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Dark By Lola.





Episodio 1x1 - Nota 8.5 2017-12-02 12:35:31

Gostei desse piloto, fiquei intrigada. Muito feelings de Les Revenants, não pela história, mas pelo clima da série. O que me deixou mais curiosa é como vão fazer o link com a questão do tempo >> "a diferença entre passado, presente e futuro, não passa de uma ilusão".

Episodio 1x5 - Nota 9.5 2017-12-06 01:15:51

Adorei a teoria do eterno retorno de Nietzsche que a Charlotte disse para o Ulrich. Esse episódio foi o melhor pra mim até agora. Não sei se tem alguma coisa a ver, mas acho curioso o ciclo de 33 anos, sempre estão fazendo referência a isso, e me lembrei que é exatamente a idade de Cristo quando foi crucificado segundo a bíblia. O fato de somente meninos desaparecerem também me chama atenção.

pausa momento google:
Nietzsche defendia que a vida está presa na dinâmica eterna de repetição dos acontecimentos, ele procurava dar uma explicação cosmológica para o que está entre a vontade humana e o curso circular do mundo, se sustentando em 2 princípios: a finitude das forças e a eternidade do tempo. Essa tese que o Nietzsche defendeu durante muito tempo se opõe totalmente à concepção cristã, que defende que a morte de Deus faria o mundo perder sua transcendência, o que segundo a teoria do eterno retorno não impediria a humanidade de vir - a - ser, ou seja, de retornar. E olhem só: o ponto de partida dessa tese de Nietzsche é justamente a morte de Deus, o acontecimento que levaria o homem moderno, influenciado pelos conceitos cristãos, a achar que o mundo não teria mais "origem" e nem "fim" no Ser, ficaria perdido tanto no seu significado de começo quanto de sentido final. O mundo não tendo mais origem e nem fim, abriria possibilidade de uma circularidade eterna - o eterno retorno. Achei interessante.

Episodio 1x8 - Nota 9.5 2017-12-07 16:11:59

Imagine você se ver frente a frente com seus avós, seus pais ainda crianças, o próprio Jonas vendo o pai e a mãe se conhecendo ainda pirralhos, e agora o Ulrich, e daí você tenta processar que sua mãe se tornou amante do próprio sogro, que olha só, é seu avô...e pra fechar a tampa do balaio, você entende que conviveu com seu pai versão criança - Mikkel e versão adulta - Michael, num mesmo espaço temporal (?) ...mindblowing total! Uma coisa assim é de explodir a mente, foge completamente de qualquer racionalidade. Fiquei fascinada por todo aquele diálogo sobre o Tempo entre o homem do futuro e o escritor.

Episodio 2x3 - Nota 9.5 2019-06-22 16:00:10

Que personagem sensacional é a Claudia! A cena que ela vê a Regina no futuro doente é de cortar o coração, mas a cena do Egon conversando com ela ainda criança e ela repetindo as mesmas palavras que a versão dela do futuro voltaria pra dizer a ele é de arrepiar, genial demais! Não imaginava a Agnes sendo irmã do Noah, e a ligação com a Charlotte promete. Já foi mostrado que a Charlotte é neta do Tannhaus, o escritor do livro e o cara que conserta os relógios. Na primeira temporada, o Noah dá a Elizabeth, filha da Charlotte, um relógio de bolso. Haveria alguma ligação entre Tannhaus e o Noah? Porque o Noah daria um relógio pra filha da Charlotte? Ele seria o pai dela e a Claudia de algum jeito impediu essa relação?

