Escrito por: Pedro Rubens
Atualmente, talvez, as áreas da Marvel que mais sejam comentadas nas rodas de amigos são as produções para o cinema, as HQ’s e as recentes séries. Mas há um espaço muito significativo para as animações, e se você foi uma criança que pegou o final da década de 90 e início dos anos 2000 vai lembrar de ótimas produções da Casa das Ideias.
Hit-Monkey, nova série animada e atualmente disponível no Star+, segue a jornada de um macaco da neve assassino. Pode parecer estranho de início, mas tudo isso acontece após seu bando resgatar Bryce, um humano, também assassino, que estava ferido e perdido no meio do nada.
A partir desse contato, ambos se conectam e eis que surge o Hit-Monkey, um macaco tão badass que me faz acreditar que seja a inspiração para aqueles gifs que usamos no Telegram.
O traço da animação não traz nada de novo, com certeza você já vai ter visto algo parecido por aí. Não falo isso como uma crítica negativa, pelo contrário, nesse caso específico prefiro um traço já conhecido e que não soe estranho como aconteceu com What-If…?, também da Marvel.
Por outro lado, o roteiro é incisivo na hora de contar a história que, por mais estranha que seja, é convincente e introduz muito bem a ideia do que aparentemente virá no restante da temporada. O roteiro inclusive é muito bem escrito e sabe permear a linha tênue entre a comédia e o drama tal qual um macaco sabe pular de galho em galho (desculpa gente, foi mais forte do que eu!).
Mas esse entrelaçado que vai do riso à reflexão filosófica é assinado pela enorme coragem de fazer uma animação que abraça a violência, joga sangue pra todo lado e não tem medo de ser uma série sobre um babuíno assassino. Pelo contrário, utiliza-se disso como força motriz para desenvolver o arco principal.
Mas o que mais me deixou atento em Hit-Monkey é o investimento da Marvel em uma história que pouquíssimas pessoas conhecem. Até sair o primeiro trailer eu não tinha ouvido falar em lugar nenhum sobre ela, nem tampouco se tem alguma ligação com os heróis já conhecidos do grande público.
Só depois de assistir ao piloto fui pesquisar e descobri que o personagem já apareceu em um arco do Deadpool e de antemão já comecei a me questionar se essa não poderia ser uma prévia de um possível crossover no terceiro filme do Mercenário Tagarela. Se isso acontecer, com certeza estarei feliz na platéia aplaudindo!
Hit-Monkey chega de mansinho, contrastando com as ações do protagonista, mas dando voz a histórias desconhecidas e provando que por muitas vezes valorizamos demais algo que não tem nada de novo, é apenas mais do mesmo. Enquanto, para além daquilo que é considerado “canônico”, ainda tem muita história boa esperando para ser degustada. Peço licença para um último trocadilho, mas...
Hit-Monkey é hit!
Nota: 8.0