As queixas de Mared são bem legítimas, apesar dela reconhecer o talento quase natural de Mathias para as investigações. Ele enfrenta seus conflitos pessoais, mas o caso estava nas mãos dela e enquanto ele esteve afastado, ela assumiu o trabalho pela dupla. Agora ele volta e é promovido pelo chefe de polícia que tem algo a esconder (e eu fico cada vez mais curiosa sobre isso).

Essa dor que Mari demonstrava enquanto decidia entre se livrar de todo aquele sofrimento ou preservar uma vida de traumas e tristeza, traduz bem o sentimento que não fica tão evidente em Mathias porque ele quer fazer parecer que a angústia vai esmaecendo com o passar dos dias, numa tentativa de salvar Mari do suicídio. Mesmo assim, desde o piloto e sua auto-condenação à solidão, sabemos que a dor de Mathias é constante, presente como uma sombra que insiste em permanecer mesmo com vislumbres de alívio, como foi o breve e fatal caso com Gwen, pela morte que também guarda culpa.

Foi bom finalmente sabermos a história que o fere. E a impressão que fica é de seu desejo contido, como uma lembrança cruel, de que conjecturou se atirar num abismo como aquele depois da morte da filha.

No mais, Hinterland rende bons casos, mas eles começam a se repetir, para além do modo de operação de Mathias como investigador, com o qual eu simpatizo muito, com a atenção aos detalhes e esse tino que o diferencia. Ainda tô esperando mais.

Eu adoro ver o desenvolvimento do Mathias, ele com toda certeza é um investigador muito interessante e peculiar. Você sente vontade de entender melhor sua história, e pelo visto estamos próximos de descobrir mais do seu passado, tendo em vista que a mulher ou ex-mulher apareceu.

Achei o diálogo dele com a mãe que matou o filho muito belo, os atores são muito bons, você consegue sentir o drama e a dor dos personagens.