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The Americans By Paulo





Episodio 1x1 - Nota 9 2017-04-17 20:11:13

Relíquia da FX, pode confiar. Como Bernardo disse, só melhora a cada temporada.

Episodio 4x2 - Nota 9 2016-03-29 00:38:37

The Americans tem uma habilidade tão forte e implacável de dissolver (fragmentar) os dramas pessoais de seus personagens como nenhuma outra produção. Isso não é inédito, mas não deixa muito menos de ser importante, The Americans até mesmo nos episódios mais densos de seu drama, sempre, sem sombra de dúvida, deixa o espectador no desafio de se colocar a frente da excelência dos episódios e temporadas passadas (desde o roteiro impecável até as atuações que, ainda atualmente, passam longe de incoerentes) mesmo que para alcançar seu objetivo central, ela engatinhe lentamente. O alto nível de atuação dos atores, em menção honrosa da Keri Russell e do Matthew Rhys, dispensa qualquer outro tipo de apetrecho conveniente de roteiro, e se reserva a mergulhar, catalisar e a focar na tensão adquirida nas micro expressões faciais de todos eles, sendo assim o maior arsenal explosivo da trama gerador de pura tensão e emoção. Há exatamente um capítulo de Fargo (que aliás, outra puta produção da FX) da segunda temporada, "Rhinoceros", que mostra um das harmoniosas engrenagens de The Americans. Ele demonstra que a ameaça da violência, quando executada corretamente, pode ser tão potente como uma ferramenta narrativa, quanto a conseqüência fatal resultante da violência, ou seja, sangue. The Americans a cada temporada evolui de uma forma monstruosa, dispensando rigidamente clichês e nos entregando o inesperado, o novo, o inédito em suas histórias, e, principalmente, emoção crua.

Com esse início de temporada, TA soa ser mais uma vez promissora. Pastor Tim não apareceu no capítulo, mas é interessante dizer que o título do mesmo faz uma introdução do personagem, e mesmo sem sua aparição, sentimos que ele possivelmente será responsável por criar uma dualidade de pensamento em Elizabeth e Philip sobre o atual posicionamento de Paige, já que esta agora sabe sobre a identidade dos pais e toma Tim como porto seguro e confiável. Outra coisa interessante é como o capítulo retoma a filosofia de perfil do casal da primeira temporada, a aversão de papeis, neste caso, tendo a Elizabeth como a mais fria da relação e a mais entregue a causa, buscando de imediato, seu método habitual de lidar com questões como essa, a morte/assassinato, e Philip, sendo o mais calmo e não tão radical, mesmo estando em constante conflito consigo mesmo. Philip e Elizabeth é um casal onde a causa construiu o apego e o amor que um sente pelo o outro, e até nos mais recentes e antigos conflitos ou insatisfações, como a morte da mãe de Elizabeth e a constante reflexão sobre um acontecimento do passado que atordoa Philip, eles estão ali, unidos em face aos problemas. Em Philip, é mais notável uma humanização desde o início da série, você percebe isso, enquanto que em Elizabeth isso é trabalhada de forma mais gradativa, mesmo que ela se mostre rígida em sua causa, moralmente falando. O 3x09, "Do Mail Robots Dream of Electric Sheep?", mostra um fragmento disso que eu afirmo, quando Elizabeth contracena com Betty, e fica na dúvida em fazer o necessário para não comprometer uma missão, entretanto, sem se entregar a mais frieza forma de seus métodos.

Annet Mahendru tem desempenhado um grande papel na série, e Nina tem construído uma evolução de personagem realmente crua e primorosa, eu fico extasiado com o drama que ela pavimenta cheio de tensão mais ao mesmo tempo cheio de simpatia. Na tarefa de contato infiltrado simultâneo sob duas agências, quando antes sua vida estava por um fio (ou ainda está), eu tenho a impressão de que agora Nina está escrevendo sua própria história e não está tão relutante como antes, se importando se vai sair com vida deste cenário construído com o Anton ou não, eu vejo mais uma preocupação sincera da parte dela em fazer algo de bom e somente isso. Nas primeiras temporadas você fica na incerteza se Nina é uma boa mentirosa ou se a Annet é uma ótima atriz pela o papel que desempenha, mas aqui, eu vejo ela menos preocupada, realmente singela àquilo que ela faz ou fala, por isso eu me rendo na suposição de que a atual Nina não está jogando as regras dos outros, e sim as ignorando e esquecendo as consequências delas, se importando somente com sua conduta moral sobre o que é o melhor a se fazer.

E pra terminar, que cena que o Philip deu na estação aeroportuária, o Rhys é realmente um monstro em atuação. O malabarismo do personagem ao matar o oficial de segurança, acoplada a trilha sonora de Tainted Love rendeu uma das cenas mais breathless e tensas de toda a série. No roll de tantos ótimos personagens que TA tem, desde a maravilhosa Holly Taylor, porém a irritante Paige em sua saga (me convém dizer), até o subdrama da Martha com a incrível Alison Wright, eu às vezes esqueço como os personagens superam os níveis de atuação a cada capítulo. Sem mais delongas, quando é que essa série será realmente reconhecida?

Episodio 4x2 - Nota 9 2016-03-29 01:51:51

"O FX compensa o baixo orçamento de suas séries com palavras poéticas".

Até parece Fargo em sua segunda perfeita temporada, inclusive em seu ano antecessor, e olha que a produção também é da FX. Aliás, eu recomendo fortemente a série e se você ainda não viu recomendo ou sugiro que veja. Fargo é poesia até nos momentos mais silenciosos, os textos e o timing de eventos são brilhantemente calculados, exatamente igual a TA. Tire Fargo da geladeira e encare uma das melhores séries da atualidade.

Sobre sua opinião do capítulo, concordo plenamente. TA tem inúmeras razões pra ser considerada uma das melhores produções dos últimos tempos.

Episodio 4x3 - Nota 9 2016-04-06 23:33:32

Concordo com tudo. Cláudia é resistente e me lembra muito fortemente a Elizabeth por recorrer a métodos mais frios como válvula de escape para momentos conflituosos. É interessante frisar isso porque ambas representam um reflexo contrário do que o próprio Gabriel e o Philip são, mais reflexivos e menos invasivos, mesmo este último estando em constante conflito consigo mesmo. Cláudia sabe que uma fuga significaria por no ralo toda uma operação em campo, identidades disfarçadas e contatos seriam perdidos, por isso seria conveniente pra ela todo aquele cenário com o Gabriel, e no final das contas foi o que ela conseguiu, mantendo Philip e Elizabeth em solo de operação.

Isso vai ter proporções ainda maiores. Se o Stan já representava um ameaça maior pra eles, agora a dose de preocupação deles deve ser aumentada se alguma solução que não seja paliativa mas sim definitiva não ser tomada urgentemente.

Episodio 4x4 - Nota 9 2016-04-13 00:26:59

The Americans sempre me surpreendeu por ser uma produção que de fato nunca despojou de emoção, mas nunca foi prejudicada de forma alguma pela falta disto. Isso é o que a diferencia das demais. Até nos momentos mais íntimos de Elizabeth e Philip, uma simples troca de olhares num momento de reflexão, discussão ou troca de pontos de vista, a ideia de compaixão e apego pela história dos protagonistas vividas naquele exato momento é atingida. The Americans é o suficientemente madura pra ser não pretensiosa, e quando o destino de um de seus personagens chega a meta, TA encara o desfecho sem medo, sem resistência a consequências, pois não há sequelas que possam ser o suficientemente prejudiciais se o destino for inevitável.

Quando encaramos a morte de Nina podemos sentir um fragmento de que as coisas não poderiam ser refeitas ou relutadas, ainda mais no caso meticuloso onde ela era configurada uma traidora. A personagem viveu tantos dramas, tantas "paixões", tantos cenários que muitas vezes exigia do seu melhor para que não deixasse vestígios, que tínhamos aquela incerteza se Nina era uma boa mentirosa ou se a Annet é uma ótima atriz pelo papel aqui atuado, coisa que eu havia comentado em capítulos anteriores. Mesmo que uma pequena sensação de luz no fim do túnel estivesse no mais íntimo coração de Nina, os seus últimos momentos foram simbólicos, poéticos, e moralmente falando, Nina pôs se em risco para realizar um ato de coração, de boa causa, nas quais presenciamos isso quando ela esteve sinceramente disposta a ajudar Anton em sua causa. Foi uma morte fria, crua, cinza, entre corredores estreitos, sem destaque a cor vermelha do sangue, mas de alto impacto, e que certamente em momentos antes deixou registrada a reação de dor interna (e imensa) no rosto de Nina onde seu destino era inevitável. Resgatando as palavas do colega abaixo, Nina foi uma personagem pelas quais sofremos com seus problemas, ao mesmo que simpatizamos com suas escolhas. É, realmente foi uma triste e lamentável partida.

