Dois Irmãos by Diego Cardoso

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Dois Irmãos By Diego Cardoso

Episodio 1x1 - Nota 8.5 2017-01-10 20:41:21

Começou bem. A adaptação parece estar seguindo, na medida do possível, o original de Milton Hatoum, com poucas diferenças (cortes, na verdade) e alguns acréscimos.

Me incomodou apenas o fato desse primeiro episódio ter tido dois narradores: o Halim (Antônio Fagundes) e o narrador do livro, que, por algum motivo, o roteirista optou por não revelar a identidade, apesar de sabermos de quem se trata e qual sua ligação com a família desde o início do livro. Entretanto, a narrativa apresentada de forma não linear, segue os passos do original.

A fotografia ficou espetacular, assim como a direção de arte. O elenco, de um modo geral, entrega boas atuações, com algumas ressalvas para os menos experientes, como a atriz que viveu a Zana mais jovem.

Uma coisa que deve ter passado despercebida pela maioria, mas que me chamou muito a atenção foi uma singela homenagem prestada na cena em que o jovem Halim chega à pensão, onde ouve-se ao fundo tocando o primeiro samba registrado no Brasil, "Pelo Telephone", composição de Donga, na voz de Baiano, que marca o centenário do Samba, celebrado em novembro de 2016.

Que venham os próximos capítulos!

Episodio 1x3 - Nota 8 2017-01-12 00:06:24

Alerson, a cena na minissérie realmente pareceu mal colocada, O motivo disso é que para a tv, escolheram organizar os acontecimentos do livro de forma cronológica, proporcionando uma narrativa mais linear e melhor assimilação pelo espectador.

A forma como a colocaram na minissérie, sem a devida ênfase que o livro a justifica, realmente pareceu uma peça solta. Uma pena, pois foi uma episódio bem interessante no livro, mas mal aproveitado na adaptação.

Episodio 1x3 - Nota 8 2017-01-12 00:43:37

É somente eu ou mais alguém se sente incomodado com a atuação exagerada e caricata do Matheus Abreu no papel de Omar? Eu entendo que ele precisa dar vida à dois personagens com personalidades distintas, mas é necessária tanta ênfase no papel do caçula?

Acho a atuação dele como Omar tão ou mais irritante do que o personagem em si, pelo qual já venho nutrindo antipatia desde sua versão literária.

No mais, a minissérie, enquanto adaptação, opta por colocar os episódios do livro de forma cronológica, para produzir uma narrativa mais linear. De certa forma isso ficou bom, mas no capítulo de hoje notei que esta opção pode também deixar lacunas estranhas, como foi a colocação da cena da briga de Halim e Azaz ainda no começo da produção. Faltou certa ênfase ao caráter de Halim para justificar a cena.

Além disso, achei a cena em que Omar agride o professor mal aproveitada. Os acréscimos que vieram a seguir ganharam mais destaque do que a ação em si.

Episodio 1x4 - Nota 9 2017-01-13 01:17:43

Ufa, finalmente nos livramos aqui daquela coisa caricada, irritante e amadora que era a atuação de Matheus Abreu no papel de Omar! Agora ele já pode sentar na frente da TV e aprender com o Cauã Raymond, um ator bem mais experiente, como se vive dois personagens diferentes na mesma trama sem exagerar no tom.

Nem posso culpar muito o ator, afinal quem é responsável por orientar o elenco para adequar as atuações a serem empregados em cena é o diretor. Mas parece que nessa produção, o "Padrão Globo de Qualidade" foi empregado apenas na parte técnica e em parte do elenco principal, pq nas atuações... nossa!

E pensar que não há muito tempo critiquei a evidente falta de talento que impera no elenco da série 3%, sem imaginar que veria algo não muito distante disso numa produção da Rede Globo.

