Senti uma pena da Amantha nesse episódio, acostumado ver ela sempre forte, mas agora ela entrou numa fase deprê, o que foi aquela entrevista de emprego? Ela falando um pouco do seu passado e tal, e antes disso tem aquela cena dentro do carro no qual ela tá com ketchup no rosto (rs!) que basicamente representava todo um tédio por parte dela, sem saber o que fazer da sua vida. Enfim, ela foi bem deprê nesse episódio, até no fim quando ela recebe o telefonema sobre o trabalho, ela solta um riso bem contraído, eu senti isso.

Que episódio! Alternaram entre os 4 melhores personagens da série. Daniel, Amantha, Ted e Tawney. Todas cenas do episódio como sempre estavam com diálogos perfeitos. Destaque para a cena do Daniel com a família do Kerwin, aquela cena foi sensacional. Me emocionei demais. Tivemos ótimas cenas nesse episódio, Daniel conhecendo a Peggy, Amantha na entrevista de emprego.. Enfim, episódio incrível. Eu realmente não vou entender se Rectify e os atores dessa série não ganharem indicações pra prêmios importantes. Espero que reconheçam essa obra prima porque a temporada está perfeita.

Entre o menino que parte para conhecer o mundo e o homem perturbado que tenta redescobri-lo, Daniel percorre com suas dúvidas o caminho da gratidão e da boa vontade, certo de que, se há algo que mereça ser concretizado, é a visita àquela que lhe presenteou com Kerwin, o amigo que o fez se reconhecer, aquele que o faz lembrar-se de quem é: “Sou. Eu sou o Daniel”.

Donald é normal. Mas “não faz sentido contar histórias de pessoas que são perfeitas”, como diz a apaixonante Peggy. E então, Daniel retorna a si e, apesar de saber da necessidade disso, de assumir sua própria identidade, ele é constantemente empurrado para ela. Nesse caso, com o colecionador de fotos com personagens “excêntricos”. A falta de sensibilidade deste coincide com a transparência e a irritação de Daniel: “não quero ouvir sua história chata”.

Vejo Daniel em uma corda bamba quando ele tenta socializar. Veste-se de um personagem mesmo quando não troca de nome, tenta parecer “comum” e tem a constante certeza que não consegue fazê-lo, por isso aquele olhar tão incerto, tão inquieto e inseguro. Por mais bondosas e compreensivas que as pessoas sejam, elas precisam justamente do contrário e anseiam por isso, mesmo que inconscientemente.

E assim Daniel não se deixa aproximar, preferindo, por exemplo, a distância segura da conversa sobre arte. O diálogo em frente à pintura é tão denso e profundo quanto é sincera sua decepção. A vida fora da prisão, geradora de expectativas, o tem decepcionado. Então, ele decide seguir os “bons conselhos” de Peggy e banir as expectativas para lidar com a realidade.
Deixa de planejar e começa a concretizar a reforma, finalmente.

Amantha passou tanto tempo lutando pela liberdade do Daniel que nem sabe o que é ter uma vida. Tentando se adaptar. Sem amigos, sem ter o que fazer, sem propósito. Ao mesmo tempo fiquei com pena dela pq o Daniel quer viver a liberdade dele e agora ela necessita mais dele que ele dela. Agora ela não sabe o que é viver sem estar lutando pela liberdade dele e ele quer espaço, quer tentar caminhar com as próprias pernas.
Muito bonito o encontro do Daniel com a família do Kerwin.
Rectify é uma obra para poucos. Me encanto mais a cada episódio. O texto e a interpretação, o silêncio valorizado, os personagens bem construídos... é como se tudo fosse muito bem pensado, como se tudo fosse valorizado e harmonizado nos mínimos detalhes.
Sinto pena de quem não tem paciência com um bom roteiro, com bons diálogos.

Apesar de Donald representar um tipo de experiência nova que Daniel não teve na primeira temporada, o tempo em que ele mentiu conversando com a Peggy me fez lembrar do que o Hollis disse no episódio passado, sobre fingir ser algo divertido. Eu não sei se foi intenção dos roteiristas, mas fiquei pensando se a série não brincou com isso, deixando Daniel como um personagem mais dúbio. E depois tivemos a conversa do Teddy com o xerife, vemos como o xerife ainda acredita que foi ele... Reforçou essa sensação pra mim.

De qualquer forma, o episódio foi lindo. Eu sempre digo pras pessoas que Rectify é aquela série onde não acontece quase nada, porém, depois de um episódio você percebe o quanto os sentimentos dos personagens são trazidos de forma simples e delicada. Tipo o Daniel visitando a mãe de Kerwin que foi um momento bem emocional e triste também.

Já Amantha foi o plot que eu mais gostei porque é isso o que já comentaram. Ela viveu tanto a vida do irmão que acabou não criando muita coisa para ela. Não tem amigos, nem uma profissão. Quero mesmo ver ela ganhando alguma independência e se sentindo mais útil como um todo.