Escrito por: Tom Carvalho
Eu nunca fui um fã de ficção científica. Sempre amei a liberdade com que as histórias do gênero podem fluir e a presença de elementos que fogem da nossa realidade sempre me chamou a atenção. No entanto, sempre me liguei mesmo em séries que aprofundam em temas comuns do cotidiano e que de alguma forma trazem reviravoltas e possibilidades até então desconhecidas naquele nicho.
The 4400 pra mim sempre teve o elemento de sci-fi que nunca permitiu me aprofundar totalmente na produção mas eu lembro da versão “original”, dos comentários acerca dos episódios e da longevidade que a série teve. Misturar todo o passado da série com os conceitos que o canal CW traz em suas produções não me pareceu uma boa ideia, mas acredito que foi exatamente nesse quesito que eu “paguei a minha lingua”.
A nova versão de The 4400 que vemos no piloto é muito consciente e atenta aos eventos que têm desencadeado protestos e a revolução da forma como vemos o nosso passado refletido no cenário político e social atual. Os primeiros teasers já traziam um grande destaque para personagens negros e no primeiro episódio vemos que o foco é basicamente todo neles e em seus diferentes estilos de vida e das experiências que eventualmente os uniram. Eu diria que os personagens antes de terem suas personalidades, falas e trejeitos definidos foram baseados em momentos históricos importantes da humanidade. Vemos bem pouco disso no início, mas no decorrer dos episódios seguintes (que eu já assisti também) tudo fica mais claro e fazendo muito mais sentido.
Assim como a versão do passado, 4.400 pessoas misteriosamente desaparecem após serem levadas por um raio de luz e todo o grupo é trazido pro dia 25 de outubro de 2021. Tem gente sumida há alguns meses, poucos anos, e até gente da década de 20 e 30 por exemplo. Isso por si só já traria vários diálogos interessantes.
Basicamente todos os personagens têm suas histórias exploradas em tela tomando uma boa parte do episódio enquanto o plot principal é (lentamente) desenvolvido. Com o tempo eles começam a perceber que adquiriram poderes especiais, mas isso também fica bem implícito a princípio. Acredito que não é segredo que a série vai seguir a linha de mistério misturado com o drama de cada um dos personagens.
O que a série entregou: uma releitura moderna e justa de uma série até então clássica e mudanças que devem entregar mais relevância num contexto geral para uma produção do gênero. Representatividade também seria uma ótima palavra para descrever a proposta dessa repaginada e acredito que isso beneficie a todo mundo e traga um público mais amplo.
O que não veio aí: para quem espera grandes efeitos especiais, eles não aconteceram. Não me incomodou. E apesar das inovações serem expressivas quando comparada à série original, alguns plots tendem a seguir a linha mais clichê, mas não esqueçam que é uma série do CW.
Nota: 8.5
Para que trazer esta série que nao tem tanto tempo de exibição. Bem, como outras (heróis) vimos uma refilmagem fraca e pouco atrativa da história, com muita representatividade vazia. A série "Beforeigners" faz uma colocação melhor de pessoas deslocadas no tempo. Está recomendo, também recomendo a série Os 4400 de 2004 e seus livros derivados.
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