Na primeira temporada, tem um episódio que um cara aparece correndo pelos bosques, ele parece estar fugindo de um helicóptero, o nome dele é Boris Niewald, o ano é 1986. Ele vê Ulrich e Katarina ameaçando Regina por acharem que ela tinha acusado o Ulrich de estupro para o avô - Egon Tiedemann, quando na verdade a gente viu que foi a Hannah. Esse carinha, o Boris, meio que espanta Ulrich e Katarina com a arma e se apresenta a Regina como Aleksander. Ele age como se já conhecesse ela. Só que Hannah vê que ele enterra um saco plástico com um passaporte no chão com o nome de Boris Niewald. Não se sabe porque ele mentiu sobre seu nome verdadeiro, e ele acaba sendo chantageado pela Hannah que em troca pede a Boris que destrua Ulrich. Há uma teoria que diz que Niewald é uma junção dos nomes Nielsen e Kahwald, e de que ele seria outro viajante do tempo - futuro, filho de Jonas Kahwald e Martha Nielsen. Por isso, ele ter conhecido Regina não foi por acaso, lembrando que ele e Regina são pais de Bartosz, que viria a ser aliciado pelo Noah. Essa cena do Boris correndo em 1986 é seguida da cena onde o Ulrich é preso pelo Egon em 1953, no mesmo instante que o Helge criança abre os olhos depois do ataque do Ulrich, a gente vê que ele não morreu, a máquina do tempo é mostrada meio que entrando em funcionamento, logo em seguida, vemos Claudia na caverna encontrando sua cachorrinha. Tudo indica que nesse momento acontece algum lapso temporal.

Sabemos que Claudia contratou Boris Niewald pra soldar uma porta capaz de trancar a passagem nas cavernas de Winden em 1986. Trinta e três anos depois, em 2019, Ulrich encontra a mesma porta enquanto procurava por Mikkel. Lembrando que o Tronte, pai do Ulrich, tinha um caso com a Claudia. Na primeira temporada, tem uma cena que a Claudia leva o Bernd Doppler, fundador da usina pra floresta e lá ele entrega uma chave a ela, antes ele diz: "o que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um oceano". Bernd é pai de Peter, que é casado com Charlotte.

No piloto da série, lá na primeira temporada, a caixa que a enfermeira Inês guarda a carta que o Michael/Mikkel escreve e pede pra não ser lida antes do 4 de novembro, é cheia de símbolos que fazem referência a várias religiões ou seitas:
- estrela de Davi envolta por um círculo - muitos consideram um símbolo relacionado à feitiçaria. Lembrando que a estrela de Davi fora do circulo é símbolo da religião judaica.
- símbolo hippie da paz, também conhecido como a Cruz de Nero, porque foi usada pelo imperador romano para afrontar os cristãos, enforcados de cabeça pra baixo - considerado como símbolo do anticristo;
- o yin/yang da religião taoista - a dualidade das forças opostas que existem no universo;
- o símbolo que aparece no livro que o Noah sempre carrega com 3 círculos entrelaçados e que pra muitas religiões seria uma referência ao 666, o número da besta, e a série fala num "diabo branco";
- o símbolo da lua e estrela - poder de transportar através do cosmos;
- o símbolo do pentagrama - ligado ao ocultismo;
- o símbolo hindu Om ou Aum, que também está presente no budismo, representa um trimurti - o número 3 aparece bem evidente, e são as 3 divindades hindus: Brahma - criador do universo, Vishnu - reformador do universo e Shiva - destruidor do universo;
- quando Egon em 1986 (season 1) vai falar com um dono de pasto e encontra 33 ovelhas mortas no terreno dele, o cara vira pra ele e diz: "olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo", citação bíblica de Marcos 13:33. Lembrando que o livro de Marcos na bíblia está no Novo Testamento, os chamados Evangelhos, e que segundo as religiões cristãs fazem parte do tempo da graça, quando Deus envia seu filho, Jesus, para o meio dos homens. Jesus seria conhecido por ser um pastor de ovelhas e ele seria crucificado com 33 anos.

Fico impressionada com essa riqueza de detalhes da série.

Episodio 2x7 - Nota 9 2019-06-25 22:24:16

Claudia causando a morte do próprio pai e no episódio passado o Jonas achando que estava sendo enviado pra impedir o suicídio do pai dele, quando na verdade ele era o causador, com o twist de ter levado o Mikkel/Michael de volta pra caverna é uma puta subversão de expectativas construída de forma sensacional. Não é só uma questão de "efeito borboleta", a série traz uma base filosófica usando como premissa os sentimentos mais primários do ser humano e que não por acaso são atemporais: perda, dor, morte, vida, amor, desejo, vingança, tudo o que norteia as escolhas que a gente faz e depois chama de destino?