Paige encara a mais nova fase de aceitação e uma maior apreensão pelos pais toma maior proporção pelo o perigo que eles podem eventualmente passar, o que se torna algo bom pra ambas as partes, embora ela não se entregue totalmente a causa deles por questões pelas quais ela ainda desconhece. De qualquer modo, nem mesmo esse damage control significa que eles estão fora de perigo, já que Stan sempre representou uma ameaça maior à Elizabeth e Philip, onde eles sempre terão que estar um passo a frente se quiserem estar em vantagem e prosseguir com a operação em solo. Em último instante, é sempre prazeroso ver o elo de amor que une estes protagonistas cada vez mais face aos conflitos e problemas, sejam antigos ou atuais. O amor nada o supera, nem mesmo uma causa, e numa última tentativa de Elizabeth desconciliar-se de suas ideologias, recorre a Philip e o pede para fazer o que for necessário pela vida de seus filhos.

Episodio 4x6 - Nota 9.5 2016-04-25 08:14:43

A situação de Martha está se complicando cada vez mais em proporções maiores, pra falar a verdade. Se Philip e Elizabeth não tomarem uma medida definitiva para tirar ela do escopo do FBI, a investigação de Stan vai acabar ligando ela aos agentes da KGB e isso não vai demorar muito como já vem sendo previsto. Até aqui vemos então que a operação solo envolvendo a secretária dos escritórios sem vidro da FBI está corrompida e a sensação de temor e apreensão não só atinge Martha por estar em um situação extremamente perigosa e densa pelo cuidado do próximo passo a ser tomado, mas como também uma aflição que acerca todos aqueles que a colocaram nesse jogo fatal de espionagem.

Mais tarde, quando é nos entregue o momento em que Philip e Martha entram numa cadeia de troca de prazeres e consolação/sintonia de forças físicas de seus corpos, nos atenta-se a percepção de que Martha está a procura de contato físico imediato, de confiança, de necessidade para descarregar suas preocupações momentâneas nos braços de Philip, aquele que neste fogo cruzado prometeu por meio de sua mais meiga honestidade de suas palavras sua segurança a princípio. Não é de se estranhar a razão pela qual Martha neste cataclisma de acontecimentos e caos indesejado não saiu fora dos eixos e perdeu a cabeça tão facilmente. Philip é o seu único porto seguro, sua única válvula de escape que pode garantir sua saída disso, sua evasão transformada em felicidade após passar um dia rotineiro e tedioso em cubículos e separando relatórios e documentos burocráticos. Atento a isso, Philip, aquele que selou laços de amor e comprometimento que podem parecer algo subvergido a sua causa, mas que sempre foram unicamente sinceros para com ela.

Quando em capítulos anteriores vemos que a identidade de Philip é revelada pra Martha, deixando assim de ser um jogo de sedução e malabarismo de espião, vemos aí um reflexo da humanização do personagem que sempre esteve constante em sua personalidade. Tal humanização essa que atravessa as fronteiras de sua causa maior e se entrega a tudo aquilo que Martha sempre teve a oferecer de ingênuo. É pessoal, e isso explica sua incessante necessidade de protegê-la da qual aquilo ele a colocou.

Episodio 4x7 - Nota 10 2016-05-07 01:23:17

Travel Agents: uma fórmula entre o êxtase, o devastador, o tenso e o emocionalmente dramático em sua forma mais crua.

A cada semana quando paro para assistir The Americans, me convenço cada vez mais que o FX compensa o baixo orçamento de suas produções com palavras poéticas de linhas filosóficas. No meu ponto de vista, eu sempre tive a percepção de que The Americans era inábil de proporcionar quaisquer tipo de emoção, sendo tão atípica de produções de escopo político como vemos, onde estas inclusive, criticam a política e o estilo de vida norte-americano, enfatizando o forte patriotismo de seu país e o poder das agências de inteligência, como posso citar Homeland, por exemplo. No entanto, conforme digerimos a progressão que TA tece, podemos concluir que a própria abordagem da Guerra Fria em si, num nivelamento de realismo mediante o seu fundo histórico, isso explica claramente como ela nunca se atou a um drama mais meloso com seus personagens, porque a história é escrita de forma nublada, fria e escura, onde endossa nada mais que as consequências dessa guerra de ideologias, travada entre as potências globais, EUA e URSS, e como os envolvidos nela reagem ou reagiram.

A trajetória lamentável de Nina me comoveu como eu jamais havia sentido com outro personagem, até chegar Martha, numa dose dupla de apreensão e medo por ela, desta vez, entregue ao espectador num nível de sentimentalismo mais profundo do que eu poderia admitir. Talvez, o que me permite pensar isso é pela forma como Philip a protege deste jogo de espiões na qual ele a colocou. Através de Martha, é possível ver como isso reflete em Philip, como a emoção e o medo que sentimos da vida daqueles que amamos, supera as fatalidades trazidas por ideologias maiores (principalmente pela contextualização que isso está sendo trabalho na série, onde o emocional tem de ser nulo e métodos frios de lidar com situações, constantes), e fazemos o que for necessário para impedirmos eventualidades trágicas. Elizabeth está alí para reforçar esse pensamento de redenção existente no laço sentimental selado entre o espião e a secretária, quando ela o pergunta se ele pensaria em refugiar-se com Martha em destino à Rússia para protegê-la. Seu diálogo é usado numa fórmula de transcrever e atentar-se ao sacrifício pela qual não só ela mesma iria se permitir, mas como também pelo o Philip, ao deixar sua mulher de luta e vida, assim como filhos, caso ele partisse. Neste momento também, não há como não deixar de mencionar como os elos de amor existentes entre Philip e Elizabeth são entregues na forma de palavras. Talvez eles sempre se limitaram a expressar isso usando expressões, carícias e olhares, mas nunca um "Eu te amo", como advindo do Philip ou até mesmo o "Você deve ficar" dito por Elizabeth, que imprime e exprimi o amor recíproco que ela sente por ele também.

Os 4 últimos minutos finais do capítulo trazem em tela novamente, todo o drama resumido consequente passado pela Martha nesse jogo fatal de espiões. Um momento delicado de diálogos e destinos, de incertezas e dores internas, não há como não se comover pelo o sofrimento de Martha, não há como evitar isso, e me desola ver sua angústia entregada numa avalanche de lágrimas pelo o rosto (a forma como a câmera foca o rosto dela nesse momento e reflete sua mágoa é indescritível, toca no mais profundo do coração) e sua redenção amarga de que nunca mais possivelmente irá ver o Philip novamente. É sensível, cru, humano e sincero, e não há como ficar imune a isso.

Numa fronteira entre riqueza e brilhantismo, me destrói ver The Americans a cada ano sendo ignorada, até me conformei inclusive. Talvez as bacadas das premiações não estão preparadas o suficiente para embraçar e reconhece-la, por ser tão atípica e de calibre superior. No entanto, se temos algo pela qual deve ser mencionado e reconhecido honrosamente, é a Alison Wright, onde por meio dessa narrativa devastadora tecida em "Travel Agents", eu posso dizer que é possível sim emocionar-se com TA intensamente.

Que venham os Emmys!

Episodio 4x8 - Nota 9.5 2016-05-15 02:57:39

Não me permite dizer que Elizabeth seja inerte e vazia de sentimentos, mesmo com os métodos mais frios, diretos e cruéis de suas ações. O que diz respeito a humanização dela e de Philip, é um aspecto que é explorado em nivelamentos relativamente diferentes entre eles, e sempre são de alguma forma evidentes. Enquanto Philip é mais humano, sensível e emocional, Elizabeth é mais fria, racional e fatal, embora não seja menos verdade quando posso dizer que ela tem também suas razões e sua forma de processar seus sentimentos.

Quando Elizabeth chega em casa e relata sua experiência a Philip sobre o EST e eles entram numa maré de discussão, vemos aí como esse ponto é extremante relevante. Elizabeth não é menos humana por achar que neste jogo de espiões há apenas agentes a serem movidos como peças num tabuleiro de xadrez, nem Philip inábil de suas habilidades por se importar com aqueles que ele trabalha, por ainda relembrar que eles são humanos. É individual, é pessoal, é singular a forma como explodem ou até mesmo guardam suas emoções para si mesmo, e nelas experienciam. Seja pela forma clara como Martha significou tanto para Philip e como ele a tratou todo esse tempo, seja como quanto Elizabeth ainda sente a perda do Gregory de forma interna e calada, um homem que um dia foi seu amigo, um homem que ela um dia também amou. O mais intrigante nisso tudo é saber que foi retratado uma desconstrução daquilo que estamos sempre acostumados, a inversão de papeis trazida nos primeiros momentos da série, na qual é mantida até nos eventos atuais, com a Elizabeth, por ser mulher, sendo a mais entregue a causa e o Philip, mais maleável de sentimentos, estando em constante conflito às vezes, e no entanto mesmo assim, essa subversão de personalidades nunca deixou o espectador de tecer simpatia pelos seus problemas e pensamentos pessoais.

