"Por favor, pessoal. O mundo não vai acabar de verdade. Mas parece que vai, não é? Observem: violência com armas, mudanças climáticas, líderes mundiais psicóticos, a boa e velha guerra nuclear... Os consumidores estão aterrorizados! Então hoje vamos discutir como lucrar em cima desse terror. O medo é a mão firme que desabotoa o sutiã do capitalismo."

Esses últimos episódios não arrancaram as gargalhadas que Corporate tanto já me rendeu, mas trouxeram não apenas questões atuais sobre nossa sociedade e como as grandes corporações tentam nos manipular a todos, mas com abordagens certeiras sem abandonar a sátira, o cômico. Do jornalismo comercial ao péssimo destino nas férias vendido como a melhor coisa do mundo por gente que nem ia lucrar financeiramente com isso, passando pelas comoções seletivas e falsos engajamentos, a temporada encerra muito bem com esse "The Fall", expondo que até Christian pode ser surpreendido pelo reino das aparências e falsa eficiência, abandonado no primeiro sinal de fragilidade pela apresentadora (aliás, o fato dela deixar de ser âncora para apresentar entrevistas e programa de culinária me lembrou algumas apresentadoras no Brasil - parece uma tendência: se motivada por alguma crise de consciência ou por apenas alta dose de superficialidade a gente não sabe... de todo modo, em jornal ou algum auditório pela manhã, os programas não deixam de ser espetáculos, no sentido "pão e circo" do termo).

No mais, Corporate merece um público maior por aqui.