Episodio 2x8 - Nota 9.5 2019-06-26 10:52:35

A possibilidade de novos mundos expande demais o contexto da série, que já constrói de forma genial o diálogo entre física - filosofia. Esse final com a Martha de outro mundo explodiu minha mente, ao mesmo tempo que acho incrível, porque não faço ideia de como os roteiristas vão lidar com múltiplos universos, tenho receio de que isso abra um precedente pra um deus ex-machina na última temporada. Fiquei chocada com a Charlotte ser filha da Elizabeth, sua própria filha que na verdade é sua mãe? Isso quer dizer que o Noah é pai de Charlotte e ao mesmo tempo avô e marido da Elizabeth, e Charlotte, sua filha é também sua sogra? Que mindblowing! hahaha No mais, achei a temporada excelente.

Curioso que na primeira temporada era: "a pergunta não é como, é quando" e agora na segunda é: "a pergunta não é de que tempo, é de que mundo". Na primeira temporada, uma fenda temporal também se abriu para Helge (criança) e Jonas no quarto onde Noah mantinha as crianças antes de matá-las, e que viria a se tornar o bunker. Mesma coisa agora com a Charlotte e a Elizabeth.

Episodio 3x1 - Nota 9 2020-06-27 15:01:04

Se a gente parar pra pensar que a noção de tempo que a gente tem, eu diria que cientificamente, se baseia no movimento de rotação da Terra, que gira sobre o próprio eixo, e que a partir disso, temos a noção de dias, semanas, meses e anos, é surreal pensar que é basicamente um processo de repetição. Se a gente caminha pra frente, pra viver o que chamamos de "futuro", porque o que vivemos agora é o que chamamos de "presente" sendo que o presente do hoje será o passado de amanhã, como podemos mensurar isso? Quanto tempo dura o agora? O que está no presente poderia estar na verdade no passado? O nosso agora poderia ser o passado ou o futuro de outra pessoa? O piloto da série lá atrás, abre com uma frase do Einstein "a diferença entre passado, presente e futuro é somente uma persistente ilusão". Einstein acreditava na relatividade do tempo, o passado, presente e futuro existem e acontecem no mesmo tempo sob perspectivas diferentes. Que é exatamente o que acontece nesse episódio. A série faz um trabalho incrível com os detalhes, até a tipografia das datas estão invertidas, todo o quarto do Jonas estava invertido, a posição da cama, a forma como a Martha acorda, senta, os gestos iguais aos dele no piloto, o fato de chegar na cozinha, abrir a geladeira, pegar algo e cheirar, a posição da escada, as frases, os diálogos entre os personagens são as mesmas do piloto, só que ditas em outros momentos, eu diria que com leves "desvios" de trajetória >> espaço. É o eterno retorno de Nietzsche que a Charlotte explicou para o Ulrich na primeira temporada, a dinâmica eterna de repetição dos acontecimentos, o fim é o começo e o começo é o fim.

Episodio 3x8 - Nota 10 2020-06-29 11:53:38

Série fantástica! Mesmo que uma coisa ou outra não tenha sido melhor explicada, esse final pra mim foi poético e fechou a história de forma muito competente e lindamente. Há muito tempo que uma série não dava um nó na minha cabeça, e que um roteiro não se mostrava tão interessante. A conversa entre simbolismos religiosos, filosofia, física, mitologia grega, amarrada aos conceitos de livre-arbítrio, vontade humana, desejo, amor, a densidade de significados disso que a série traz é brilhante. Fora o cuidado da produção com os detalhes, os atores escolhidos para as diferentes versões entre os tempos e mundos, todos incrivelmente parecidos, o que tornou a experiência mais crível ainda. Lindo uma história chegar ao seu ato final à altura do que ela se propôs desde o início. E fazer isso com coerência, organicamente dentro do roteiro, respeitando como a própria história se construiu e caminhou pra chegar ali.

Já de olho no novo projeto do Baran Bo Odar e da Jantje Friese, 1899!


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Lola.

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