Paige está no processo de espionagem e não está percebendo. Toda a descoberta dos pais serem espiões russos foi dolorosa no começo, e ainda é, mas eu acredito que ela possa se adaptar com o tempo e mostrar que ela tem calibre para entrar no jogo, na qual os pais nunca acreditavam que ela poderia ter (pelo menos o Philip). Do que podemos perceber, toda essa obrigação de "espionagem" não lhe agrada, e no entanto espero que não subverta minhas expectativas. Nos 4 minutos finais, o capítulo proporcionou uma grande sensação de finalização a série com o salto temporal de 7 meses, que de todo foi inédito mas bem tranquilizador por saber que os Jennings tiveram ao menos um descanso longe de suas escapadas casuais durante a noite e de suas várias "máscaras" convenientes desse jogo de espiões. Com o diálogo do Frank falando sobre que não se pode perder de vista o que são as pessoas, vem aí talvez uma pequena premissa de que coisas novas poderão acontecer a partir de agora (principalmente para o Stan).

PS: Matthew Rhys provou ser em inúmeros momentos um ator monstruoso. Estado em frente na direção deste capítulo, o ator só prova mais uma de suas habilidades. Menção honrosa a Keri Russel. A expressão dela em destaque no acesso de fúria sob Paige é de deixar qualquer um atônito. Que atriz, meus caros!

Episodio 4x9 - Nota 9 2016-05-19 12:57:36

O dia seguinte é somente mais um dia onde os Jennings retornam as suas missões patriotas e suas mascaras casuais e convenientes. A exigência do sexo tem se tornando uma verdadeira constante entre eles, e isso inevitavelmente tem refletido em suas vidas pessoais. Se ao passo que Philip nutriu um sentimento à Martha muito maior do que ele poderia admitir e poder, Elizabeth sente agora em pele como o dever da sua causa desencadeia uma fatalidade de quebra de seus ciclos e potenciais relacionamentos, que por consequência, uma frustração lhe busca e lhe aflige por ver que vai ferir a amiga, que em tão pouco incasual de suas ações, teceu uma amizade primorosa e que sempre lhe permitia de alguma forma, lhe deixar fora dos escopos do dever. Sua relação com Yung-Hee não era apenas delimitada por missão, mas encontrada no humanismo e no afeto ao próximo.

The Americans cade vez mais atinge um nível de narrativa complexa e poderosa, onde atravessa fronteiras entre o profissional e o emocional, e o põe estes dois agentes russos a prova, sobre o que é humano, sobre o que é sentir emoções, sobre as convivências e relações, e acima de tudo, frustrações, em meio a uma "trincheira" fria como tem sido nessa época, na qual está tudo prestes a explodir.

Episodio 4x10 - Nota 9 2016-05-25 09:12:12

Esse resgate do núcleo do Pastor Tim foi uma grata surpresa para mim. Na verdade, toda essa temporada tem sido um primor em diversas e fragmentadas partes, desde a morte tão fria de Nina até em eventos recentes como a delicado caso de Martha. Tudo tem sido trabalhado de uma forma tão inteligente, e mesmo que embora lenta, nada tira o mérito dessa temporada ser uma das maiores do ano. Nunca pensei que The Americans pudesse me intrigar tão fortemente assim como ela tem sido agora, com cada narrativa dosada, cada uma com seu timing de acontecimento, que fica impossível encontrar algum defeito nela. Não seria pecado afirmar que a série aos poucos tá se tornando uma das minhas favoritas., e que minha atenção a vida de Philip e Elizabeth tem se tornado constante, como nenhum outro casal pela qual pudesse sentir.

A narrativa de Paige tem sido de grande relevância nessa temporada, uma vez que isso marca um divisor de águas na vida dos Jennings. Seu processo de aceitação sobre os pais serem agentes russos ainda de certa forma não lhe agrada, estritamente pelo o seu temer onde a vida do Pastor Tim e Alice representam uma ameaça a ser exposta que potencialmente pode prejudicar a identidade de seus pais. Além de Philip, Elizabeth e Henry, Paige não tem mais ninguém com quem possa confinar, Tim e Alice são uma segunda família, que apesar dos segredos fatais compartilhados, uma família que lhe acolheu e que representa muito para ela, principalmente por essa fase religiosa pela qual está passando, por isso faz total sentido Paige estar tão apreensiva e com medo, do que possivelmente pode acontecer com todos eles.

O poder da ameaça representa um perigo muito maior do que a fatalidade resultante desta - narrativa trabalhada em Munchkins -, por isso tanto Philip quanto Elizabeth não buscam outra alternativa efetiva além da fuga, caso toda a bomba exploda. No entanto, por eventualidade do reaparecimento do Pastor Tim, o casal de agentes russos tem suas preocupações zeradas, permitindo assim que ambos cheguem ao final do dia e sobrevivam para as pressões do próximo. Quando o dever de suas missões patriotas lhe buscam novamente, Gabriel está ali para aliviar-lhe seus fardos, e na perspectiva na qual isso é trabalhada através da Elizabeth, ela não recusa essa válvula de escape, quando num último instante, lhe recorda que o peso de seu dever para com seu país, tem lhe afetado tanto no emocional quanto no psicológico, exclusivamente por conta de suas vidas pessoais e seus cotidianos serem inevitavelmente atingidos.

Episodio 4x11 - Nota 9 2016-06-01 00:54:56

Melhor notícia dessa semana. Keri e Matthew já estão na minha casa, na minha vida por mais dois anos!

Episodio 4x11 - Nota 9 2016-06-02 01:15:30

Essa cena do jantar foi muito bem trabalhada na tensão, o que deu combustão a tudo foi a chegada do Stan. Neste momento, Elizabeth e Philip se permanecem reservados, mas o interessante de tudo é ver toda a neutralidade que eles tem durante a revelação de Henry, ao falar sobre o Stan ser agente do FBI. É uma situação totalmente estranha e desconfortável e Pastor Tim sabe trabalha-la tanto quanto os Jennings. Não se torna algo inédito ver essa reação dele tão tranquila visto que ele se mostrou muito sério até de mais sobre o segredo dos pais de Paige, essa calmaria é algo intrínseco dele, e se fosse com qualquer outra pessoa talvez tudo já teria explodido ou terminado em sangue. É interessante também frisar com Elizabeth tenta ganhar uma confiança mais crua do Pastor Tim, eu sinto que ela não tá querendo só dobrá-lo, quando ela começar a desabafar para ele sobre o quão o peso das coisas tem pairado em seus ombros, inclusive em Philip, vemos como isso aí é verdadeiro e íntimo porque tudo o que eles vem fazendo e enfrentando tem deixado eles tanto no stress físico quanto no psicológico. Ter que lidar como a missão em andamento está quase por um fio de ser falha, explica muito mais o rosto de descontentamento deles e de cansaço de todos os seus esforços.

É muito devastador ver como o relacionamento de Don e Young Hee está sendo destruído. No fim das contas, eles não tem culpa nenhuma de terem sido peças desse jogo de espiões. De um lado, Young Hee se sente isolada e confusa pelas ações tão suspeitas de uma possível traição do marido, do outro, Don sente remorso e perdido por algo que ele pensa que foi responsável. Isso também não só reflete neles por serem tão somente vítimas da Elizabeth. Nesta, também recai sua culpa e suas regressões.

No último instante de Dinner for Seven, uma incasualidade acompanhada de uma fatalidade de confissão. Agora Paige sabe que o trabalho da mãe não é só apenas algo entre a confiança e a conversa, existe a parte física disso, e essa parte é definitivamente como matar pessoas está também entre seus impulsos mais fatais de seu dever como agente russa.

Episodio 4x12 - Nota 9 2016-06-10 11:42:46

Paige, inevitavelmente, está se tornando cada vez mais uma peça importante no convívio de Elizabeth e Philip como espiões. Me surpreende como eu já me perguntei inúmeras vezes como ela no estado em que passou poucas e boas por conta desse segredo, não tenha surtado antes. A fase da adolescência é explosiva, é o momento de novas descobertas e acima de tudo, desilusões, então não é estranho encontrarmos jovens birrentos e complexos nesse pico tão aventureiro da vida humana. Acontece que Paige é diferente desses jovens, ela tenta procurar um propósito na vida e esse propósito como já vimos, foi encontrado e está inserido na religião, na qual ela se firma e no que ela acredita ser verdadeiro em prol do bem.

