46:44

Começo de temporada bem mediano. O início era para gerar algum suspense a respeito de Justin e Rebecca, mas o episódio ia avançando e eu só torcia mais para o carro bater nos dois no final. Qual a necessidade de afobar tanto com esse casamento? Qual o drama de Rebecca em esperar Justin se formar, como se eles não se casassem logo, Justin fosse largar ela? Nem vou comentar como a rivalidade entre Holly e Nora variam entre inimigas mortais a algo cômico em um piscar de olhos, já que até prefiro as duas "tentando", com muitas aspas, se aturarem do que em uma rixa boba.

Achei legal como a série dá enfoque a várias formas de se ter um filho. Sarah teve os seus tradicionalmente, Tommy por reprodução assistida, Kitty por adoção e, agora, Kevin por barriga de aluguel. Dito isso, e já sabendo que esse último era realmente um processo caro, fiquei um tanto desconfortável com o quanto pareceu que eles estavam investindo em um negócio - recorrendo ao banco, com o contrato, etc. Ainda assim, acho que é válido a abordagem do assunto.

Episodio 4x3 - Nota 8 2020-09-11 22:56:26

Esse plot de Kitty mal começou e já vem rendendo momentos bem dramáticos. Muito pesada a cena de todos deixando ela sozinha na mesa para discutirem na cozinha, de onde claramente dava para ouvir os gritos deles. Kitty nunca foi minha personagem favorita, pelo contrário, sempre esteve entre as que eu menos gostava. Porém, desde que o filho nasceu a personagem vem me conquistando aos poucos, se mostrando mais humana, entre erros e acertos - antes, ela parecia muito uma caricatura de uma mulher conservadora americana.

Bom ver Nora dizendo algumas verdades para Robert, mas também importante ressaltar Scotty fazendo o mesmo com Kevin. Este está bem empolgado com a ideia do filho, mas ainda não processou que uma criança, ainda mais bebê, exige certa flexibilidade no tempo que, no momento, ele dedica ao trabalho. Não tem como ele deixar tudo para o parceiro.

Episodio 4x6 - Nota 7.5 2020-09-12 00:01:54

Se até o Tommy admite que estava errado, quem sou eu para contrariá-lo? Nora, como sempre, amenizando toda a merda que os filhos fazem. Se Julia não quer Tommy na vida da filha, motivo ele deu. Ela poderia perdoá-lo? Claro. Mas e se acontecesse de novo? Como ficaria a filha crescendo em um ambiente que o pai abandona a família e passa meses fora quando dá na telha. Quem tem que resolver isso são eles dois e só. Nesse sentido, a melhor atitude foi o que ele fez no final: se mudar para onde elas estão e tentar reconstruir a confiança se mostrando presente.

No geral, foi apenas um episódio para limpar a imagem do Tommy. O restante não foi muito bom ou extremamente relevante. Ryan é uma cruz que a série carrega por fazer Justin e Rebecca um casal. É até engraçado o roteiro fazendo de tudo para o personagem ser relevante e ele apenas soar mais dispensável.

Episodio 4x11 - Nota 7 2020-09-12 01:42:30

Juntaram um personagem sem utilidade nenhuma com um plot que não sabiam como encerrar e o resultado foi esse episódio, talvez o mais fraco do seriado até agora. Engraçado que era para ter um clima emocionante e tenso com tudo que estava acontecendo com Kitty, mas teve até alívio cômico envolvendo o segredo dela. Em nenhum momento, há a sensação que ela poderia morrer ou que algo daria errado - especialmente pela solução envolver um personagem que não servia de nada até então.

Sobre Ryan, é complicada a situação que os Walkers, principalmente Nora, o colocaram. Ignoraram ele por uma temporada e meia e agora que precisavam, ele tinha que ajudar porque afinal ele é da família. Eu acho realmente que não custava nada e qualquer um no lugar dele provavelmente faria isso, porém faltou um desenvolvimento coerente nessa relação. Em um momento ele tem uma rixa com eles, no outro se redime sendo obrigado a ajudá-los.

