Escrito por: Pedro Rubens
Loki, desde o seu primeiro episódio, surpreende por ser daquelas séries derivadas de filmes mas que encontram em si a oportunidade de agregar no universo em que está inserido e abraça isso com todas as forças. Desde o seu primeiro momento escancarou de vez a ideia de multiverso, semente que o MCU vem apresentando nos cinemas há anos, mas que nunca se fundamentou o suficiente para ter total credibilidade, tal qual nas HQs.
Inspirado nas narrativas “Buddy Cop”, Loki entrega um segundo episódio repleto de interação entre o “mocinho” e o “vilão”, onde a dupla consegue dividir perfeitamente o tempo em tela tendo como foco a caça a variante e não a própria variante em si, mas com a constante reflexão de que nem toda pessoa má, é realmente má, bem como nem toda pessoa boa, é realmente boa.
Aqui as coisas já estão muito bem fundamentadas: conhecemos a origem dos Guardiões do Tempo e tomamos ciência de que desempenham sua função procurando pôr fim nos Nexus, ramificações temporais que fogem daquela permitida pelos seus criadores, colocando fim ao Caos e instaurando a Ordem. Para muito além da motivação da AVT e dos seus fundadores, é nesse cenário que somos apresentados a uma das melhores apostas do episódio, quiçá do MCU: a interação entre Mobius e Loki, traçando um paralelo entre as suas próprias vidas de forma individual.
Nesse ponto a série apresenta um Loki completamente ciente de quem é, cheio de si e de todas as suas múltiplas facetas, de suas artimanhas e poderes, consciente de que por mais que tenha linhagem com os Gigantes de Gelo suas referências encontram-se em Asgard, criando a dualidade entre o bem e o mal dentro de si. Enquanto isso, Mobius mostra que por mais que saiba de onde veio e acredite no poderio dos Guardiões do Tempo, deixa a entender que há algo fora de contexto, entregando possíveis dúvidas da sua natureza
A ponte que ligou o primeiro e segundo episódio finalmente é revelada e temos a aparição da Lady Loki, com seu plano mirabolante de raptar agentes da AVT e usar suas armas para reiniciar linhas temporais causando um distúrbio ainda maior onde outras inúmeras linhas seriam criadas.
Mesmo sendo um grande personagem nos quadrinhos, até aqui houve apenas um pequeno vislumbre do seu potencial e, diante do desfecho do episódio, pode vir a se tornar uma possível parceira de trapaças para o Loki de Tom Hiddleston, o que permitiria ao público conhecer as múltiplas personalidades de um mesmo personagem porém de formas distintas.
Quanto ao desfecho, as múltiplas linhas temporais abertas pela Lady Loki entregam um leque de possibilidades para o protagonista da série, que pode não estar por completo ao lado da sua outra personalidade, mas pode finalmente ter encontrado uma oportunidade de chamar atenção o suficiente dos Guardiões do Tempo e em breve garantir sua tão sonhada reunião.
Quanto a Lady Loki, por mais que seu plano não esteja revelado por completo, o monitor da AVT ao final do episódio apresenta diversas novas ramificações temporais em locais já conhecidos do público: Asgard, Vormir, Sakaar, Ego, Hala, Xandar e Titan. Sendo assim, fica evidente que toda a linha temporal do MCU foi modificada abrindo um leque de possibilidades para o futuro da Marvel.
Entregar um final como esse é dar um tiro no escuro: na mesma proporção que pode ser um acerto para série, pode também ser um grande erro e desencadear em um roteiro que fique dando círculos e pare de avançar na história. Quanto a mim, prefiro acreditar que ainda teremos grandes revelações para conhecer e um novo rumo para o MCU que está apenas começando!
Nota: 9,5
A minha opinião pessoal é de que o segundo episódio decepcionou em relação à expectativa gerada no final do primeiro episódio, esperava bem mais. Nota: 8,5
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