É por essa razão que Paige tenta racionalizar as razões dos pais, que dizem fazer o que faz por serem patriotas e que estão numa missão que focaliza no bem para a humanidade. A verdade é que, nesse tempo de guerras mundiais, a Guerra Fria é uma ideologia, e fria é a última coisa que ela é. As atitudes humanas elas até podem ser nubladas, escuras, e vazias, mas a Guerra Fria é quente pela fatalidade disto, pelo o que provoca. É por isso que Paige é uma faca de dois gumes para Philip e Elizabeth, é onde de um lado pode trazer o fracasso deles como também o sucesso da missão. Confiança não é algo que é dado de bandeja, é algo construído com o tempo e se baseando nisso que Paige quer encontrar a probidade moral dos pais, os motivos. Num último instante onde novamente as coisas esquentam, Philip e Elizabeth não vêem outra alternativa a serem em se abrir mais e confiar em Paige.

Os diálogos da Elizabeth já no final do capítulo são devastadores. É inimaginável de mim sintetizar uma imagem turbulenta e negra da Guerra Fria, onde armas biológicas/virais podem fazer parte da artilharia de drones, canhões e bombas, caso a Guerra Fria deixe apenas de ser uma ideologia.

Episodio 4x13 - Nota 10 2016-06-15 13:15:38

Final coeso para uma temporada espetacular, que inclusive, esteve a frente de um drama muito mais frio e tenso, atingindo os escopos do delicado e do emocional da vida do Philip e da Elizabeth, escalando assim ao que seria a evolução constante da série. O enfoque desta temporada foi tratado no psicológico, e se percebemos, ela foi muito mais intensa que qualquer outra anterior de The Americans. Com a morte de Nina, Martha num jogo fatal de espiões tendo suas fraquezas estudadas, Paige descobrindo a verdadeira identidade dos pais, e a crise das missões respingando em todos eles, a temporada teve a intensão de colocar Philip e Elizabeth no seu limite profissional, conjugal e psicológico ao mesmo tempo, e o letal e o corrosivo não foi a arma biológica usada para uma eventual destruição em massa, mas as emoções e sentimentos presentes neles, as convicções e acima de tudo, a consciência do peso dos atos e deveres, que destruíram vidas e o cotidiano das pessoas.

A intenção de "Persona Non Grata" não foi recriar uma busca explosiva de carros em perseguição, mas deixar perguntas e incertezas, e isso é definitivamente a melhor maneira de finalizar uma temporada que foi brilhante e madura o tempo todo. Será que Philip e Elizabeth irão para Russia? O que será da Paige agora? Mischa retornará para Washington, mas o que será caso ele não encontre Philip por lá? E Elizabeth, que teve sua aflição evidente já nos últimos momentos da trama, será que ela irá ceder e desistir sua vida de espiã? Há também a revelação de William para o Stan que intensifica tudo ainda mais, revelando sobre o casal espião estar com seus dois filhos e perfeitamente integrados na sociedade norte-americana. Isso tudo é uma faca de dois gumes e a dúvida só permeia sobre qual passo eles devem tomar. Eu, absolutamente amo o último instante do capítulo quando Philip diz para Paige que se envolver com o Matthew não é uma boa ideia, enquanto que num outro ângulo de perspectiva Elizabeth está olhando eles, através de sua janela com uma expressão pensativa, com uma trilha sonora que contribui ainda mais para a tensão do momento.

Há quem tenha achado tudo isso uma soma de eventos anticlímax com falta de emoção, mas o que The Americans fez foi finalizar seu quarto ano brilhantemente, sintetizando tudo o que havia trabalhado anteriormente. Fico imensamente eufórico que a série já tenha sido renovada para mais duas temporadas, isso só mostra como os roteiristas já tem seus planos marcados para o desfecho da trama, sem se entregar na fórmula de abusar do poder criativo, finalizando assim de forma coerente tudo e com chave de ouro. Que série, estou mais ansioso pela quinta temporada antes de mais nada!

Episodio 4x13 - Nota 10 2016-12-10 13:06:41

Estava revendo hoje esse capítulo jorrado na tensão. Tão tenso que aquela trilha sonora magnífica no final entrega toda essa atmosfera de medo enfrentado por Philip e Elizabeth ao longo da jornada de espiões. Já não vejo a hora da série retornar.

Episodio 5x1 - Nota 9.5 2017-03-07 00:52:28

Serie lendária, só conteúdo de qualidade. Não é a toa que FX só tem pérolas. Fargo e The Americans são umas das melhores produções da atualidade. Não uso Metacritic como critério mas a temporada já marca 92 no Metascore e data como a segunda melhor temporada do ano. Orgulho do caraleo dessa série!

Ouvi dizer que esse ano pertence a Paige como nova espião, ouvi certo?

Episodio 5x1 - Nota 9.5 2017-03-07 01:00:07

Embora The Leftovers seja da HBO, não discordo não. Série belíssima essa.

Episodio 5x1 - Nota 9.5 2017-03-26 01:53:06

Nível de excelência extasiante o que The Americans nos trás nesse retorno divino. Com cenas que não exigem muito esforço dos protagonistas, a série nos eleva a um nível extraordinário de tensão e apreensividade pelos mesmos. Fico muito eufórico pelo o retorno da série. É certamente uma das minhas atuais favoritas e tanto o Joe Weisberg como o Joel Fields já iniciam a temporada com Amber Waves sintetizando uma fórmula que percorre entre perigo e cautela, duas palavras que ditarão muito daqui pra frente o jogo de espiões que a Elizabeth e o Philip estão jogando. E estamos falando do antepenúltimo ano da série, então é aqui que podemos dizer que o cerco vai se fechar e as coisas começarão a esquentar. Nunca fiquei tão ansioso por mistério e tensão como eu sinto agora. Meu Deus do céu, como é bom dissecar e conversar aqui um pouco sobre essa obra-prima.

Nada melhor do que ver Elizabeth e Philip em ação usando suas máscaras que escondem suas reais vidas. Nunca no caminhar desta série me lembro deles terem usado um disfarce tão meramente parecido um com o outro, embora num vagar de minha memória, a lembrança real que tenho é de que todas elas se parecem a mesma. Mas o grande limiar dessa questão é em como eles incorporam essas mascaras, e todas elas são diferentes, sejam em personalidades, no agir comportamental, ou no ganhar de novas vidas que eles recebem a cada etapa de suas missões em solo americano. No atual cenário, vemos os Jennings atuando com uma paternidade fingida que é altamente magistral. É de calibre elevado ver em como eles em suas naturalidades contam novas histórias de suas vidas, seja sobre a adoção do Tuan ou de um piloto de avião. Fico abismado em como cada "persona" que eles desempenham eles surpreendem. É fascinante.

E os Jennings não deixam de ser multi-tarefados. Penso que a maior habilidade deles é tanto na cautela, na frieza quanto na precisão. E eles precisam saber se equilibrarem, mesmo quando do outro lado da batalha a filha deles é um dos agentes a ser lidado, como a Paige tem sido. Notável como ela ainda se sente inconformada pela situação em que se encontra porque, embora ela muito já tenha compreendido o princípio dos pais, é uma posição que a deixa extremamente vulnerável, algo que a Elizabeth vem tentando sanar e acalmar, como pudemos ver na cena delas na garagem numa aula de auto-defesa. De qualquer forma, é muito bom vê-la consciente do segredo dos pais e como ela deve manter a manutenção disso. Paige, aos poucos, vai se tornar a mulher que a Elizabeth sempre quis que fosse. Talvez, não antes de descobrir tudo mas, na temporada passada Elizabeth depositou uma grande parcela de crença de que a filha seria uma grande espiã, caso ela decidisse seguir por esse caminho.

Oleg parece que vai ser um alvo nessa temporada e fico apreensivo em dizer que ele pode ter o mesmo destino de Nina, já que ele tá começando a sondar corrupções dentro da própria União Soviética, o que pode complicar o seu caso. O filho de Philip atravessa o aeroporto de Moscou com documentos falsificados e nervoso, muito longe de saber que Philip definitivamente não está pronto pra receber uma nova surpresa. Sem muita delonga, o final, que deleito para os olhos, terminando numa dose de silêncio e tensão que nos faz vibrar a todo momento. E vale ressaltar que a cena fica suspensa por muito tempo, e parece ser algo demorado demais mas é brilhantemente muito bem feita, porque exige um nível de habilidade, tempo e cautela pra a extração da amostra do corpo de William que é extraordinário de ver pra o casal. O Hans, já faltamente sentenciado pelo deslize, teve que ser eliminado e Elizabeth não pensa duas vezes em agir com frieza, personalidade da personagem que me convém dizer, me surpreende toda vez que vejo. Que início!

