- EXCELENTE ESPECIAL! Bem preparatório e temático para a série!!
Começou com uma narração maravilhosa, edita com cenas recheadas de referências e a definição de bruxa nos esteriótipos
Então já começou a contar de fato o que é, toda a história... Sempre foi algo em torno de contra o patriarcado e a sociedade falsamente perfeita!
Fizeram muito bem entrevistando bruxas reais atuais!
Os rituais, os símbolos como o pentagrama, as ligações com o paganismo, já que tem suas deusas, logo trouxe perseguição quando a igreja tomou poder.... Também sempre houve uma forte ligação com a medicina e ciência, principalmente a reprodutiva e feminina! Mas não tardou em com mulheres tendo o mínimo de poder ou destaque, as perseguições começassem para abafar e podar, o principal causador foi a impressão do maldito Malleus Maleficarum ou Witches Hammer, que criou toda a conexão e iniciação na demonologia...
Daí tivemos os julgamentos de Salem na américa, como mal retratados no filme The Crucible altamente sexualizado, e ainda pior antes na Europa com as Caça-às-bruxas, onde principalmente mulheres de todos os jeitos foram queimadas, sem ter a menor chance de como provar a própria inocência, o que foi alimentado pela maluquice do King James...
Também tem a questão racial com o Voodoo do Haiti, que trouxe ao imaginário coletivo coisas como os Zumbi a boneca hoodoo, mas que a desgraçada Hollywood como sempre erra terrivelmente retratando... Mas tem a figura de Marie Laveau, a maior de todas, de New Orleans, que foi eternizada em música
Outro aspecto definitivamente fortíssimo é o da Magia! Seja em Tarô, velas, caldeirões, ervas ou animais, tudo é sobre a conexão com a espiritualidade, e o aflorar do poder feminino com sua ancestralidade! De mulheres que sempre foram marginalizadas, agindo nas sombras, cuidando umas das outras, repassando conhecimentos
Também temos as figuras de Margaret Murray, que escreveu sobre o relato de Isobel Gowdie e isso foi adotado por Gerald Gardner para a fundação não verdadeiramente feminista da Wicca em 1951 na Inglaterra, daí surgiu os feriados como o Halloween, também o grande mago Aleister Crowley que era venerado por famosos músicos e a fundação e disseminação do conceito de Coven!
Esses conceitos sobreviveram e foram reavivados com a Revolução nos EUA em 1960! Quando por exemplo a palavra virou a sigla W.I.T.C.H. para Women's International Terrorist Conspiracy from Hell!! Mulheres se apoderando de conceitos ofensivos, os ressignificando, tornando a Wicca enfim feminista com Zsuzanna Budapest e mudança do sistema para servir mulheres e incluir minorias com a Margot Adler!!
Também teve uma breve citação a outro símbolo, o das Vassouras, que tem como explicação masculina o de dildos alucinógenos e por isso acabou sendo disseminado (senti um pouco de falta de mais alguns, varinhas, chapéus?...)
Adore a retomada final da narração!! Realmente casadas de serem "defined and defamed", cada vez mais o conceito se populariza e ganha força, com obras como The Craft, Charmed, Harry Potter... Agora com a internet e até o WitchTok, pessoas podem se conectar, não se sentirem mais isoladas, compartilharem, além da que pode ser mais discutida, mas inevitável personalização. Enfim ao menos uma música, uma cantiga meio folk nesse final!
EXCELENTE PESQUISA, UMA AULA ESSE DOCUMENTÁRIO!!