Gostava bastante dessa série e sentirei falta dela.

Assim como aconteceu com The Wire, que na época que estava no ar tinha uma audiência baixíssima mas que somente depois de alguns anos finalmente ganhara o devido reconhecimento, acredito que o mesmo acontecerá com Treme.

Final (quase) perfeito. Só não fiquei totalmente satisfeito com o final da Annie, esperava um final melhor pra ela, que ela conseguisse ter um grande final, mas foi ótimo.

Essa série melhora (e muito) com o tempo, eu quase abandonei após os dois primeiros episódios, ainda bem que não fiz isso, uma das melhores séries que já vi. Super bem feita, uma pena não ter sido reconhecida pelo grande público.

Final maravilhoso! "Do You Know What It Means To Miss New Orleans" foi a música perfeita para fechar a série com chave de ouro.

Treme é uma obra de arte, o que não poderia ser diferente vindo de David Simon. A série possui uma capacidade fantástica de contar histórias de vida, e me apeguei a esses personagens de uma forma muito forte. Antoine, Albert, Janette, DJ Davis, Toni, Delmond, LaDonna... E claro, as discussões que ela incita sobre a negligência do governo, violência e corrupção policial, sistema educacional e prisional são preciosíssimas.

A metáfora do buraco no asfalto no final é a prova do quanto o texto dessa série é excelente. O buraco não foi consertado (assim como a cidade não foi), mas as pessoas o embelezaram, tornaram-no parte de New Orleans. Aprenderam a viver com ele.

Enfim, produção incrível com um elenco brilhante e música boa. Não tem como não amar. David Simon é realmente meu roteirista e showrunner favorito. Uma pena que essa série é tão pouco conhecida.

Como era de se esperar do David Simon, foi um final que não tenta florear a realidade, a fazendo inalcançável, com grandes saltos de vida em relação a como tudo começou. Mesmo personagens que conseguiram crescer um pouco mais tiveram um preço a pagar e o que mais se viu foram pequenas vitórias sendo conquistadas, fazendo parte de um progresso maior que cada um deve continuar lutando. Da mesma forma, a própria New Orleans não se arrumou da noite para o dia. O buraco continua ali no final. A violência segue marcando o cotidiano dos cidadãos. No fim, Treme é sobre uma cidade se reerguendo e seguindo em frente, um processo que leva bem mais tempo que os anos vistos aqui.

Como é reforçado pela belíssima música no final, assim como a cidade fará falta, as personagens que compuseram esse ambiente também o farão. Treme desde o começo colocou New Orleans como protagonista, mas conseguiu contar histórias para cada personagem que soam reais, identificáveis, com erros, acertos, conquistas, derrotas, dores e sofrimentos. Histórias que fazem o público se importar com estas pessoas como se as conhecessemos. E, de certa forma, é possível dizer que, de fato, as conhecemos.