Episodio 5x2 - Nota 9 2017-04-02 00:20:15

Basicamente uma sonda, onde através do Pasha, Tuan consegue dar um relatório ao Philip sobre a vida deles, em caso de eventuais missões de infiltrações ou coleta de dados sobre a suposta arma biológica.

Episodio 5x2 - Nota 9 2017-04-02 00:27:46

"They used to have a Lincoln now they have a Reagan" - Gabriel.

Episodio 5x3 - Nota 9.5 2017-04-02 00:48:07

Felizmente, Henry é um "deslize" da série que não compromete em nada na trama. Sua ausência de relevância não sugere erro cometido, já que até agora nenhum nível de importância lhe foi atribuído, ao contrário da Paige, por exemplo. De qualquer modo, espero que utilizem ele esse ano.

Episodio 5x3 - Nota 9.5 2017-04-02 02:56:48

Estamos quase num proeminente choque que irá dar uma ruptura nas bases de frente de cada lado desse jogo de espiões. De fato, em tão pouco tempo a atmosfera da temporada nos tem dado um ar de que as coisas começarão a se apertar, o medo de que máscaras sejam descobertas e o aumento na tática das cautelas sugerem que estamos mais perto de um fim do que longe dele. No entanto, sem muito pragmatismo em determinar o que pode acontecer ou não, parece que por enquanto a confiança é uma base a ser trabalhada e o agente passível desta base tem sido a Paige. É sempre bem empolgante falar dela, não sei porque mas a maioria das pessoas tem algum tipo de cisma ou a não suporta mesmo. O fato é que Paige incrementa tensão no lado da história. Ela é um lado crucial frente ao sucesso das missões de Elizabeth e Philip, e justamente por ser uma jovem assustada e ambivalente, pode provocar uma latência de descontrole e desequilíbrio inerente a ambos.

Paige definitivamente não é uma ameça, mas ela se torna alguém com quem constantemente tem que ser reparada, vigiada. É necessário então, como vimos no capítulo anterior quando Elizabeth ensina a Paige uma técnica para controle das emoções e neste quando ela tenta ser mais aberta sobre o relatório do seu trabalho, doutrinar Paige a causa. É o que Elizabeth vem tentando fazer desde o começo. Faz se necessário, como bem deixa claro a Jennings, que mentir ou omitir é um mecanismo essencial para pavimentar o que eles acreditam estar fazendo pelo o certo. É notável como Philip e Elizabeth se empenham para que Paige entenda o porquê é tão importante eles assumirem máscaras falsas com um propósito deles chegarem perto de uma fonte. Bem eles sabem, o casal da série, que a intimidade pode complicar uma relação. Bem eles sabem, a definição do perigo.

Então são nessas conjecturas que Paige ainda se sente desconfortável porque ela está lidando com tantos novos detalhes que são desconhecidos e não usuais. Reter uma verdade para é ela é difícil, essencialmente porque sua base ideológica e espiritual não lhe ensinou nenhuma dessas táticas. Então, como eu disse, o personagem dela gera essa ótima tensão de dualidade e é ótimo ver essa transição de uma nova Paige que, gradativamente, vai aceitando e compreendo os valores da luta soviética. É ótimo também em parte ver Elizabeth deixando de "passar a mão", deixando de tratá-la como uma criança e tendo uma conversa seríssima com a filha. É tudo muito transitório, e essa é uma fase que vai fazer Paige refletir como essa doutrina vai influenciar no campo da espionagem quanto no pessoal. Deixando de lado a diplomacia desse comentário, gente, que capítulo e que sequenciamento final?

Episodio 5x3 - Nota 9.5 2017-04-02 02:59:00

Temporada lida muito bem com o arco central das pragas que, a bem da verdade, são utilizadas como armas biológicas. The Americans desde o início prova que é uma série que não vilaniza nem põe a coroa de herói na União Soviética ou nos Estados Unidos. No entanto, o abordar de toda essa questão ratifica amplamente como foi a disputa e a gloria das corridas armamentistas e espaciais entre as duas nações. Os Estados Unidos sabotar a agricultura soviética é um olhar que permite somente analisar o quão eles - sem menção - estão dispostos para marcar uma vitória na Guerra Fria. Tenso, ainda mais quando a vida na União Soviética naquela época enfrentava extrema pobreza.

Estou quase inclinado acreditar que Mischa não vai conseguir ver o Philip, especialmente porque a KGB vai perceber que ele é uma fonte de preocupação para Elizabeth e ele. Isso desestabilizaria eles completamente, fora que o próprio é de oposição a KGB. Pensando bem, caso a KGB interceptar e matá-lo, isso daria o motivo perfeito para o Philip "trair" de vez os EUA. Isso seria um dos estopins da temporada? Oleg definitivamente está encurralado em ambos os lados. Se a Rússia descobrir que ele ajudou os americanos, a morte por traição dele já está sentenciada. Quase que como todo mundo aqui, vibrei de felicidade ao ver a Martha. Estou ansioso em ver como foi sua adaptação em um novo país. Espero com grande euforia que ela ainda receba parcela de importância nessa temporada depois de uma anterior magnífica que foi guiada pelo seu nome.

Episodio 5x5 - Nota 9 2017-04-07 19:32:48

Eles tinham renovado ela pra mais duas últimas no ano passado. Sexta, como já disseram, será a última.

Episodio 5x5 - Nota 9 2017-04-09 00:44:22

O diálogo que Paige teve com o pai em pleno jantar foi um verdadeiro momento para ficar perplexo e pensativo sobre o quão a personagem vem sendo uma peça importante na vida dos pais. Depois que ela descobriu a verdade sobre eles, ela vem enfrentando uma crise que é bem diferente que uma jovem rebelde na sua idade teria. Sua posição contínua e compreensível em levantar questionamentos sobre a bagagem que carrega acerca de pais espiões ainda lhe atribula. O fato é que Paige vive numa constante batalha entre querer ser alguém normal e alguém que não quer comprometer os valores patrióticos dos pais que lutam para um mundo justo entre nações que vivem sob uma tensão assoladora da Guerra Fria. Paige tem bons instintos, está aprendendo a esconder suas emoções melhor e mentir quando necessário, mas o desabafo da Paige faz totalmente sentido porque, paramos e pensamos, deve ser imensurável o quão difícil deve ser para ela manter todo esse controle que ela vem tendo. Ela pensou que Matthew seria um refúgio que lhe lhe afastaria por um tempo das responsabilidades do segredo, mas quando ela confidencia aquilo para Philip, acaba se revelando o contrário, mostrando sua solidão, sua tristeza e sua sentença pela "escolha" de proteger os pais. É um fardo.

Os seis minutos finais marcam um fechamento de capítulo extremamente delicado, quase que preocupante, carregando uma tensão de consequência enorme entre Elizabeth e Philip. O fato das pragas que atacam as lavouras nos laboratórios serem usadas como um esforço para acabar com a fome no mundo e não para sabotar a agricultura soviética, faz nosso casal de espiões perceber um deslize considerável que jamais eles querem repetir novamente, quando mataram o cara inocente por engano. Os esforços das missões tem colocado muito em batalha o dever versus o carácter do casal, e não menciono de nenhuma forma o sexo que é usado como maquinagem para a realização das mesmas. Mas Philip percebe que o dever tem cada vez mais lhe drenado suas forças e como isso tem lhe afetado em todos os sentidos de sua vida. E daí temos aquele "It's us" no final que é devastador, um dos divisores de águas de The Americans que muitos aqui concordam em ser um dos pontos definitivos da série. Elizabeth se oferece para fazer todo o trabalho sujo daqui em diante, mas Philip, com toda sua consciência de dever recusa, e diz que é juntos que eles devem continuar fazendo isso. Basicamente o diálogo de Philip resume toda a cumplicidade do casal da série.

Episodio 5x5 - Nota 9 2017-04-09 00:45:38

Claudia acabou dizendo exatamente o que eu presumia sobre esse esforço de Mischa em ver o Philip depois de tantos anos. Se nós somarmos o fato de que Mischa tem ideologias contrárias aos valores soviéticos, junto ao fato de que desde seu nascimento ele nunca sequer conheceu o pai, estaríamos perto de uma soma de resultado não menos que preocupante, já que como ela bem mencionou, ele é instável e poderia notavelmente causar desequilíbrio para a missão de Elizabeth e Philip. E talvez Gabriel fosse sim otimista, tanto em ver a relutância e a coragem do pobre jovem que nunca sequer viu o rosto do pai, como também por relembrar que nesses tempos de guerra, o cenário é complicado, e portanto, Mischa merecia conhecê-lo. No entanto, por mais lindo que fosse esse encontro entre pai e filho, nada no fim importaria porque, isso seria um risco que eles não poderiam cometer, não agora, não em solo americano.

