Mas olha, fiquei verdadeiramente chocado com esse final. Nunca na vida esperei esses desfechos para alguns dos personagens!

Tomei um susto DAQUELES quando Russ surgiu quase que do nada, e assassinou a sangue frio o Carter. Sério, eu realmente não vi isso acontecer. Daí ele sentou na calçada, o policial se aproximou pedindo pra ele largar a arma, mas ele não se mexeu, e eu pensei: só falta a polícia matá-lo porque não obedeceu.

E não é que fizeram isso mesmo? Outro choque quando já mostraram a Barb indo reconhecer o corpo dele. Nossa, fiquei com pena ao mesmo tempo. Por ele e pela Barb também.

Felicity Huffman deu um show de interpretação nessa série, como sempre faz. Esse episódio final me deixou arrepiado com as divinas expressões e reações dela. A cena final, quando se senta em meio ao estacionamento, chocada com os últimos eventos trágicos que sofreu na vida. Espero que ela não seja ignorada nas grandes premiações. Tava excepcional! Quanto o final da Barb, espero que ela tenha decidido ficar com Mark, tenha aprendido a conviver com Richelle... Porque se não, realmente ficará sozinha. Ela perdeu tudo.

Quando Aubry surgiu na sala de cirurgia onde estava o corpo do Carter, já deu pra imaginar que fosse uma ilusão, que se confirmou quando ele magicamente começou a respirar. Mas aí cortam pro estado atual dela e fiquei boquiaberto mais uma vez. Horrível ela ter cometido suicídio...

Quanto ao Hector, gostei DEMAIS da cena final dele, da conversa que teve com o empregador. Gostei da honestidade. E a felicidade por ter conseguido o emprego... Por isso acho que todo mundo merece uma segunda chance. As pessoas realmente mudam.

Enfim, American Crime começou tímida, mas acabou tornando-se uma das melhores séries de 2015. Texto afiado e uma direção caprichada. Tudo condizente com a realidade. Não poderia estar mais satisfeito com a renovação, pois o potencial é gigantesco. Que venha a season 2!

QUE SÉRIE INCRÍVEL! Do começo ao fim American Crime me prendeu com todas as histórias, personagens, cada dialogo tão bem trabalhado, atores sensacionais, tudo nessa série foi tão bem feito e trabalhado que não tenho palavras. O que o Russ fez eu fiquei CHOCADA! E a cena da Barb com o filho e a noiva foi de me arrepiar, achei cada cena onde mostra o perdão emocionante, e o final do Cater e Aubry foi louco mas eu acho que foi o certo, tudo que aconteceu nessa série foi certo, não teve erro algum! Hector merecia TUDO, amei que a cena final foi dele, que esse episodio foi realmente sobre perdão, e o mais importante é se perdoar. AMEI.

Aquele abraço da mãe da Albry com a irmã do namorado dela resume a temporada...

Em qualquer núcleo da série há sofrimento e tragédia familiar ...
E não há lado certo quando há luto em ambos.

Só tenho uma coisa a dizer pra quem largou a série: dó ré mi fá só la[mento] !!!
Mds que finale digna ! Mecheu com os meus feelings

Quem assistiu o filme Taxi Driver (CUIDADO, terá SPOILERS do filme neste meu comentário), de Martin Scorsese, um dos filmes mais bem-avaliados em toda a história do cinema, talvez tenha notado uma semelhança entre seu protagonista Travis, com o Russ Skokie. Talvez o Ridley até tenha se inspirado no filme na hora de criar o Russ. Mesmo por diferentes causas, ambos os personagens são solitários e ao mesmo tempo inquietos. Sempre tentam obter sucesso na vida pessoal, mas não conseguem. Ambos também possuem repulsa com a situação social de suas respectivas épocas, sempre com vontade de ver a justiça sendo feita - e antes que eu me esqueça, ambos também são um pouco racistas. E curiosamente, até o final deles foi parecido. Ambos desistiram de viver, e embarcaram para uma última missão: fazer justiça com suas próprias mãos (mesmo que a justiça do Russ tenha sido uma injustiça). Eles cumpriram seus objetivos e acabaram mortos. É uma semelhança curiosa, podendo até soar como um plágio, mas não foi. O Russ foi o personagem melhor desenvolvido durante estes onze episódios de American Crime. A semelhança foi um mero "guia" para o destino do personagem. Por momentos, deu até para considerar a hipótese de ele dar a volta por cima. E isto realmente foi possível por um breve período. Porém não aconteceu.

Sobre a cena da Barb identificando o corpo do Russ, foi uma referência claríssima à cena do piloto, na qual o Russ precisa identificar o corpo do Matt. Simbólico - e muito interessante. Servindo como outra prova do quão o roteiro da série foi bem desenvolvido.

A história de Carter e Aubry foi a que menos gostei durante a série. Porém, percebi a intenção de mostrar como um amor improvável, entre duas pessoas danificadas emocionalmente, não resiste à pressão da sociedade. E ao meu ver, foi o núcleo com o melhor desfecho. O Carter era inocente, mas por pura falta de divulgação de informações precisas (e um pouco de preconceito), ele acabou assassinado pelo Russ, pouco após ter sido solto, o que é uma grande ironia. A desolada Aubry, corta seus próprios pulsos, num suicídio bem-executado, numa cena igualmente bem-executada e emotiva, na qual vimos sua última alucinação antes de apagar: o Carter sobrevivendo ao atentado contra sua vida.

Para não dizer que a intenção da série foi retratar a sociedade atual de forma exclusivamente pessimista, vimos o final feliz do Hector e da família Gutierrez, outro ponto positivo deste episódio final, em contraste com os finais tristes dos outros dois núcleos. E honestamente, fiquei muito feliz também com a evolução dos personagens em questão. Eles mudaram, e para melhor. Um exemplo de como superaram as dificuldades pela qual passaram.

Enfim, para encerrar, eu tive meus problemas com a série. Durante um período eu me irritei com ela, principalmente pela dose exagerada de dramatismo. Felizmente o enredo foi redondinho. Jogaram muitíssimo sal em diversas feridas da sociedade moderna - e pasmem, tudo isto foi exibido em plena TV aberta -, criticando de forma profunda e direta, um sistema muito falho. Uma série que fez algo parecida, e de forma perfeita, foi The Wire. American Crime não atingiu o mesmo nível, mas fez, e muito bem, a sua parte neste aspecto.

Vem aí uma 2ª temporada, com uma nova história, novo elenco, mas com promessa de uma American Crime com o mesmo posicionamento de crítica social que vimos até então.