Episodio 4x16 - Nota 7.5 2020-10-11 21:08:35

Essa temporada está bem esquisita. Quando parece que vai engatar um plot, a série volta para trás, muda de ideia e engata outro. O maior exemplo disso é Kitty que, passados cinco episódios, nem parece que esteve "entre a vida e a morte" no início. Isso pode parecer uma progressão narrativa, mas para mim remete mais ao roteiro não saber para onde ir e uma necessidade gritante de inserir dramas pesados a todo momento, caso de Rebecca - primeiro a tempestade em copo de água que foi o casamento, agora o aborto.

Eu achei bem divertido o plot da Sarah nesse episódio. A personagem tem uma ótima comicidade e sabem explorar bem isso colocando ela nessas situações absurdas. Dito isso, fiquei com receio que a colocassem casando com Luc. Do jeito que a temporada está apressada, nem me surpreenderia se isso acontecesse do nada.

Episodio 4x19 - Nota 8 2020-10-11 23:17:03

Para uma temporada que vinha investindo em dramas de maneira muito superficial, este episódio duplo foi exatamente o que a série precisava. Essa história do passado do Kevin apareceu um tanto do nada - o que não deixa de ser um ponto negativo - mas foi bem desenvolvida.

Muito bom ver, nos flashbacks, um pouco do processo de descoberta dele. Conseguiram desenvolver esse plot de uma forma a não tornar o personagem detestável. Apesar dele ter feito algo com consequências bem graves, não deixa de ser compreensível o que aconteceu, que, no fim, foi um acidente, pelo momento que ele estava passando. Ainda assim, é natural que ele descobrir que fim levou Aaron, anos depois, não é algo fácil de digerir - especialmente porque envolve encarar o que a própria homofobia internalizada o fez fazer. Gostei bastante, por sinal, dos atores que interpretaram as versões mais jovens dos personagens. O Kevin mais novo conseguiu replicar perfeitamente os mesmos maneirismos da versão mais velha.

Além disso, como era de se esperar na série, o episódio teve um toque cômico bem apurado, equilibrando muito bem seus momentos de drama com outros de humor. Nora e Holly, nesse eterno clima "amigas e rivais" foi bem engraçado.

Episodio 4x21 - Nota 7.5 2020-10-12 12:41:46

Gosto muito de Nora como personagem e ela é uma ótima mãe, mas ela precisa entender que as pessoas tem suas próprias vidas, vontades e precisam de seus próprios espaços. Isso de ela se meter na vida da família inteira e tentar consertar tudo que acontece em volta, mesmo o que não lhe cabe, não é nada legal e já fez um filho dela ir para guerra - o que, por coincidência, é lembrado nesse episódio. O que tanto Saul, quanto a mãe, disseram para ela não poderia ser mais preciso.

Outra personagem que eu gosto bastante, que vem sendo horrivelmente aproveitada, é Sarah. Esse relacionamento com Luc é um das piores coisas que já inventaram para ela. Toda hora parecem que querem levar isso, que mal começou, para um próximo passo ao invés de desenvolver propriamente os dois. Só não está pior que Justin e Rebecca, um casal que começou errado e toda hora arranjam um drama entre eles para mostrar que o relacionamento deles é péssimo - não pelo drama, mas pela incapacidade deles dialogarem e resolver. Já dá para ver de longe porque trouxeram esse plot da guerra de volta.

Episodio 4x24 - Nota 8.5 2020-10-12 14:35:25

O episódio inteiro foi construído em torno de um clima de que algo ruim aconteceria, seja com Robert com seus problemas de saúde, seja Saul com o seu (ótimo) plot do HIV, a todo momento o roteiro dava sinal de que haveria algo bem dramático. Achei interessante que despistaram ambos os casos, dando uma alegria momentânea ao espectador, com Robert indo para o hospital e Saul dizendo que estava bem, mas no final aconteceu o acidente e o que o episódio vinha preparando o terreno realmente se revelou verdade, com o primeiro morrendo e o segundo dando a entender que realmente era soropositivo.