Ele colocaria em vulnerabilidade o sucesso da missão, e além do mais, há a Central que é o controle e a sondagem de todos eles. O que mais me preocupa diante de tudo isso é que, tomado o inquérito das coisas que Claudia disse sobre Mischa, que na verdade não foram coisas boas, somando-se seu pedido de ver o pai recusado, chegará um ponto inevitável em que Mischa fará alguma coisa para fazer esse encontro acontecer. E é aí que entra novamente aquele ponto que eu mencionei sobre um dos estopins da temporada, que seria a morte de Mischa causada por alguma interceptação da KGB. Philip que já é todo maleável ao estilo de vida americano iria se revoltar de vez, perderia seu ceticismo à URSS e se compactuaria a lealdade que Elizabeth tem a sua nação. Imagina um dos pontos fortes dessa temporada sendo o ódio do Philip pelos EUA jamais expresso antes depois de tanto tempo sendo "confortado" por ela?

Episodio 5x5 - Nota 9 2017-04-09 01:01:24

Excelente comentário, inclusive, por fazer menção do "Do Mail Robots Dream of Electric Sheep", que foi um dos melhores da terceira, se não o melhor. E não dá para acreditar mesmo como ele perdeu a categoria de melhor roteiro para Game of Thrones, que nos últimos dois anos, vem desbancando The Americans. Fields e Weiseberg deu o excelente Persona Non Grata que fechou de forma gloriosa a quarta temporada. Entretanto, na premiação, perdeu para o medíocre Battle of the Bastards. É realmente incompreensível todo esse esnobismo em cima da série que só tem mentes brilhantes e sabem transmitir em tela a real emoção da dramaturgia sem apelamentos.

Episodio 5x5 - Nota 9 2017-04-09 01:09:11

Muito bem colocado Felipe. Muito tem se falado da relevância do Henry na série e como o seu desaparecimento constante sugere um deslize de TA. No entanto, não sabemos ao certo a real natureza dos seus telefonemas, nem por onde ele realmente andou por todo esse tempo. Também já presumi o pior cenário, quando ele descobrir a verdade sobre os pais, mas acho que por trás de toda essa genialidade da matemática, Henry pode ainda trazer uma surpresa aí que não estavamos preparados.

Episodio 5x6 - Nota 9 2017-04-15 23:57:51

Também pensei nisso. Isso seria uma dualidade tremenda na vida de Elizabeth e Philip.

Episodio 5x6 - Nota 9 2017-04-17 19:54:09

Não seriam 20 episódios, se levarmos em consideração que a última vai manter o mesmo número de 13?

Episodio 5x6 - Nota 9 2017-04-17 22:33:07

Como a série sempre manteve a mesma fórmula de episódios, supos que a última teria 13. Caramba, quase inacreditável que só faltam 17.

Episodio 5x6 - Nota 9 2017-04-17 22:43:44

Gabriel, ao longo da série, tem sido um agente apaziguador das tensões sofridas por Philip e Elizabeth. Na verdade, percebemos que ele vinha sendo um amortecedor entre a Central e a dupla de espiões, uma vez que quaisquer decisões feitas pela célula suprema da URSS em prol dos interesses soviéticos com trégua aos Estados Unidos, nunca eram tomadas com consideração ou pelo menos com mínima prioridade à dignidade, honra e satisfação de seus agentes de trabalho. Gabriel numa forma mais sucinta de dizer, aliviava com sua consciência mais leve o fardo que Philip e Elizabeth carregavam a cada missão. Coletar dados, transferir informações, usar máscaras convenientes e derramar sangue se necessário, nunca foram tarefas fáceis, mas Gabriel sempre esteve ao lado deles canalizando as preocupações e as implicâncias físicas e psicológicas que tentavam desviar a dupla de casal dos seus objetivos principais. Claudia sempre foi mais sangue frio no escopo do objetivismo. Gabriel era um orientador mais resiliente, inspirativo. O exemplo de mentor que pelas experiências da vida, há muito a se aprender com ele.

E chega esse episódio e mais uma vez a série retraz um imensurável divisor de águas que é tremendo, delicado, um novo ponto de ignição que ditará um novo rumo frente a história dos agentes. Gabriel se renuncia do seu cargo de orientador/mentor num momento em que, paramos e pensamos, é guiado pela lucidez de seus anos de trabalho. Se da mesma forma que o destino de Elizabeth e Philip não são guiados por eles mesmos, já que a Central toma controle de tudo, uma ordem é uma ordem, e Gabriel não pode se opor a isso. O difícil é ver que sem Gabriel, eles potencialmente terão um estresse adicional mais do que eles já tinham. Se ficarão sobrecarregados é uma pergunta. Sem a orientação de Gabriel surge mais uma dúvida sobre as garantias do Centro em serem eficazes. Num último conselho que até em tão vemos que é emblemático ao personagem, Gabriel pede ao casal que não deixem implicâncias atormentarem o valor de suas causas. Grande Frank Langella. Um símbolo dramatúrgico que foi de imensa extensão a série.

Episodio 5x6 - Nota 9 2017-04-17 22:49:54

E essa temporada vem sendo avassaladora. Mesmo apenas estando na metade do seu trajeto final, a mesma vem lentamente guiando um drama excelente, todo complacente e fiel ao desenvolvimento e as nuances de cada personagem. Sem nada tão apressado, nem tampouco atrasado, a série despreza qualquer tipo de elemento ou artifício conveniente de roteiro que visa apenas retornos explosivos e emocionais. O mais glorioso desta série é ver como passagens tão simples carregam uma carga de valor tremendo no dorsal da trama. É extremamente empolgante e sinto o prazer de comentar em quase todos os capítulos semanais, o quão The Americans sabe sintetizar camadas de importância à sua história que cada vez mais se tornam soberbas e inteligentes. E é a partir desta limiar que temos a sequencia final extraordinária do encontro entre Paige e Gabriel. É incrível quando vemos Elizabeth dialogando com Paige sobre os ideias de Marx e como a pequena Jenning tem dificuldades em vincular tais visões com sua religião. Mas é uma passagem gloriosa ver a Paige vendo pela primeira vez o mentor daqueles que agora tentam orientar seu caminho, inseri-la na tarefa de compreender o que motivam suas causas. Excelente a escolha da trilha sonora final.

Excelente, tudo. The Americans é sinônimo de precisão.

Episodio 5x7 - Nota 9 2017-04-25 01:00:56

Um momento de suspensão na história da série onde tudo parecia estar calmo, silencioso, se não tivesse sido, é claro, por essa erupção de tensão que estava escondido por trás das palavras do Gabriel e da atitude da Paige. Por mais que Paige ganhe desenvolvimento moral e por mais que ela se endureça mediante a tantas batalhas morais internas, sabemos que esse sucesso e seu aparente equilíbrio ainda são gatilhos que podem comprometer a integridade dos valores patrióticos dos seus pais. Ela é uma bomba relógio em seu "tic-tac" constante, uma bomba relógio volátil e latente que parece estar prestes a desmoronar tudo. Ela sabe demais e esse seu conhecimento a coloca em zona de vulnerabilidade, não importa quais sejam os seus esforços.

Esse diálogo é o que eu venho comentando ao longo da temporada, até mesmo no percorrer da série. Philip e Elizabeth doutrinam no melhor caminho possível a estabilidade de Paige mediante ao jogo de espiões deles, mas isso não vem sendo o suficiente e como venho sempre martelando, quanto mais são os progressos mais a vida pessoal de Paige é sentenciada, mais sua livre vontade é selada, mais sua visão se torna confusa e turva. Em resumo, mais e mais ela se questiona. Faz sentido então Paige cada vez mais ficar encurralada entre todos. Os pensamentos de estar fazendo errado por alguma coisa dita ou uma ação assombra e desanima Paige, tanto que seu namoro com Matthew chega ao fim. E ainda deve-se levar ao fato de que eles ainda não lhe contaram o real inquérito das intenções do governo americano sobre o trigo soviético. Isso não vai terminar bem.

