Fargo: Um Show Sério.

No final da década de 1920, Heisenberg formulou o chamado princípio da incerteza. De acordo com esse princípio, não podemos determinar com precisão de forma simultânea a posição e o momento de uma partícula. Sobre os sensores não funcionarem com Gloria, nada mais coerente do que uma teoria quântica para explicar os ocorridos. A personagem teve um tema de dualidade. Ennis era seu pai e não, é divorciada e não, é chefe e não. Em termos quânticos, ela está em uma superposição de muitos estados. Isso está vinculado com alguma tecnologia incapaz de detectá-la. A mensagem é que, porque ela está em uma superposição de vários estados, sua "posição" exata não pode ser determinada com precisão, e assim coisas como sensores de banheiro e portas não funcionarem.

O filme "Um Homem Sério" (2009) dos Irmãos Coen abre as portas com uma cena representando uma parábola de cunho judaica para apresentar o tema principal do filme, não é mera coincidência que, em primeiro momento, pareça desconexa de todo o resto, sendo muito semelhante à forma como a terceira temporada de Fargo começou. O motivo pelo qual começo falando desse filme? Sabemos que a série não evoca apenas Fargo de 1996, ela traz à tona toda a filmografia dos Irmãos Coen, a diferença é que dessa vez temos um filme estabelecendo as maiores referências possíveis para toda uma temporada. Por exemplo, o personagem que ataca a Nikki e o Mr. Wrench na floresta do oitavo episódio se chama "Golem", que é um ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo. Os temas estão essencialmente ligados, nada foi colocado gratuitamente, todo detalhe foi primorosamente pensado.

Um Homem Sério conta a história de um cara que acredita ser um homem bom, direito e sempre fazer o certo. Pasmem: não estou falando de Emmit Stussy. O nome dele é Larry Gopnik (interpretado pelo mesmo ator que interpreta o Sy, esse nome também é uma referência a um certo personagem do filme), um professor de física que ministra aulas sobre questões como o "Gato de Schrödinger" ou O Princípio da Incerteza de Heisenberg. A série também rima ao trazer a câmera saindo de um microfone, pois no longa, vemos a câmera sair de um fone de ouvido que toca a música Somebody To Love de Jefferson Airplane - música que será o título do episódio final da terceira temporada.

Com isso, vemos todas essas questões eclodirem no nono episódio, intitulado "Aporia". Aporia é como o "ser ou não ser", um solilóquio em Hamlet. Na Filosofia, Aporia é um enigma ou um impasse aparentemente insolúvel num inquérito, muitas vezes decorrente de premissas igualmente plausíveis e inconsistentes. Também denota o estado de perplexidade por uma perda num enigma ou impasse. É a primeira vez que vemos V.M. Varga perder, o "vilão perfeitamente invisível" agora é visível para Gloria, que também deixou de ser invisível. É o fim da dualidade, a caixa foi aberta, o gato de Schrödinger se foi.

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Cena da Nikki enfrentando o Varga foi uma das melhores da temporada. Amei e essa parceria com o Mr. Wrench foi um grande acerto. Porém tenho medo, o Varga é um louco psicótico, está nitidamente com ódio e é capaz de tudo. Ela pode sair perdendo MUITO nessa guerra contra ele. Veremos...

MANO A BOCA DESSE HOMEM É MUITO NOJENTA E AINDA DÃO UNS CLOSE NELE MASTIGANDO PQP

"What if you're right
and they're wrong?"

repassem até chegar na Gloria!

foi tao bonita a cena da gloria conversando com a outra policial