Não foi uma temporada muito boa, mas essas season finale compensou isso deixando ótimos ganchos para a próxima. Espero que não os desperdicem, resolvendo tudo nos primeiros episódios.

Episodio 5x1 - Nota 7.5 2020-10-12 21:28:55

Tinham deixado ótimos ganchos no final da temporada passada e conseguiram jogar isso fora aqui, apostando num desenvolvimento melodramático digno de novela, com direito até a plot de personagem em coma e outra com amnésia.

Gostei menos ainda do drama envolvendo Kevin e Scotty apenas para abalar a relação deles, que é tranquilamente a mais estável do seriado. Primeiro que esse bebê foi o plot dos dois na quarta temporada inteira. Literalmente, abandonaram o desenvolvimento que fizeram em mais de vinte episódios para nada além de um drama, que com certeza será resolvido em no máximo três. Pior ainda é ver comentários dizendo que ainda bem que eles perderam o bebê e que não seriam bons pais. Os exemplos de pais nessa série são: William, Tommy, ex da Sarah e Robert. Pior que qualquer um deles, que, quando não totalmente ausentes, mal apareciam/aparecem com suas crianças é impossível os dois serem. Além disso, ao contrário de Justin e Rebecca, por exemplo, todos problemas que eles costumam ter eles resolvem dialogando e não com um se isolando ou fugindo do outro. Os dois são um exemplo bem melhor de casal do que a grande maioria dos demais da série, independente de eventuais discussões.

Episodio 5x4 - Nota 7.5 2020-10-12 22:50:06

Fizeram um malabarismo todo para Rebecca e Justin não serem irmãos e ficarem juntos, com direito a inserção do personagens mais avulso e mal aproveitado do seriado - Ryan -, para eles terminarem a série separados? Esse é o grande problema da série, em especial nessas duas últimas temporadas. É um esforço tão grande investido em coisas que, no fim, se revelam inúteis. Nem falo pelo fato dos dois não terem ficado juntos, afinal o relacionamento deles era muito ruim e estava cada vez mais desgastado - foi uma saída até bem real para os padrões da série. O problema está no fato de que nada na história deles parece minimamente planejado. Para todos os efeitos, parece que juntaram os personagens pois os intérpretes estavam juntos e os separaram porque eles terminaram.

Fora a de Saul e um pouco da de Sarah, não gostei muito das outras tramas do episódio, não. Essa redenção da Holly vinda por meio de amnésia é um recurso clichê e completamente nonsense. A personagem tem que esquecer quem era para perceber o que fez de errado é bem o contrário do que deveria se esperar em uma redenção, ou seja, ela ter a capacidade de olhar para o passado e entender onde errou e seguir em frente. Também concordo que investiram muito rápido em um novo relacionamento para Kitty, sendo que nem o luto dela foi bem trabalhado até então. Ela não precisa terminar a série solteira, mas poderiam ir com mais calma nisso dela retomar sua vida.

Episodio 5x6 - Nota 7 2020-10-12 23:49:15

É interessante a ideia de desmistificar o relacionamento/marido perfeito, mas não foi isso que a série fez aqui. Simplesmente jogaram uma crise, que não teve desenvolvimento nenhum na série - fora os flashbacks aqui - para justificar uma traição vinda de um personagem que ninguém esperava, apenas para dizer que todo mundo pode errar e que não é isso - os erros - que define um relacionamento.