Como o Leonardo abaixo, também me senti ludibriado na conversa entre Gabriel e Philip. Mais antes de chegar nessa parte, vamos ressaltar sobre conversa entre Gabriel e Paige. Foi um diálogo muito breve e encorajador, com ele saudando os esforços de Philip e Elizabeth, e dizendo-lhe o quão a dupla se sacrificou pelo o benefício de todos. Esperava um pouco mais disso tudo, confesso, o encontro deles é algo tão emblemático por ser aguardado, que deveria ser considerado um dos grandes artefatos da série. No entanto, não dá pra não perceber que a pequena cena trás uma carga muito notável de importância com o monólogo do Gabriel, que nas entrelinhas, destaca que seu papel na vida de Paige foi muito significativo, embora nunca esteve visível. Será que essa conversação deu um pouco de conforto á menina Paige?

Mais tarde na última cena do capítulo, fiquei na esperança do Gabriel falar sobre a tentativa do Mischa em querer ver o pai, mas pouco a pouco fui me convencendo de que isso seria impossível, além de que só iria piorar a situação, iria deixar Philip em descontrole. Mesmo evitando preocupações adicionais, no final a expressão no rosto de Philip é inevitável depois do que ele houve e não é menos que espanto e preocupação. O que seria aquela expressão? Fica a dúvida, apesar de sabermos que não deve ser nada bom. O fato é que, as palavas do Gabriel sobre ter cuidado sobre a Paige são um tanto quanto enigmáticas e estranhas. É como se esse seu conselho adviesse de uma informação crucial que pudesse mudar o status quo da situação - e pra pior.

Será que Gabriel sabia sim de algo, mas quis omitir, advertido o Philip sobre Paige? Seu conselho é baseado no perigo que a Paige pode causar ou baseado no perigo que ela está exposta? Realmente intrigante!

Episodio 5x11 - Nota 9.5 2017-07-24 23:54:45

Caraleo, quem lembrou de Do Mail Robots Dream of Electric Sheep? - 3.09 -, capítulo onde Elizabeth para concluir a missão tem que executar aquela senhora? Nesse 5.11, eles conseguiram sintetizar com tamanha maestria a mesma sensação de perigo e cautela que fizeram num dos capítulos mais icônicos e intensos de toda a série. E não é de se surpreender não, já que em ambos residem o dedo do magnífico e brilhante Joshua Brand. Que capítulo, meus amigos. Isso é The Americans só reconfirmando seu posto de melhor série veterana dramaturga da atualidade.

Episodio 5x13 - Nota 9.5 2017-06-01 12:59:00

Não dá nem pra acreditar que falta somente dez capítulos pra sua série favorita acabar. Pelo menos eu posso bater no peito e dizer a todos que conheço que The Americans é uma série de qualidade do começo ao fim. Não tenho dúvidas de que ela vai fechar com chave de ouro. Que produção, que elenco! São poucas séries da atualidade que estabelecem um nível de dramaturgia tão magnificente e que dá gosto de exaltar.

Episodio 6x1 - Nota 10 2018-03-29 00:03:36

Não tem Handmaid's ou Westworld certa que tire essa temporada de ser a melhor do ano.

Episodio 6x1 - Nota 10 2018-03-29 13:36:25

Tombei! A série tem 92 no Meta com 18 críticas. No Rotten exatamente do mesmo jeito só com críticas favoráveis. AHHH! Eu tô muito feliz que sei que essa temporada vai ser choque de monstro!

Episodio 6x1 - Nota 10 2018-03-29 13:38:13

Menino, quem acha que tá vivendo a época de ouro com essas duas tá muito enganado. The Americans, supra-sumo da atualidade sim!

Episodio 6x1 - Nota 10 2018-06-06 22:10:39

Socorro, spoiler alert: e não tirou mesmo! The Americans acabou sendo a The Leftovers do ano passado. O Emmy vem!

Episodio 6x4 - Nota 10 2018-04-22 14:01:57

Imagina só, todo mundo tá achando que a Elizabeth não vai sair ilesa no final, mas e se for o Philip a pagar o sacrifício? Gente, que construção de temporada magnífica é essa! Tô cada vez mais aplaudindo o trabalho da Keri e do Matthew! Essa temporada tem tudo pra ser uma das mais gloriosas da década como a terceira de The Leftovers.

Episodio 6x7 - Nota 10 2018-05-11 12:46:13

Gente, 3 episódios pra acabar! Vocês estão prontos? Porque caralho, eu não estou!

Episodio 6x7 - Nota 10 2018-05-13 11:28:49

Paula, não, serão somente 10 episódios essa temporada!

Episodio 6x7 - Nota 10 2018-05-17 23:21:11

10/10, nem sei explicar a perfeição que essa temporada tem sido, amigos. The Americans tá pisando com força!

Episodio 6x7 - Nota 10 2018-05-17 23:21:23

Então amigos, meio que a negligencia que a série sempre deu ao Henry (negligência que, analisado pela trama vem dos pais) foi um pivô proposital pra deixa da desconfiança do Stan sobre os Jennings. O que antes eu achava um descuido por parte dos criadores da série, na verdade como bem destacado nas entrelinhas, Henry foi um recurso narrativo que mais tarde provocaria a derrocada dos russos infiltrados no solo americano.

Pra você ver: a pessoa que menos sabia do jogo dos espiões se tornou o gatilho que sentenciou eles. Ele só foi uma parte essencial porque o próprio declínio adivinha também do próprio descuido de Philip e Elizabeth durante as missões. Há uma frase do pensador Lair Ribeiro que resume bem o papel do Henry durante toda a série. É a seguinte: "Quem controla uma conversa não é quem fala, e sim quem escuta."

Episodio 6x7 - Nota 10 2018-05-18 22:39:45

O próprio Ozymandias de The Americans! Que drama series perfection, minha gente!

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-05 00:22:27

'Tô é morto com o título. Nem vi e já sei que vai ser aqueles capítulos emblemáticos super fodásticos que vai te dar um prova do baque que vai ser o final (provavelmente sobre o final da jornada da personagem também). Elizabeth Jennings, mulher da minha vida, vem mostrar o melhor personagem dessa série, vem amor!

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-20 18:49:13

Melhor personagem da série faz assim, recebe o título de um episódio só pra ele!

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-24 20:56:21

Eu acho bom a Keri Russell e a série ganharem suas devidas estatuetas que deveriam ser dadas há anos.

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-24 20:56:53

Meu ass tá sabe onde? Na mão!

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-25 23:40:49

Gente, é só comigo ou vocês queriam gritar pro mundo inteiro o quão drama series perfection The Americans é?

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-26 12:21:29

Keri Russell, mais conhecida como a criadora da atuação!

Episodio 6x9 - Nota 10 2018-05-26 14:43:48

Eu acho que uma das bombinhas dessa series finale vai ser a René. Ela com certeza tá alí por um motivo.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-26 12:18:06

Eu selo aqui com meu poder adquirido de seriador que The Americans e The Leftovers são os dramas séries perfections dessa década. Nenhuma outra atual chegou aos pés do que essas produções chegaram. Quem concorda?

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-28 13:28:12

Discordar é fácil, mostra o dossiê.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-29 19:55:01

Quando eu ver Rectify talvez eu concorde com você.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 19:05:49

Morto, merece sim amigo!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 19:13:31

Россия, я опустошена!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 19:56:00

Sim, colegas, concordo com vocês! Até falei num outro comentário lá da página de The Good Fight que não dá pra classificar a melhor série atual justamente porque estamos vivendo a época de ouro da TV norte-americana. É difícil apontar o legítimo supra-sumo diante de uma verdadeira avalanche de grandes e excelentes produções que temos. Então esse meu comentário serve nada menos que uma "alegoria" conjurada sob forma de ironia, mas que incita uma verdade se por um momento determinarmos indicadores, como bem pontuou o Álvaro.

