Essa série é diferente de todas que já vi. É algo tão sensível e profundo e faz você ficar refletindo depois.
Deve se assemelhar neste sentido a Six Feet Under, pelo que dizem sobre a série.
Enfim, ótima temporada e mal posso esperar a próxima.

Bom, não acredito que Daniel tenha estuprado Ted Jr. O Teddy tinha dito como é que você não luta antes de ser estuprado e o Daniel mostrou isso a ele. Mas ele não estuprou, se não o Teddy teria dificuldade de sentar. Se o Daniel fosse um pouco mais sarcástico, seria até uma brincadeira cínica por parte do personagem.

Também gostei do episódio porque, finalmente, o Daniel deu alguma consideração pra Amantha, coisa que não aconteceu nos últimos episódios. Pelo diálogo deles, deu a entender que Daniel matou Hannah, mas a série continua nos deixando em dúvida, ainda mais quando Kerwin disse que sabe que não foi ele.

E eu já sabia que o Daniel ia levar uma surra por causa do spoiler do sticker no GetGlue, mas mesmo assim me surpreendi como tudo foi bem feito. Pareceu bastante real mesmo. Por um minuto, pensei que o Trey estivesse envolvido.

Mas concordo com o Rodrigo. Acho que teria sido melhor ainda se a Amantha e o Jon tivessem encontrado o corpo no episódio 3 pra dar um pouco mais de dinâmica na série. É o único motivo de não ter dado 10.

Depois de assistir aos seis episódios só consigo chegar a conclusão de que Rectify foi feita para incomodar. A série é densa, difícil de digerir, o próprio Daniel é uma incógnita viva (viver não é bem a palavra, ele mais existe do que vive). A meu ver, o ponto principal da temporada foi focar no lado humano da situação, focar em como algo desse tipo é capaz de mudar, de consumir completamente uma pessoa, e tudo que toca no lado humano gera empatia. Eu particularmente sinto uma empatia enorme pelo Danny, senti um incômodo gigantesco ao acompanhar o personagem. Dó, pena, não sei explicar bem... tudo pelo que ele passou e continua passando me faz perguntar (muito por causa desse ressalto ao lado humano do personagem que trabalhado durante toda a temporada) se todas as feridas físicas e psicológicas que o marcaram nesses 19 anos de reclusão foram realmente necessárias, mesmo no caso d'ele ser culpado. Nem quero entrar no mérito da culpa, só na questão humana e nas consequências devastadoras da reclusão na vida - que agora não passa de o existir - do Daniel. E com esse intuito de incomodar Rectify se consagra como um dos melhores dramas da atualidade, retratando a vulnerabilidade e a sensibilidade de maneira sutil e crível. Que venha a segunda temporada!

Eu ainda estou inquieta, com pensamentos confusos e sentimentos à flor da pele. A cena do espancamento me rasgou por dentro. Não só pela série, até porque acredito que não seja nem metade da questão, mas também porque só consegui pensar em quantas vezes isso aconteceu e quantas acontecerá. Senti a vontade de ir lá, defender o Daniel e dar colo, independente de ser culpado ou não.
A cena da despedida me deixou aos prantos, confesso. Acredito que se eu já não achasse a pena de morte uma das coisas mais injustas possíveis, passaria a achar no momento em que a cena acabou. Não, não consigo lidar com isso.
Rectify ainda vai pra segunda temporada e me ensinou mais do que eu acharia possível. Conseguiu arrancar de mim sentimentos desconhecidos e me fez explorar um lado crítico que talvez tenha demorado pra aflorar. Pode parecer piegas, mas essa série me deixa assim. Incrível!

Não creio que o Daniel seja um assassino, talvez um jovem que cometeu graves erros, que ele é um tabu dentro de sua comunidade isso é uma certeza! Mesmo com o Ed falando sempre que muitas pessoas tinham certeza da culpa dele, mesmo com a perseguição da familia, do ataque brutal e cruel, vejo que o que incomoda a sociedade a volta dele, e também sua familia, não é o assassinato em si, mas o modo como o personagem se moldou em torno dessa fatalidade! Ele não é um assassino frio e cruel, mas está longe de ter uma alma quieta e limpa, alguma coisa que atormenta ele, talvez a culpa de não ter certeza do que aconteceu na noite do assassinato, talvez a certeza de que poderia ter evitado se não tivesse sido imprudente... e jovem...
É fácil aceitar um assassino frio, que não sente empatia pela vitima, díficil, e quase intragavel, é enxergar no assassino um humano errante, arrependido, cheio de marcas, mas também sabedoria! Nada é chocante nessa série, nem a cena que Daniel é espancado (que não por acaso me lembrou muito da atual situação da segurança publica, onde o povo se revolta contra o mal, e resolve se vingar de "bandidos") me chocou, a história de encomoda, te coloca numa posição dificil, a cada cena, a cada fala nos pegamos analisando Daniel, querendo dar o veredito, querendo que em nossas cabeças a justiça seja feita, mas no fundo sabemos que não é tudo preto e branco, independe do grau de culpa do personagem, o ponto não é esse...