Primeiro que esse discurso, reforçado pelo monólogo final de Nora, é de uma lógica extremamente problemática. Não saber viver sem a outra pessoa nem sempre é um indicativo que o relacionamento funciona e muitas vezes está mais ligado com uma possessividade típica de relacionamentos abusivos. Isso de perdoar os erros, como se fossem apenas deslizes que não definem o quanto a outra pessoa gosta de você, é justamente como se começa um, por sinal.

Segundo, o relacionamento entre Kevin e Scotty nunca foi perfeito. Ele sempre foi SAUDÁVEL. Entre discussões, discordâncias e dramas, um sempre buscou conversar com outro e entender seu lado. O que esse episódio no fim desmistifica é a ideia de um relacionamento saudável. É como se dissessem que um relacionamento sem traição (ou insinuação de traição) é impossível, afinal é isso que a série demonstra desde o início - Nora e William, Sarah e o ex que eu já esqueci o nome, Tommy e Julia, Robert e Kitty e, agora, Kevin e Scotty.

Terceiro, como Saul bem diz em um diálogo aqui, a ideia de relacionamentos homoafetivos (monogâmicos) ainda é vista como impossível ou que jamais funcionará por muitos, porque essa é a realidade que se vê em volta e não se dá destaque a narrativas que contrariem essa lógica. Focando apenas na TV, pensando em todos os casais homoafetivos que tiveram considerável destaque em suas séries, dá para contar nos dedos os que uma das partes - quando não, as duas - não traiu a outra ou então que não tiveram comportamentos abusivos, seja antes, ou no decorrer do relacionamento. Brothers and Sisters teve a oportunidade de retratar um casal estável entre dois homens por cinco temporadas e jogaram isso fora para dizer "não existe relacionamento perfeito", sendo que, para uma parte da sociedade, Kevin e Scotty não é nem um relacionamento válido, quem dirá perfeito.

Episodio 5x9 - Nota 8 2020-10-14 12:46:33

A série nunca erra quando aposta em um lado cômico, especialmente quando coloca todas as personagens em um mesmo local. Este não foi exceção, sendo, tranquilamente, o melhor episódio dessa temporada. Muito divertida a forma como as tramas iam se conectando e influenciando uma a outra quase acidentalmente. Kevin chapado foi bem engraçado, mas também curti bastante, pela primeira vez nessa temporada, o plot de Kitty.

Episodio 5x12 - Nota 7.5 2020-10-14 13:56:06

Eu queria estar achando emocionante essas despedidas das personagens antigas, mas elas estão fazendo zero sentido. Claramente, é a série cortando orçamento, tirando ator veterano mais cedo e assim reduzindo gastos em salário. Para piorar, ainda investiram nesse horrível plot de amnésia para Holly apenas para justificar uma redenção para ela. Impossível simpatizar com algo dessa trama, especialmente esse desfecho para a personagem.

O restante não foi nada melhor. A série está presa em um esquema de ou as personagens estão atrás de um parceiro, ou de um filho ou, no caso de já ter os dois como a Sarah, em alguma trama envolvendo eles. Justin como paramédico poderia ser uma exceção nisso, mas é o personagem que justamente está mais deslocado na narrativa. Visivelmente, não planejaram o que fazer com ele e estão desenrolando algo conforme os episódios avançam.

Episodio 5x18 - Nota 8 2020-10-14 20:12:48

Ainda que seja bem preguiçosa essa solução de fechar a participação de uma personagem a matando para ela não ter que dar as caras, foi um episódio bem superior aos anteriores. Saul é um personagem que, quando eu comecei o seriado, achei que seria bem avulso e, nesse momento, vejo como um que teve um dos melhores arcos, ainda mais por explorar assuntos que mesmo hoje em dia não tem tanta visibilidade na televisão. Muito linda a cena dele com a carta.