Entendam, é meu lado fanático por essas duas séries operando. De um lado, uma apoteose intocável, do outro, uma história colossal no coração da Guerra Fria (roubando aqui algumas palavras do Caio Coletti que fez uma saudação belíssima sobre os 6 anos de The Americans). Eu só fico feliz por estar aqui testemunhando cada uma das séries que foram citadas neste post (pelo menos algumas que já vi), e que lá na frente, talvez daqui há 10 anos, estarei vendo geral pagando pau por grandes relíquias escondidas que são subestimadas pelo público de hoje.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 20:11:08

Sim, Douglas, é exatamente isso que quero mostrar. Muitas séries boas existem, muitas mesmo, mas quando determinamos indicadores como, estabilidade (tomando como base os anos de exibição), progressão dos personagens, coerência e legitimidade da história, até mesmo a parte técnica como direção e roteiro e escolha dos atores, poucas se tornam elegíveis para entrar em determinada lista bem acurada. The Leftovers e The Americans pra mim são duas séries quase que pontualmente perfeitas (pra não dizer 100%, porque na minha opinião 99% tem um "peso visual" muito maior) e não se torna mentiroso dizer que diversas demais podem não estar lado a lado com elas.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 20:24:13

Ayune, que nome lindo, amor!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 20:25:29

Se for assim ele vai superar o Hank de BrBa que teve que descobrir na cagada, literalmente.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 20:26:57

Meu Deus, o jovem faz educadamente o favor de colocar um alerta spoiler e o pessoal vem e usa o recurso de forma errônea.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-30 20:27:44

Primeiro a gente dá 10 e depois vê.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-31 17:20:55

Cena devastadora em que a Paige sai do trem silenciosamente. Sério, ver o rosto da Elizabeth e do Philip após isso me desabou.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-31 19:37:49

Tô chocado, sério!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-05-31 20:07:11

Não vou negar, eu me desabei todo quando o confronto final na garagem foi iniciado. A tensão do momento foi amortecida e regida pela pessoa que mais tinha sofrido (pelo menos gradativamente) os efeitos colaterais desse jogo de espiões. Philip que, entre todos eles vivendo na narrativa americana de seus disfarces, aprendeu a verdadeira natureza de sua causa com seus anos de serviço, mais tarde respingando na Elizabeth (que era extremamente resiliente e fiel) nas últimas missões, tendo seu semblante drenado de toda sua euforia existente quando comparado com seu personagem nos primeiros capítulos da série. Naquele momento de embate quando ele começa a explicar seus motivos sinceros de todo o seu recrutamento e como foi enganado pelos seus superiores da própria mãe soviética, há talvez o momento mais cru e verdadeiro entre os dois vizinhos que moravam ali naquela mesma rua. A tensão caótica é suspensa porque os diálogos cautelosos do Philip conjuram uma anestesia precisa para o momento. Ele evoca sobretudo uma misericórdia e fuga que somente o Stan poderia lhe dar. E, sem hesitar, porém, ainda atordoado com a confirmação da descoberta, ele dá. Ele não poderia mentir mais para o Stan, não poderia enganá-lo da mesma forma que fez durante seis anos. Nem tudo o que eles viveram ao lado do vizinho foi uma falsidade, mas também nem tudo pela qual Elizabeth e Philip lutaram foi em vão. Havia uma causa e eles se entregaram por completo até o momento em que eles não aguentaram as mentiras. Eles não tinham feito aquilo por eles, mas sim pelo seu povo no coração da Guerra Fria. Por mais frio e "sangrento" que tenha sido essa época ideológica de suas vidas, eram humanos lutando por outros.

Se a gente perceber, como bem pontuado num dos comentários abaixo, todos eles tiveram suas trajetórias finais seladas por sentimentos. Todos eles, sem exceção, tomaram medidas agridoces, travado entre o que era certo mas também pincelado com uma grande camada de dor e lástima. Elizabeth teve que deixar o pobre Henry na america vivendo seu sonho americano. Paige saiu do trem no ponto exato de não retorno em plena jornada à mãe soviética e consciente também da decisão dura, no entanto, madura que acabara de ter feito pensando no irmão, aliás, ela era o único meio além do Stan a permitir que ele se encontrasse com os pais num futuro próximo. Elizabeth e Philip decidiram permanecer juntos até o fim em razão de toda a cumplicidade e de todo o amor como casal, embora quando recrutados nada disso tenha sido planejado. E Stan, por fim, que era a maior adversidade do casal, não prendeu seu maior e melhor amigo. Ele foi capaz de esconder que sabia desse segredo de toda a guarnição do seu trabalho porque da mesma forma que ele tinha sido recrutado para fazer algo patriótico, os Jennings também foram, e estes também foram usados e enganados por suas pessoas de confiança. Stan só fez o que fez em virtude de sua decência e sua bússola moral. Sua vontade incessante de fazer a coisa certa foi capaz de vê-los em um nível genuíno da vulnerabilidade humana. O que corrobora isso é exatamente o diálogo que o Philip dá para o Stan sobre ele ter sido seu único amigo durante toda a vida de merda que ele teve, que ele teve uma piada de vida e não o Stan. Stan pegou todos esses projeteis emocionais sem colete de "rebottle" algum porque ele viu que Philip falava a verdade. Stan, que não precisou usar nenhum tipo de capa para ser herói.

Nas cenas finais do capítulo já quando Mikhail e Nadezhda (deixando de lado seus nomes americanos por um momento) estão com seus pés firmados em solo soviético, vemos umas das cenas finais de casais e uma resma de diálogos mais lindas das séries de drama que reconfirma tudo aquilo que foi a jornada deles em The Americans. Desde o momento que conheci essa série pensei em quão irônico foi a troca de personalidades deste casal. Philp sempre foi o mais emocional e passivo, enquanto a Elizabeth era a mais fria e calculista. E neste caminho inverso que poderia ter sido ao contrário por estereótipo determinado, há também a outra e mais bela inversão deste casal. E cara, o quão é incrível tudo isso. Eles se casaram sem nem se conhecer e o amor de um pelo o outro foi enraizado pelos anos de cumplicidade e união. Ou seja, além dos filhos, o amor foi o maior fruto que eles tiveram dessa luta ideológica e armamentista entre países inimigos. Talvez eles pudessem ter sido apenas indivíduos trabalhadores das fábricas das ruas da União Soviética a se conhecerem em um ônibus, mas não. Por forças maiores, foram designados a executar um trabalho, e, disto, aprenderam a construir algo muito maior: um companheirismo, um ombro amigo, um suporte nas horas mais difíceis, alguém para continuar até o fim mesmo quando não se tem mais nada a perder. Que sequencia linda, simplória, porém extremamente avassaladora e emblemática quando Elizabeth e Philip dizem que Paige e Henry ficarão bem e que eles se lembrarão deles. É um final triste com a família toda separada, porém digno de em virtude de nenhum deles terminarem em tragédia quando tudo apontava para uma tragédia inevitável!

Obrigado, The Americans! Obrigado Weisberg e Fields! Obrigado Keri Russell e Matthew Rhys por esta obra-prima que tive o prazer de poder pegar em seu auge na quarta temporada e por chegar até aqui novamente para contemplar sua jornada final espetacular. Cada diálogo, roteiro ou direção, cada momento emblemático, cada sufoco passado, cada pedacinho dessa série que se provou ao longo dos anos ser um dos maiores e mais bem feitos dramas dos últimos anos, eu só fico feliz por estar sendo testemunha desse cristal intocável da TV norte-americana e só fico triste pela possibilidade dela talvez encerrar a era de ouro dramatúrgica da televisão (espero estar errado). Por fim, aqui encerro dizendo que nunca vi uma trilha sonora como With or Without You sendo tão bem utilizada numa série com efeito simbólico, ou como a ousadia da série me deixa curioso de montão por ela ter deixado a brecha de desconfiança sobre a René ser uma espiã russa disfarçada ou não. Bem, sei que aquele olhar dela após o abraço do Stan provoca tamanha ambiguidade. Sei também que isso pode ser uma releitura deixada para o próprio personagem do Noah, num questionamento se ele será capaz de confiar noutra pessoa novamente. Obrigado FX, por exibir essa relíquia que não precisou usar de recursos como shock value, bombas, explosões, e tiroteios pra proporcionar uma das series finale mais lindas da minha vida! Cпасибо!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-06-02 10:45:46

Muito obrigado por citar essa cena poderosa aqui. Perfeita colocação a sua!

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-06-05 22:12:05

Segunda temporada de Mr. Robot é nada menos que um próprio assentamento para a proposta da terceira temporada, que foi toda voltada em reverter a engenharia do dano causada pelo 5/9, e posteriormente dar entrada no protocolo de execução do Estágio Dois. Como o Álvaro bem disse, ela foi todo um acurado background do terceiro ano da série. Ela foi lenta? Foi! Mas o Esmail foi muito cuidadoso e soberbo com cada capítulo. Fora que a trilha sonora e a tensão presente foi um dos destaques do ano. No geral ela foi recebida com entusiasmo relativamente calmo, mas não é uma ruim temporada não, muito pelo contrário, foi importante pra o que podemos dizer ser auge do Mr. Robozinho (Season 3).


Episodio 6x10 - Nota 10 2018-07-26 21:08:17

Fatou, João! Handmaid's ainda tem que comer muito feijão e arroz pra chegar onde as supracitadas chegaram.

Episodio 6x10 - Nota 10 2018-12-30 09:54:27

E terminou ganhando os Emmys de Melhor Roteiro com START (escritos por Joe Weisberg e Joel Fields, e não choca) e o de Melhor Ator com o Mathew rei. Infelizmente é muito pouco pra o que essa perfeição merece, mas terminar um drama tão bem costurado ganhando dois huge prêmios me deixou extremamente alegre.


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Paulo

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