Eu entendo a ânsia de Luiz Fernando Carvalho em escalar um elenco que empregasse fidelidade à trama, colocando inclusive indígenas de verdade para desempenhar papéis a eles relacionados. Mas será que ele não percebeu que esses pretensos atores estavam desempenhando seus papéis de forma ridiculamente mal interpretada? Deus, pra que deram falas para a atriz que viveu a Mulher Prateada, se ela não tinha capacidade de repetí-las sem parecer a mulher do Google? Já não bastava a tortura diária que era acompanhar o Matheus como Omar? (pq como Yakub ele deu conta do recado) E o filho da Domingas (Ryan Soares)? É um excelente ator, quando não abre a boca! Quando o faz, Jesus, que desastre!! Por que o Luiz Fernando Carvalho não teve o mesmo cuidado de escolher atores capacitados, como teve ao selecionar Zahy Guajajara (Domingas - fase 2), que mesmo não sendo lá aquela grande coisa como atriz, conseguiu dar conta do papel sem parecer atriz de teatro juvenil amador!

Tirando os inúmeros momentos de vergonha alheia, proporcionados pela parte amadora do elenco, a minissérie continua desenvolvendo de forma bem fiel a trama criada por Milton Hatoum. Há, claro, um ou outro acréscimo e e uma ou outra supressão em relação ao original, mas é natural considerando que é uma adaptação.

Que essa terceira fase seja marcada por atuações menos amadoras e mais profissionais!

Episodio 1x7 - Nota 7 2017-01-18 04:32:02

Quando vi o trailer do capítulo, já tinha percebido a cagada que o Luis Fernando Carvalho iria fazer nessa fase da minissérie. Ainda tinha esperanças de que eu pudesse estar errado, mas infelizmente, não estava.

O que diabos o Luis Fernando Carvalho tinha na cabeça na hora de escalar o Irandhir Santos para viver o Nael na terceira fase da minissérie? O personagem, que deveria agora ter 18 anos (segundo a versão literária) agora cresceu e, magicamente, envelheceu mais do que os seus supostos pais! Cauã Raymond tem 36 anos e Irandhir Santos, 38. Irandhir, visualmente, tem uma aparência mais envelhecida que o Cauã, uma diferença gritante! Luis Fernando realmente achou que deixar um barbado e o outro com roupa social e penteado sério fariam com que o Cauã se parecesse mais velho que o Irandhir em cena?

Se a minissérie acerta na hora de adaptar quase que integralmente o livro, erra (e muito) na escalação de elenco, com atores entregando atuações que beiram o amadorismo, e, agora, mais velhos do que deveriam ser!

Ao menos ele não teve a cara de pau de incluir na narrativa da TV que o Nael tem 18 anos, pois seria abusar demais da inteligência do espectador.

Episodio 1x7 - Nota 7 2017-01-18 04:35:56

Esse é um ponto interessante do livro: os personagens são humanos, realistas. Não há mocinhos e nem vilões, pois todos desempenham papéis de vítimas e carrascos, simultaneamente. Se ainda restasse alguma dúvida sobre o caráter dúbio do Yahulb, isso se desfaz nos capítulos finais, como vc deve ter notado.

Episodio 1x9 - Nota 9 2017-01-20 00:10:16

Capítulo espetacular. Cauã Reymond conseguiu canalizar com perfeição a reação doentia de Omar diante do pai morto. Uma atuação sem exageros e bem próxima da versão literária.

Os pontos negativos desse capítulo foram erros técnicos. O primeiro, na cenografia, que escolheu ornamentos natalinos contemporâneos que gritavam no cenário de época. O pior te todos foi aquele "Feliz Natal", que tenho um igualzinho em casa, comprado em 2012. E mais alguém notou o erro de continuidade na cena da morte de Halim? Os óculos dele caem no chão quando Zana toca no corpo do marido, mas na sequência podemos ver os óculos sendo jogados para trás da cabeça de Halim no meio do desespero de Zana.

Pelo visto, na adaptação, optaram por deixar para o último capítulo toda a ação que leva ao final amargo da trama. Amanhã o bicho vai pegar, haha.

Episodio 1x9 - Nota 9 2017-01-20 00:12:59

Dheimison, eu tive uma visão diferente sobre a paternidade do Nael. Aquela revelação da Domingas, nos últimos capítulos, pra mim revela quem é o pai. A cena em si já foi exibida na minissérie e acho que deve ser relembrada no último capítulo. A revelação pode não ser explícita, mas pra mim, não restaram dúvidas sobre quem é.

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Diego Cardoso