Sobre a não participação da Kitty, não fez sentido nenhum. Brothers and Sisters não foi a única série a ter que lidar com corte de gastos para ter uma última temporada, levando a revezar o elenco entre os episódios, mas é incrível como não se planejaram para isso. Deveriam ter cortado as participações da Flockhart no início da temporada, onde seria mais justificável sua personagem estar ausente por conta do luto. Ao invés, já começaram a temporada com ela superando isso, saindo com um cara novo e agora, que ela deveria estar presente, desaparecem com ela.

Episodio 5x20 - Nota 7 2020-10-14 20:49:11

Coitado de quem pensa que Holly foi a maior vilã da série. O maior vilão, na verdade, atende pelo nome planejamento. Para ser justo, isso é um problema na série desde sempre, como é possível ver no plot de Rebecca não fazer parte da família, que foi claramente modificado no decorrer do seriado. Acontece que por ter uma premissa simples - centrar em uma família que perdeu o patriarca - a narrativa poderia ser conduzida tranquilamente sem se preocupar a longo prazo e, de fato, isso funcionou nas três primeiras temporadas. No entanto, essas duas últimas acabaram pagando o preço por isso, chegando o ponto que não havia utilidade nenhuma nas tramas além de gerar um drama.

Este episódio tem o exemplo mais gritante disso. Scotty e Kevin giraram a quarta temporada inteira em torno da gestação do filho deles. Essa quinta inicia com eles dizendo que perderam o bebê, inserindo uma crise entre os dois, apenas para complementá-la com a informação que Scotty foi infiel. A partir de então, todo um enredo com ambos superando isso, adotando Olivia e constituindo enfim a família que queriam. O que o roteiro faz então? Volta com Michelle dizendo que ela não perdeu o bebê, mas que resolveu sequestrar o filho que não era dela. Depois de mais drama entre o casal, o que acontece? Ela devolve, para não dizer abandona, o bebê que ela passou um ano (!!!) criando. Qual o sentido de fazerem toda essa curva para o final ser exatamente o que seria desde o início, vulgo Kevin e Scotty com o bebê que era deles? Nem dá para dizer que foi por drama, pois poderiam ter colocado este desde o começo, com Michelle se recusando a entregá-lo - e, não, fingindo um aborto -, talvez até uma disputa pela custódia. É claramente falta de planejamento. Se arrependeram da decisão e voltaram atrás a troco de nada.

Não vou nem comentar da repetição do plot da Rebecca com a Sarah, porque para surgirem com isso, a essa altura do campeonato, é assumir que não sabiam mais o que fazer.

Episodio 5x22 - Nota 7.5 2020-10-14 22:08:58

Foi uma temporada bem problemática e estava receoso do final ficar devendo por conta disso. De fato, poderiam ter dado uma enxugada em certos plots que ficaram muito atirados aqui - gravidez da Kitty, por exemplo - e ter dado um desfecho mais fechado para geral. No entanto, uma finale que encerra tocando, em sequência, Mona Lisas and Mad Hatters e Born This Way não tem como ser ruim - pelo menos, uma cena sensacional o episódio garantiu ali.

Pode não ter sido uma série perfeita, nem a melhor entre o nicho familiar, mas por uma coisa ela merece ser reconhecida: para uma série protagonizada por uma conservadora, cujo par, em grande parte da história, foi um político conservador, a série dá um banho em várias - inclusive nas que estão no ar hoje - em termos de como representar família não apenas através do conceito de pai, mãe e filhos biológicos e, sim, como algo que abrange vários modelos. Além disso, em termos de representatividade, a série mandou muito bem, colocando personagens não apenas para parecer inclusiva, mas desenvolvendo eles. Um casal tão bem trabalhado como Kevin e Scotty - ignorando o plot da traição - até hoje não se vê em todo lugar. Um personagem como Saul, muito menos.

Seria interessante ver um remake da história com tramas melhor planejadas. Ao mesmo tempo, dificilmente encontrariam atores com um timing cômico e uma desenvoltura nas cenas dramáticas tão bons quanto os deste elenco.

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LucaSP